sábado, 30 de março de 2013

EXAME DE VIRTUDE


Tema da semana
Jeremias e os falsos profetas”
de 25/03/2013 a 31/03/2013

Irmão X

Narra-nos um episódio autêntico que certo orientador do mundo israelita enviou um discípulo, que se notabilizara na interpretação dos Profetas, pata determinada cidade, cujos habitantes se chafurdavam em vícios e enfermidades de toda espécie, com a recomendação de prestar-lhes concurso ativo.

Dois lustros correram, e porque as notícias do burgo fossem cada vez mais inquietantes, o guia do povo chamou o enviado, que compareceu, em atitude hierática, mostrando, na túnica lirial e no semblante mortificado de jejuns, a rigorosa observância da Lei.

Às primeiras interpelações ouvidas, respondeu, em tom grave:

- Mestre, para dar exemplo de virtude, retirei-me para o campo, onde todos sabem que existo.

-Compreendo – disse o mentor -, a solidão é necessária para que o pensamento se refaça com a inspiração divina; contudo, sem ligação com as criaturas humanas, é impraticável qualquer obra de auxílio.

E o entendimento continuou:

- Para não errar, vivo em completo mutismo, no fervor da oração.

- Medida essencialmente importante, mas, ainda que tenhamos de aprender em duras experiências, é preciso falar para que o bem seja feito.

- Expondo a pureza dos meus sentimentos, visto-me exclusivamente de branco...

- Costume honroso; no entanto, isso não deve impedir que nossa roupa se enodoe no trabalho de ajuda aos outros, para ser novamente lavada em momento oportuno.

Minhas refeições são apenas de ervas.
- Hábito excelente; contudo, para trazer o corpo em condições de servir, é importante não desertar dos sistemas da alimentação comum, embora seja nossa obrigação garantir a simplicidade e fugir aos desregramentos, usando a carne, o leite, os ovos, as folhas, os frutos e as raízes dos animais e das plantas, tão somente na quota indispensável à manutenção da existência.

- Durmo sem qualquer agasalho, fustigando as tendências inferiores...

- Louvável propósito, mas, na preservação da saúde orgânica, é justo repousar, nos moldes em que os outros descansam, a fim de que a vida no corpo nos ofereça rendimento para o melhor.

- Faço, porém, muito mais... Tenho o leito eriçado de pregos, castigando a volúpia da carne...

- Nobre intento, sem dúvida... Entretanto, vale mais combater a nós mesmos, na prestação de serviço ao próximo, para que a nossa luta não seja vã...

Silenciando o pupilo, indagou o chefe:

- E a tarefa de que te incumbiste?

- Mestre – replicou o mensageiro, desapontado -, sinceramente devo dizer que os cuidados na apresentação da virtude me tomam o tempo todo...

Nisso, belo cavalo de alvo pelo entrou no átrio da casa, conduzindo pobre ferido, cujas últimas energias o deserto esgotara...

O velho orientador comandou as providências iniciais de socorro e, trazendo o discípulo à frente do soberbo animal que escarvava o solo, falou com bondade:

- Pois olha, meu filho, este cavalo igualmente mora no retiro da Natureza, não se expressa em linguagem humana, veste-se todo em cabelos cor de neve, come apenas a erva do chão, dorme ao relento, é calçado de cravos perfurantes e não passa de um cavalo... Mesmo assim, é o companheiro dos viajantes fatigados e, ainda agora, acaba de arrebatar um mercador prestimoso à sepultura de areia...

Em seguida, demandou o interior para confortar o recém-chegado, deixando o aprendiz a meditar quanto à vontade da virtude vazia.

