sexta-feira, 4 de abril de 2014

A vingança

Tema da semana
Vingança”
De 31/03/2014 a 06/04/2014

Revista espírita

A vingança é agradável ao coração, disse o poeta. Oh! pobres cegos, que dais livre curso à mais horrenda das paixões, credes fazer mal ao próximo quando o golpeais e não notais que eles se voltam contra vós. Ela não só é um crime, mas absurda falta de habilidade. É, como seus irmãos o rancor, o ódio, o ciúme, filhos do orgulho, o meio de que se servem os Espíritos das trevas para atrair a si aqueles que receiam lhes escapem; é o mais infalível instrumento de perdição posto nas mãos dos homens pelos inimigos que se encarniçam na sua decadência moral. Resisti, filhos da Terra, a esse culposo arrastamento, e ficai certos de que, se alguém mereceu a vossa cólera, não será no paroxismo do rancor que encontrareis a calma de consciência. Ponde nas mãos do Todo-Poderoso o cuidado de se pronunciar sobre os vossos direitos e sobre a justiça de vossa causa. Há na vingança algo de ímpio e de degradante para o Espírito.

Não, a vingança não é compatível com a perfeição. Enquanto uma alma conservar tal sentimento ficará nas regiões mais miseráveis do mundo dos Espíritos. Mas, como os outros, o vosso não será o eterno joguete dessa paixão infeliz; e posso garantir que a abolição da falsa noção do inferno eterno, ou, antes, da danação eterna, que tem servido de pretexto ou de escusa para atos de vingança, será a aurora de uma nova era de tolerância e de mansuetude, que não tardará a estender-se até às regiões privadas da vida moral. Poderia o homem condenar a vingança quando lhe apresentavam Deus como ciumento e se vingando por torturas sem fim? Cessai, pois, ó homens, de insultar a Divindade, emprestando-lhe as vossas mais ignóbeis paixões. Então sereis, ó habitantes da Terra, um povo abençoado por Deus. Vós que me escutais, fazei de modo que, liberta a vossa alma do culposo e vergonhoso móvel dos atos mais contrários à caridade, mereçais ser admitidos no recinto sagrado, no qual só a caridade pode abrir as portas.

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RENÚNCIA
Só os filhos da renúncia poderão atender,
tanto quanto é preciso, a expectativa da esfera superior.
Emmanuel
Do livro “Dicionário da alma”. 
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


quinta-feira, 3 de abril de 2014

A vingança


Tema da semana
Vingança”
De 31/03/2014 a 06/04/2014

Momento espírita

Você considera a vingança como um ato de coragem ou de covardia?

Algumas pessoas acreditam que a vingança é uma demonstração de grande coragem. Afinal de contas não se pode tolerar uma afronta sem se rebaixar.

Pensam que a tolerância e a indulgência seriam prova de fraqueza ou de covardia.

Todavia, temos de convir que o ato de vingar-se jamais constitui prova de coragem.

Geralmente, quando buscamos revidar uma ofensa o fazemos movidos pelo medo do agressor ou da opinião pública.

Não importa que a nossa consciência nos acuse de covardia ou indignidade, o que nos interessa é que a sociedade não nos julgue assim.

O mesmo não ocorre com relação ao ato de perdoar. O perdão, sim, exige do ofendido muita coragem e dignidade.

Enquanto a vingança é uma ladeira fácil de descer, o perdão é uma ladeira difícil de subir.

Algumas pessoas costumam enfrentar corajosamente os mais graves perigos, mas sentem-se impotentes para tolerar uma pequena ofensa.

Escalam, com ousadia, altas montanhas, saltam de pára-quedas desafiando as alturas, enfrentam animais ferozes, aceitam os desafios do trânsito, navegam em mar revolto com bravura, mas não conseguem suportar um mínimo golpe da injustiça.

Dão grande prova de coragem em alguns pontos, mas não relevam a investida da ingratidão, da calúnia, do cinismo, da falsidade, da infidelidade.

Realmente fortes são aqueles que conseguem conter-se diante de uma agressão.

A verdadeira fortaleza está nas almas que não se descontrolam quando são ofendidas.

Que não se impacientam quando são incomodadas.

Que não se perturbam, quando são incompreendidas.

Que não se queixam, quando são prejudicadas.

