segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Presença do Codificador

Tema da semana
“Violência”
De 17/02/2014 a 23/02/2014

Injúrias e violências

Allan Kardec

1.  Bem-aventurados  os  que  são  brandos,  porque  possuirão  a  Terra.  (S. MATEUS, cap. V, v. 4.)

2. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v.9)

3. Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. - Eu, pom, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá ser condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Racamerecerá  ser condenado  pelo  conselho;  e  que  aquele  que  lhe  disser:  És  louco, merecerá ser condenado ao fogo do inferno. (Id., vv. 21 e 22.)

4. Por estas ximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes. Raca, entre os hebreus, era um termo desdenhoso que significava homem que não vale nada, e se pronunciava cuspindo e virando para o lado a cabeça. Vai mesmo mais longe, pois que ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.

Evidente se torna que aqui, como em todas as circunstâncias, a intenção agrava ou atenua a falta; mas, em que pode uma simples palavra revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação? E que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade que entretém o ódio e a animosidade; é enfim, que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão.

5. Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: "Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra", tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu?

Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros.

Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.

PAZ:
A suprema paz é fruto do esforço despendido para desenvolver a inteligência e alcançar as culminâncias da bondade.

Referência:AGUAROD, Angel. Grandes e pequenos problemas. Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual. 7a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. - cap. 6


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