Contos Destas e Doutra Vida – Chico Xavier / Irmão X
TROVADORES DO ALÉM
Verdade – mágoa bendita
Sobre dons renovadores.
Lisonja – serpente linda
Guardada em cesto de flores.
Lopes Filho
Livro Trovadores do Além - Psicografia de Francisco C. Xavier - Autores Diversos


sexta-feira, 29 de março de 2013

A verdade


Tema da semana
Jeremias e os falsos profetas”
de 25/03/2013 a 31/03/2013


Você já pensou algum dia no poder da verdade? Ou você pensa que a verdade chega sempre tarde, quando a injustiça já se consumou?

Quando foi coroado rei da Pérsia, Dario mandou dar uma grande festa para todos os seus súditos, espalhados em cento e vinte e sete províncias.

Terminada a festa, adormeceu, mas foi despertado pelas vozes alteradas de três rapazes que discutiam acerca do que seria a coisa mais forte do Mundo.

Em vez de admoestá-los, ficou a escutá-los.

Decidiram que cada um escreveria uma frase dizendo o que era a coisa mais forte e colocariam os papéis debaixo do travesseiro do rei. Pela manhã, o rei e os príncipes da Pérsia julgariam qual a opção mais sábia.

No dia seguinte, na sala dos julgamentos, leu-se a primeira frase: "O vinho é o mais forte."
Aquele que escrevera a frase, considerou que o vinho tem muita força. Tanta que pode transformar em tolos os homens mais grandiosos.

O rei poderoso e a criança ignorante se igualam sob sua força. Coloca nuvens na memória e torna discussões sem valor porque tudo cai mesmo no esquecimento.

A segunda frase dizia: "O rei é o mais forte."

A justificativa do autor foi de que o rei tudo manda e é obedecido. Envia soldados à guerra, condena pessoas à morte ou lhes concede o perdão.

Todos os súditos o obedecem e ele faz o que lhe agrada. É apenas um homem, mas por ele os soldados cruzam montanhas, derrubam muralhas, atacam torres e depois de conquistado o país, trazem os frutos para ele.

A terceira frase afirmava: "Acima de tudo, a verdade prevalecerá."

O jovem que a escreveu falou: "A verdade é mais forte que todas as coisas.

O rei pode ser perverso, o vinho é perverso. Os homens podem ser maus. Todos eles perecerão. Mas a verdade é eterna.

É sempre forte. Nunca morre. Tampouco é derrotada. Faz o que é justo. Não pode ser corrompida.

Não necessita do respeito das pessoas para existir. É grandiosa e soberana sobre todas as coisas."

E Dario julgou que o terceiro jovem era o mais sábio, dizendo-lhe que pedisse o que quisesse.
O jovem era um judeu e lembrou ao rei que ele deveria cumprir a promessa de reconstruir Jerusalém.

Que ele deveria reconstruir o Templo, conforme compromisso assumido no dia em que subiu ao trono.

E o rei da Pérsia cumpriu a promessa.

                                                           *   *    *

Esta história se baseia em eventos descritos no Primeiro Livro de Esdras, na Bíblia.
O jovem sábio judeu se chamava Zorobabel. Ele foi um líder do povo judeu na época de seu retorno do exílio na Babilônia, cerca de 520 a.C.

Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap.
 A verdade vencerá, de Ella Lyman Cabot, de
 O livro das virtudes, v. I, de William J. Bennett,
 ed. Nova Fronteira.
02.01.2008

TROVADORES DO ALÉM
Para a Justiça de Deus,
Tem muito mais expressão
A gota de caridade
Que o rio da pregação.
Martins Coelho
Livro Trovadores do Além - Psicografia de Francisco C. Xavier


quinta-feira, 28 de março de 2013

No caminho das virtudes


Tema da semana
Jeremias e os falsos profetas”
de 25/03/2013 a 31/03/2013

Meimei

... A alegria apareceu e plantou belo jardim...

Conta-se que o Senhor desejou levantar grande mansão destinada à moradia de certo orientador de encargos complexos, num mundo feliz, e para isso convocou algumas das Virtudes do seu Reino de Sabedoria e de Amor.

Apareceu a Geometria e escolheu o local no topo de um monte.