Verdadeira coragem é aquela de que o cristo nos deu o exemplo.

Ele sofreu a ingratidão daqueles a quem havia ajudado, enfrentou o cinismo dos agressores, foi ultrajado, caluniado, cuspiram-Lhe no rosto e O crucificaram, e Ele tomou uma única atitude: a do perdão.

Por várias vezes, em sua passagem pela terra, o Homem de Nazaré teve motivos de sobra para revidar ofensas, mas sempre optou pela dignidade de calar-se.

Diante das agressões recebidas, o Meigo Rabi da Galiléia passava lições grandiosas, como aconteceu com soldado que O esbofeteou quando estava de mãos amarradas.

Sem perder a serenidade habitual, o cristo olhou-o nos olhos e lhe perguntou: se eu errei, aponta meu erro, mas se não errei, por que me bates?

Essa é a atitude de uma alma verdadeiramente grande.

Pense nisso!

Se Jesus tivesse parado em meio à caminhada do Gólgota, largado a cruz injusta do suplício, para se voltar contra Seus agressores e exercer sobre eles o direito de vingança, certamente não teria passado à posteridade como Modelo de perfeição e de amor.

Pense nisso!


Redação do momento espírita.
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RENÚNCIA
Somente com a renúncia sincera
poderemos alcançar o reino da luz,
prometido pelo Salvador.
Neio Lúcio
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



terça-feira, 1 de abril de 2014

Ciladas

Tema da semana
Vingança”
De 31/03/2014 a 06/04/2014

Joanna de Ângelis

Na trajetória humana em favor do desenvolvimento moral e intelectual, o Espírito, não poucas vezes, defronta armadilhas bem urdidas, nas quais tomba, de maneira irreversível, comprometendo-se por largo período...

Constituem testes à resistência moral de todo jornadeiro que se aprimora através das experiências da evolução.

Ninguém, que desempenhe funções ou papéis relevantes, que não seja surpreendido por esses mecanismos perigosos que lhe põem à prova a capacidade mental e as resistências morais.

Sutis, algumas vezes, apresentam-se como dourados atrativos que seduzem e terminam por envilecer o caráter de quem lhes aquiesce ao convite.

Noutras ocasiões, surgem de inopino, ameaçadoras e voluptuosas, surpreendendo e obrigando as vítimas a capitular, inermes, interrompendo o ritmo do ideal, da conduta, do trabalho a que se afervoram.

Algumas anunciam favores e glórias fascinantes que atingem a sensibilidade emocional, levando a paixões de afetividade doentia...

Inúmeras outras assumem o odioso aspecto da animosidade e da perseguição inclemente e gratuita, que termina por desestruturar aquele que lhe padece o cerco.

Normalmente, fazem-se insinuantes e agradáveis, sem aparente malícia nem mácula, culminando pelo envolvimento daquele que se permite fascinar pelo engodo de que se revestem.

Semelhante ao que ocorre com os insetos colhidos nas malhas brilhantes da teia de aranha que os espreita, a fim de devorá-los depois, logra êxito em razão dos fios viscosos e de aparência inocente que retêm as presas incautas, impossibilitadas de qualquer forma de libertação.

Existem s ciladas licenciosas, vulgares, insensatas, em que muitos corações gentis e dóceis se enleiam, comprazendo-se, irresponsavelmente, no comportamento divertido que se torna chulo e perturbador.

Diversas outras são refinadas e trabalham a presunção do indivíduo invigilante, afastando-o do convívio social saudável que parece asfixiá-lo, isolando-o na alienação da falsa autossuficiência...

As ciladas constituem recursos perturbadores durante a experiência humana que têm a finalidade de proporcionar a aquisição de resistências espirituais e de valores pessoais ao indivíduo, mediante os quais o Espírito se enriquece de sabedoria.

Todos os seres humanos, de uma ou de outra maneira, experimentam-nas durante a vilegiatura terrestre.

*

Há, porém, outro gênero de ciladas perversas que merecem atenção redobrada. Trata-se daquelas que são programadas no mundo espiritual inferior, nas quais se comprazem os Espíritos invejosos, atrasados, primários e os malvados que se transformam em obsessores, verdadeiros verdugos das demais criaturas humanas, individualmente, assim como da sociedade terrestre como um todo...