Veio o Cálculo e traçou os planos.

Chegou o Gênio das Invenções e ergueu máquinas que garantissem a segurança e o conforto na construção.

Surgiu o Equilíbrio e orientou a formação de pisos e vigas cornijas e paredes, tetos e mirantes.

Destacou-se a Higiene, que cuidou de tudo o que se reportava ao asseio.

Veio a Beleza e decorou o palácio com imagens e cores de elevada significação.

A Cultura entrou em atividade e organizou valiosa biblioteca.

A Prudência compareceu e guiou a fabricação de portas e chaves.

A Alegria apareceu e plantou belo jardim.

Terminada a obra, o Senhor veio examiná-la mas não pareceu satisfeito.

Alguns dos aposentos eram sombrios e depois de entardecer a noite dominava todo o grande recinto. A vista disso, recomendou mais ampla cooperação dos Cimos e a Administração dos Céus enviou-lhe outra Virtude que não pedia qualquer consideração.

Abordou a paisagem, evitando os espelhos da popularidade e da fama, penetrou no castelo, sem perder tempo, e, lá dentro, esculpiu a tomada elétrica, retirando-se logo após.

Desde esse momento, a vivenda, tanto quanto quisessem os moradores, convertia-se em soberbo espetáculo de luz.

Multidões de curiosos cercaram a mansão, no intuito de algo perguntar a quem realizara semelhante prodígio, no entanto, não mais encontraram a mensageira.
Souberam apenas que essa Virtude trazia o nome de Humildade.

Do livro “Amizade”.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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CONFIANÇA
A confiança no bem adquire a fé viva.
André Luiz
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.


quarta-feira, 27 de março de 2013

Ante os falsos profetas


Tema da semana
Jeremias e os falsos profetas”
de 25/03/2013 a 31/03/2013

Emmanuel

Acautela-te em atribuir aos falsos profetas o fracasso de teus empreendimentos morais.

Recorda que todos somos tentados, segundo a espécie de nossas imperfeições.
Não despertarás a fome do peixe com uma isca de ouro, nem atrairás a atenção do cavalo com um prato de pérolas, mas, sim, ofertando-lhes à percepção leve bocado sangrento ou alguma concha de milho.

Desse modo, igualmente, todos somos induzidos ao erro, na pauta de nossa própria estultícia.

Dominados de orgulho, cremos naqueles que nos incitam à vaidade e, sedentos de posse, assimilamos as sugestões infelizes de quantos se proponham explorar-nos a insensatez e a cobiça.

É preciso lembrar que todos somos, no traje físico ou dele desenfaixados, espíritos a caminho, buscando na luta e na experiência os fatores da evolução que nos é necessária, e que, por isso mesmo, se já somos aprendizes do Cristo, temos a obrigação de buscar-lhe o exemplo parâmetro ideal de nossa conduta.

Não vale, assim, alegar confiança na palavra de quantos nos sustentam a fantasia, com respeito a fictícios valores de que sejamos depositários, no pressuposto de que venham até nós, na condição de desencarnados; pois que a morte do corpo é, no fundo, simples mudança de vestimenta, sem afetar, na maioria das circunstâncias, a nossa formação espiritual.

Não creias, desse modo, em todo espírito” - diz-nos o Apóstolo -, porquanto semelhante atitude envolveria a crença cega em nossos próprios enganos, com a exaltação de reiterados caprichos.

O ouvido que escuta é irmão da boca que fala.

Ilusão admitida é nossa própria ilusão.

Apetite insuflado é apetite que acalentamos.

Mentira acreditada é a própria mentira em nós.

Crueldade aceita é crueldade que nos pertence.

De alguma sorte, somos também a força com a qual entramos em sintonia.

Procuremos, pois, o Mestre dos mestres como sendo a luz de nosso caminho. E cotejando, com as lições d’Ele, avisos e informes, mensagens e advertências que nos sejam endereçados, desse ou daquele setor de esclarecimento, aprenderemos, sem sombra, que a humildade e o serviço são nossos deveres de cada hora, para que a verdade nos ilumine e para que o amor puro nos regenere, preservando-nos, por fim, contra o assédio de todo mal.

Do livro “Religião dos espíritos”.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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ENSINAMENTO
Não bastará entronizar as relíquias materiais
que se reportam ao Divino Mestre, entre os adornos
da edificação de pedra e cal, onde as afinas se reúnem
sob os laços da consanguinidade ou da atração afetiva.
É necessário plasmai o ensinamento de Jesus na própria
vida, adaptando o sentimento à sua beleza excelsa.
Bezerra de Menezes
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.


terça-feira, 26 de março de 2013

FALSOS PROFETAS


Tema da semana
Jeremias e os falsos profetas”
de 25/03/2013 a 31/03/2013

Joanna de Ângelis

Caracterizam-se pelo verbalismo exagerado, quando utilizando a instrumentalidade mediúnica. Em arroubos dourados comentam, prolixos, os mais variados temas, não obstante chegarem a conclusão nenhuma.

Cultores da própria vaidade, comprazem-se em estimular o fanatismo exacerbado, utilizando a palavra com habilidade, através de cujo recurso encorajam os sentimentos infelizes do orgulho entre os seus ouvintes, cumulando-os de referências pomposas embora vazias de significação.

Quando se lhes solicitam esclarecimento ou permitem interrogações à cata de informes com os quais seja possível aquilatar-lhes a evolução, rebelam-se ferozes, dizendo-se feridos nos valores que a si se atribuem, traindo a inferioridade em que se demoram.

Arrogantes, estimam a ignorância presunçosa dominadores e arbitrários, com altas doses de empáfia com que se jactam guias e condutores.

Outras vezes arremetem-se pela seara do profetismo sensacionalista, enveredando pelo terreno das fantasias, tão do gosto da frivolidade ou da ingenuidade de grande cópia das criaturas humanas. Tecem comentários vastos sabre a vida em outros planetas, discorrendo, levianos, temas controvertidos nos quais, sejam quais forem as conclusões da honesta investigação do futuro, dispõem de válvulas para escapatórias vulgares.

Pseudossábios conforme os denominou o Codificador do Espiritismo, quando se percebem suspeitos ante os que os ouvem, não se constrangem de utilizar nomes que exornaram personalidades históricas, sábios ou santos para melhor enganarem os espíritos invigilantes, embora encarnados, que se comprazem na ilusão, distantes da responsabilidade pessoal e intransferível da tarefa de renovação interior.

Falsos profetas da Erraticidade, que são! A desencarnação não os modificou.

Amantes da ficção e sócios da mentira, quando no corpo somático, prosseguem no engôdo a que se permitiram arrastar, sintonizando com outras mentes ociosas do plano físico, a que se vinculam, dando prosseguimento aos programas infelizes que lhes apraz.

Fáceis de identificar, devem evangelicamente receber instrução, advertidos e reprochados fraternalmente.

Às vezes, investem contra grupos respeitáveis, testando a excelência moral dos componentes da atividade espírita em começo - Precipitados, todavia, logo desvelam os propósitos que os inspiram.

***
Também os há no plano físico.

Zelosos, passam como fiscais do labor alheio, preocupados em encontrar em tudo e em todos mistificações e mistificadores, com que traem o estado Íntimo - Acreditam-se encarregados de guardar a Verdade e somente eles a possuem em mais altas expressões, descuidando, como é natural, do próprio comportamento, revelando, assim, nas atitudes apaixonadas e nas posições inamovíveis a que se fixam, a condição de espíritos atormentados, companheiros atormentadores.

Confiam nas forcas que supõem possuir, jactanciosos, esquecidos de que a Vinha pertence ao Senhor que labora incessantemente.