Odiando o progresso moral, do qual se alijaram por vontade própria, elegendo o sofrimento decorrente da ignorância em relação à Verdade como diretriz de segurança pessoal, esses Espíritos infelizes transformam-se em inimigos do Bem, que pensam impedir de expressar-se, assim como da felicidade do próximo que invejam.

Quando alguém se alça acima da craveira comum e chama a atenção pelos valores éticos, culturais, políticos, religiosos ou de qualquer outra natureza, investem, furibundos, contra, gerando situações embaraçosas, complicando-lhes os relacionamentos e comprazendo-se em afligi-los...

São hábeis nas técnicas de inspiração doentia, trabalhando as reflexões mentais daqueles a quem antipatizam com vibrações perniciosas e extravagantes que desajustam as suas vítimas.

Noutras ocasiões, trata-de de inimigos de existências passadas, que mantêm ressentimento em forma de rancor e desejo incontrolável de vingança na sua morbidez dominadora.

Insinuam ideias de enfermidades simulacros, transmitem sensações doentias, envolvem em ondas mentais depressivas, suspeitosas ou de violência, em contínuas tentativas de alienar aqueles que lhes caem nas ciladas mentais.

Ociosos e insensíveis à compaixão ou à fraternidade, persistem com virulência nos seus propósitos infelizes, tornando-se inflexíveis na razão direta em que encontram resistência naqueles que pretendem azorragar.

Atiram pessoas irresponsáveis e igualmente ignorantes contra quem se esforça por superar as inclinações inferiores, tornando-se patrulheiros inconsequentes dos seus atos, em razão de não desejarem sintonia com as suas mazelas.

Estimulam a sensualidade e provocam paixões tórridas de consequências desastrosas, desrespeitam os sagrados vínculos do matrimônio, da fidelidade, da consideração que todos se devem reciprocamente.

Acompanham aqueles que estão sob a sua alça de mira na condição de vigias impiedosos, sempre aguardando qualquer brecha mental, emocional ou moral, a fim de iniciarem as vinculações obsessivas, mediante as quais pensam em destruí-los.

No que diz respeito aos trabalhadores do Evangelho de Jesus através da revelação espírita, iracundos e violentos tudo investem, na sua sanha alucinada, para impedir-lhes o cumprimento dos nobres deveres abraçados.

Certamente, ninguém se encontra sem a proteção do Senhor da Vinha através dos Seus emissários e dos Seus próprios benfeitores que Lhe executam a vontade.

Nada obstante, as ciladas que padecem os trabalhadores do Bem, fazem parte do esquema para a aprendizagem superior a respeito da realidade imortalista na qual todos nos encontramos mergulhados.

Essas experiências também ensinam como se deve comportar o obreiro de Jesus diante dos famigerados enfermos da alma, que se demoram na erraticidade necessitados de compaixão e de socorro.

Constituem treinamento para o futuro, quando convocado às tarefas de misericórdia em regiões dolorosas onde os mesmos se homiziam.

*

Nunca desanimes, quando te sentires assediado por esses vândalos do mundo espiritual inferior.

Quanto mais responsabilidades tenhas, maior será o cerco em volta dos teus passos.

Porque és fiel ao objetivo que persegues, mais violentas serão as técnicas usadas nas ciladas que preparam.

Dulcifica-te e não reajas ao mal.

Age com bondade e sê fiel em qualquer circunstância do ideal ao qual te afervoras.

Nunca revides, mesmo quando agredido, desperdiçando valiosa quota de energia com o que realmente não tem significado real, exceto aquele que lhe atribuis.

Ora e confia, alegrando-te quando sob chuva de calhaus e sorrindo quando jornadeando sobre cardos, deixando pegadas de dor e de júbilo pelo caminho, a fim de que demonstres que segues Aquele que, aparentemente morreu vencido em uma cruz de vergonha, e que, após essa máxima cilada dos maus, retornou Triunfante conforme prometera.

Fonte:Reflexões espíritas”.
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ÓDIO
A guerra, com a sua corte de aflições e angústias,
não cede ainda um centímetro de terreno ao edifício
da paz verdadeira, porquanto o ódio e a crueldade
permanecem instalados no coração humano.
Bezerra de Menezes
Do livro “Dicionário da alma”. 
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.