Preocupados em descobrir falhas e engôdos descuram a atividade nobre de ensinar corretamente, relegando como deveriam os irresponsáveis à Lei que deles se encarregará, fiscalizando-se com maior serenidade, a benefício da Causa ou das ideias que dizem defender.

Expressam uma classe especial de falsos profetas — são os novos zelotes.

***

A mentira, porém, de qualquer procedência, não resiste ao tempo, nem à meridiana luz da autenticidade.

Os que mentem, encarnados ou desencarnados, não desacreditam a verdade: iludem-se, perturbando-se, em decorrência das atitudes e conceitos cultivados.

Por essa razão, ama tu a atitude correta, ora e vigia, para que não sejas vítima daqueles espíritos atormentados e enganadores do Além - Da mesma forma não te faças acusador de ninguém, antes impõe-te a tarefa de proceder com retidão, ensinar com segurança doutrinária e servir sempre, pois que o Senhor até hoje trabalha, sem a excessiva preocupação de eliminar do campo os maus trabalhadores aos quais concede Ele oportunidade e oportunidades, por não desejar que ovelha alguma que o Pai lhe confiou se perca, mas antes seja salva.

*

Meus bem-amados, NÃO CREAIS EM QUALQUER ESPÍRITO; experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”.
São João, Epístola 1ª, Capítulo 4º, versículo 1.
*

O Espiritismo revela outra categoria bem mais perigosa de falsos Cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudossábios, que passaram da Terra para a erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a máscara de que se cobrem, facilitarem a aceitação das mais singulares e absurdas ideias”.
Capítulo 21º — Item 7, parágrafo 2.

Psicografia de Divaldo Franco do livro Florações Evangélicas


TROVADORES DO ALÉM
Ninguém recusa a verdade
Desta norma incontroversa:
Muita gente escova os dentes
Mas não escova a conversa.
Artur Candal
Livro Trovadores do Além - Psicografia de Francisco C. Xavier - Autores Diversos


segunda-feira, 25 de março de 2013

Presença do codificador


Tema da semana
Jeremias e os falsos profetas”
de 25/03/2013 a 31/03/2013

Allan Kardec

11. Eis o que diz o Senhor dos Exércitos: Não escuteis as palavras dos profetas que vos profetizam e que vos enganam. Eles publicam as visões de seus corações e não o que aprenderam da boca do Senhor. – Dizem aos que de mim blasfemam: O Senhor o disse, tereis paz; e a todos os que andam na corrupção de seus corações: Nenhum mal vos acontecerá. – Mas, qual dentre eles assistiu ao conselho de Deus? Qual o que o viu e escutou o que ele disse? – Eu não enviava esses profetas; eles corriam por si mesmos; eu absolutamente não lhes falava; eles profetizavam de suas cabeças. – Eu ouvi o que disseram esses profetas que profetizavam a mentira em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. – Até quando essa imaginação estará no coração dos que profetizam a mentira e cujas profecias não são senão as seduções do coração deles? Se, pois, este povo, ou um profeta, ou um sacerdote vos interrogar e disser: Qual o fardo do Senhor? Dir-lhe-eis: vós mesmos sois o fardo e eu vos lançarei bem longe de mim, diz o Senhor. (JEREMIAS, 23:16 a 18, 21, 25, 26 e 33.)

É dessa passagem do profeta Jeremias que quero tratar convosco, meus amigos. Falando pela sua boca, diz Deus: “É a visão do coração deles que os faz falar.” Essas palavras claramente indicam que, já naquela época, os charlatães e os exaltados abusavam do dom de profecia e o exploravam. Abusavam, por conseguinte, da fé simples e quase cega do povo, predizendo, por dinheiro, coisas boas e agradáveis. Muito generalizada se achava essa espécie de fraude na nação judia, e fácil é de compreender-se que o pobre povo, em sua ignorância, nenhuma possibilidade tinha de distinguir os bons dos maus, sendo sempre mais ou menos ludibriado pelos pseudoprofetas, que não passavam de impostores ou fanáticos. Nada há de mais significativo do que estas palavras: “Eu não enviei esses profetas e eles correram por si mesmos; não lhes falei e eles profetizaram.” Mais adiante, diz: “Eu ouvi esses profetas que profetizavam a mentira em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei.” Indicava assim um dos meios que eles empregavam para explorar a confiança de que eram objeto. A multidão, sempre crédula, não pensava em lhes contestar a veracidade dos sonhos, ou das visões; achava isso muito natural e constantemente os convidava a falar.

Após as palavras do profeta, escutai os sábios conselhos do apóstolo S.João, quando diz: “Não acrediteis em todo Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus”, porque, entre os invisíveis, também há os que se comprazem em iludir, se se lhes depara ocasião. Os iludidos são, está-se a ver, os médiuns que se não precatam bastante. Aí se encontra, é fora de toda dúvida, um dos maiores escolhos em que muitos funestamente esbarram, mormente se são novatos no Espiritismo. É lhes isso uma prova de que só com muita prudência podem triunfar. Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons e os maus Espíritos, para, por vossa vez, não vos tornardes falsos profetas. – Luoz, Espírito Protetor. (Carlsruhe, 1861.)

ENGANO
Mais vale semear rosas entre espinhos,
para a colheita do futuro, que nos inebriarmos
no presente, com as rosas efêmeras dos enganos
terrestres, preparando a seara de espinhos na direção do porvir.
Agar
Livro “Dicionário da Alma” psicografia de Francisco Cândido Xavier – Autores Diversos

sábado, 23 de março de 2013

O CONTO DA MOSCA


Tema da semana
Causas anteriores das aflições”
de 18/03/2013 a 24/03/2013

Hilário Silva

A impaciência é vício grave. Falta de caridade para consigo mesmo. Por isso, afirmava Jesus: “Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a Terra.” Isso quer dizer que o homem sereno desfruta o privilégio de mais extensa vida no corpo.

Jerônimo, o benfeitor espiritual, falava pelo médium, com grande acerto. E continuava:

O suicídio indireto é, muitas vezes, praticado pelos cultores da intemperança mental. Em muitas ocasiões, basta um momento de indisciplina e a morte surge por nonadas.

A sessão terminou e todos exaltaram a excelência dos conceitos ouvidos. E Fraga, o contador de vários estabelecimentos comerciais, coçando nervosamente a cabeça exclamou risonho:

-Tão bons conselhos! Tão bons conselhos!

No outro dia, porém, o mesmo Fraga, entre os livros do escritório, no calor da tarde, via-se atarantado. Leve mosca zombava dele, procurando-lhe a calva. O zeloso contador tentava alcançá-la com um tabefe, aqui e ali, mas nada ... À maneira da personagem de Fedro, castigava improficuamente a si mesmo. Sentindo que ela se alojava, provavelmente pela vigésima vez, entre os seus raros cabelos, bateu fortemente no próprio crânio. A pancada, no entanto, fê-lo cair. Socorro. Aflição. Ocorrera a ruptura de vaso importante no cérebro, e Fraga, em poucas horas, se viu desencarnado.

Quando acordou, espantado, no regaço do piedoso Jerônimo, ao conhecer a própria situação, gritou, afobado:

- E agora, meu Deus? Que fazer?

O amigo espiritual, todavia, informou calmamente:

- Você já se encontra fora do corpo de carne há dois meses, mas apenas agora toma acordo de si. Já estudamos seu caso. Você estava avisado quanto aos perigos da impaciência e caiu, mesmo assim, no conto das moscas.Suicídio indireto, meu caro, suicídio sem nenhuma razão de ser. E você ainda dispunha de onze anos pela frente para trabalhar junto aos homens.

- E agora? Que faço?

O benfeitor espraiou o olhar pela casa de socorro terrestre em que se achavam e esclareceu:

- Já expliquei o problema aos nossos Maiores. Pela vida correta que você levou, decerto não merece o pavor das regiões abismais. Mas também não está habilitado para subir. Ficará aqui mesmo.

- Aqui, onde? – indagou Fraga, assombrado.

- No hospital onde estamos.

- Com que fim?

- Ajudando aos enfermeiros...

- E fazendo o que?

Sem sorrir, Jerônimo explicou simplesmente:

- Aprendendo a ter paciência, você ficará durante algum tempo a espantar moscas...

Espírito: Hilário Silva - Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Livro: A Vida Escreve – Primeira Parte – Médium: Waldo Vieira
EM DEUS
Alexandre de Jesus
Dor é benção.
Aflição é prece.
Derrota é vitória.
Mal é bem.
Ódio é amor.
Sombra é luz.
Tristeza é alegria.
Queda é ascensão.
Dúvida é fé.
Morte é vida
Livro "Juntos Venceremos - Francisco Cândido Xavier - Autores Diversos


sexta-feira, 22 de março de 2013

Vencendo as aflições

Tema da semana
Causas anteriores das aflições”
de 18/03/2013 a 24/03/2013


Quando aquele rapaz começou a sentir as primeiras dores em uma das mãos, era uma pessoa em plena atividade profissional, trabalhador responsável e pai de família.

A sua rotina de trabalho lhe exigia muitas horas de uso do teclado do computador, o que desencadeou inicialmente um processo inflamatório dos nervos e tendões em uma das mãos.

Porém, mesmo seguindo as recomendações médicas e o tratamento adequado, a dor aumentou com o passar do tempo, levando-o a movimentar cada dia menos a mão acometida.

Entre exames e tentativas de diagnóstico médico, passaram-se alguns meses.

Com o transcorrer do tempo, os sintomas continuaram a evoluir. Veio o inesperado diagnóstico de um tipo de doença neurológica, na qual a principal característica é a presença de dor extremamente intensa nas regiões acometidas.

Passados mais de seis anos após o aparecimento dos primeiros sintomas, ele vive uma situação muito diferente do que a de muitos jovens da sua idade.

A progressão da patologia, somada às várias complicações do próprio quadro, levaram-no à necessidade de manter-se, na maior parte do tempo, deitado sobre uma cama.

As aflições que enfrenta são inúmeras.

Dentre elas, passa por uma complicada situação financeira e ingere diariamente doses elevadíssimas de medicação para alívio das dores, sofrendo indesejáveis efeitos colaterais.

Porém, o que mais surpreende a todos que convivem com ele, é a capacidade que carrega dentro de si de enfrentar essa situação com esperança e grande fé no coração.
Apesar de lutar diariamente contra tamanhas dificuldades, dentre elas, a impossibilidade de desfrutar momentos ao lado do filho, jamais se observou algum traço de revolta ou indignação pela situação em que se encontra.

Recebe, semanalmente, visita de vários amigos e é comum encontrá-lo com desconforto e dores, porém nunca com reclamações ou palavras de desesperança.

Rapaz inteligente e lutador, muitas vezes é ele próprio quem consola e alivia o coração dos que o visitam, contando histórias e conversando sobre temas edificantes.

Demonstra fé inabalável em Deus e demonstra uma forma sublime de enfrentar a dor, com paciência e grande resignação.

A consciência de que o sofrimento de hoje pode estar ligado às próprias faltas do passado e de que a atual situação pode ser libertadora para o Espírito endividado, traz-lhe serenidade.

Ele busca, constantemente, o alento da Doutrina Espírita. Extrai dos ensinamentos cristãos a esperança que sustenta a vida e o impulsiona para a vitória sobre as dificuldades.

Sua postura contribui imensamente para a renovação do entusiasmo, transformando-se em recurso terapêutico de forte alcance.

Tem em mente que as aflições de agora transformar-se-ão em tranquilidade para sempre e chegará o dia em que sua alma estará repleta de pura alegria.

* * *
Pensemos em como temos enfrentado nossas dores.

Não nos esqueçamos que somente padecemos o que se faz indispensável à vitória sobre nós mesmos.

Redação do Momento Espírita,
Em 23.10.2012.

AFLIÇÃO
De coração cansado e opresso embora,
Não fujas ao calor da forja ardente,
Sofre os golpes da luta, frente a frente,
Bendizendo a aflição que te aprimora.
Arnold Souza 
Livro “Dicionário da Alma”, psicografia de
Francisco Cândido Xavier – Autores Diversos

quinta-feira, 21 de março de 2013

Mensagem de encorajamento


Tema da semana
Causas anteriores das aflições”
de 18/03/2013 a 24/03/2013

Scheilla

Companheiro, ponha-se de pé e siga os corações que rumam confiantes.

Doe as aflições ao tempo, cubra-se com o manto da esperança e avance intimorato.

A multidão chora e sorri. Misturam-se lágrimas e sorrisos, abafados pelo retinir das taças finas que contêm os vapores da morte e os fluidos da loucura.

Possivelmente, os anseios atormentam-lhe o coração ansioso... Mas os que buscaram a enganosa liberdade demoram-se nas prisões que a própria delinquência ergueu, inquietados pelo tigrino clamor das multidões desvairadas e o zurzir impiedoso da consciência em desalinho.

Alçando o pensamento ao Grande Bem, você pode chegar à paz íntima, embora carregue as cicatrizes do sentimento, porfiando na conduta reta.

O tempo é mestre: benfeitor e justiceiro. Tudo refaz, tudo apaga, tudo corrige.

Com o tempo, o grão de areia se transforma em valiosa pérola aprisionada no íntimo da ostra, até um dia...

Com o tempo, o carvão humilde transforma-se em diamante precioso encastelado na montanha poderosa, até um dia...

Com o tempo, a semente pequenina incha no seio da terra, transformando-se, até um dia...

Com o tempo, o débil embrião da vida desenvolve-se modificando a própria estrutura, até um dia...

Com o tempo, o regato humilde atinge o mar, vencendo distância e obstáculo.

Com o tempo, a Mensagem do Cristo se espalhou sobre a Terra, convidando o homem à tecelagem do manto nupcial para o matrimônio da Humanidade com a Vida, um dia...

Enxugue o suor da ansiedade.

Guarde as lágrimas da inquietação.

Amanhã, talvez, o trabalho exija suor e lágrimas em honra à felicidade de ser feliz.

Escude-se na dor dos outros e avance.

Lembre-se dos que caíram somente para os ajudar.

Olhe os vitoriosos da luta e siga com eles.

Não se preocupe por você ter tombado ontem, na escuridão. Agora brilha a luz da verdade em seu caminho.

Vença a tristeza nascida na recordação da própria fraqueza. Encha a alma com a alegria de tudo poder em Cristo.

Todas as coisas passam, na Terra, à semelhança das belas flores e dos espinheiros no mesmo jardim.

No Grande Além, no entanto, há sempre luz.

Não se aflija com as necessidades imperiosas de abandonar as flores da ilusão, sofrendo os espinhos que conduzem à reflexão.

Aceite hoje os acúleos, coroando-lhe a cabeça para que um braseiro de remorsos não lhe arda na consciência mais tarde.

Atenda e socorra o próximo, atendido e socorrido pelo Céu.

Sem desfalecer nem recear, repita: Com Jesus vencerei!, e mais fácil lhe parecerá a redenção.

Amigo do Cristo, ponha-se de pé e siga arrimado ao espírito de luta dos que se alçam à Vida, carregando, como você mesmo, sofrimentos e aflições.

Do livro “Crestomatia da imortalidade”.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco.
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VÁLVULA
As dificuldades aumentam os valores das esperanças sagradas.
Margarida
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.