segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Presença do codificador

Tema da semana
Os laços de família fortalecidos pela reencarnação e quebrados pela unicidade da existência”
de 31/12/2012 a 06/01/2013

Allan Kardec

18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
 
No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento.Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos tem avançado um passo na senda do aperfeiçoamento.
Cada vez menos presos à matéria, mais viva se lhes torna a afeição recíproca, pela razão mesma de que, mais depurada, não tem a perturbá-la o egoísmo, nem as sombras das paixões. Podem, portanto, percorrer, assim, ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe receba a mútua estima que os liga.
 
Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.
 
19. A união e a afeição que existem entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou. Daí vem que, falando-se de alguém cujo caráter, gostos e pendores nenhuma semelhança apresentam com os dos seus parentes mais próximos, se costuma dizer que ela não é da família. Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias, ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contacto dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatias se esvaem. É desse modo que se opera a fusão das diferentes categorias de Espíritos, como se dá na Terra com as raças e os povos.
 
20. O temor de que a parentela aumente indefinidamente, em consequência da reencarnação, é de fundo egoístico: prova, naquele que o sente, falta de amor bastante amplo para abranger grande número de pessoas. Um pai, que tem muitos filhos, ama-os menos do que amaria a um deles, se fosse único? Mas, tranquilizem-se os egoístas: não há fundamento para semelhante temor. Do fato de um homem ter tido dez encarnações, não se segue que vá encontrar, no mundo dos Espíritos, dez pais, dez mães, dez mulheres e um número proporcional de filhos e de parentes novos. Lá encontrará sempre os que foram objeto da sua afeição, os quais se lhe terão ligado na Terra, a títulos diversos, e, talvez, sob o mesmo título.
 
21. Vejamos agora as consequências da doutrina anti-reencarnacionista. Ela, necessariamente, anula a preexistência da alma. Sendo estas criadas ao mesmo tempo que os corpos, nenhum laço anterior há entre elas, que, nesse caso, serão completamente estranhas umas às outras. O pai é estranho a seu filho. A filiação das famílias fica assim reduzida à só filiação corporal, sem qualquer laço espiritual. Não há então motivo algum para quem quer que seja glorificar-se de haver tido por antepassados tais ou tais personagens ilustres. Com a reencarnação, ascendentes e descendentes podem já se terem conhecido, vivido juntos, amado, e podem reunir-se mais tarde, a fim de apertarem entre si os laços de simpatia.
 
22. Isso quanto ao passado. Quanto ao futuro, segundo um dos dogmas fundamentais que decorrem da não-reencarnação, a sorte das almas se acha irrevogavelmente determinada, após uma só existência. A fixação definitiva da sorte implica a cessação de todo progresso, pois desde que haja qualquer progresso já não há sorte definitiva. Conforme tenham vivido bem ou mal, elas vão imediatamente para a mansão dos bem-aventurados, ou para o inferno eterno. Ficam assim, imediatamente e para sempre, separadas e sem esperança de tornarem a juntar-se, de forma que pais, mães e filhos, maridos e mulheres, irmãos, irmãs e amigos jamais podem estar certos de se verem novamente; é a ruptura absoluta dos laços de família.
 
Com a reencarnação e progresso a que dá lugar, todos os que se amaram tornam a encontrar-se na Terra e no espaço e juntos gravitam para Deus. Se alguns fraquejam no caminho, esses retardam o seu adiantamento e a sua felicidade, mas não há para eles perda de toda esperança. Ajudados, encorajados e amparados pelos que os amam, um dia sairão do lodaçal em que se enterraram. Com a reencarnação, finalmente, há perpétua solidariedade entre os encarnados e os desencarnados, e daí, estreitamento dos laços de afeição.
 
23. Em resumo, quatro alternativas se apresentam ao homem, para o seu futuro de além-túmulo: 1ª, o nada, de acordo com a doutrina materialista; 2ª, a absorção no todo universal, de acordo com a doutrina panteísta; 3ª, a individualidade, com fixação definitiva da sorte, segundo a doutrina da Igreja; 4ª, a individualidade, com progressão indefinita, conforme a Doutrina Espírita. Segundo as duas primeiras, os laços de família se rompem por ocasião da morte e nenhuma esperança resta às almas de se encontrarem futuramente. Com a terceira, há para elas a possibilidade de se tornarem a ver, desde que sigam para a mesma região, que tanto pode ser o inferno como o paraíso. Com a pluralidade das existências, inseparável da progressão gradativa, há a certeza na continuidade das relações entre os que se amaram, e é isso o que constitui a verdadeira família.

CITAÇÕES DO LAR
Agradece à família em que nasceste; ela é valiosa seção do grande educandário da Terra, em que a Providência Divina te matriculou para estágio transitório no serviço de teu próprio aperfeiçoamento.
João Augusto Chaves
Livro: “Praça Da Amizade” - Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Autores Espirituais Diversos.

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sábado, 29 de dezembro de 2012

Frutos


Tema da semana
Parábola da figueira seca”
de 24/12/2012 a 30/12/2012


Hilário Silva

Reconheço no Evangelho o livro da salvação, mas decididamente não concordo. Não concordo em que os espíritas se afirmem cristãos.

Era um negociante do Recife, muito ligado às tarefas de evangelização, dirigindo-se a Djalma de Farias, então benemérito lidador da Doutrina Espírita na capital pernambucana.

- Imagine só - e apontando para um homem sob pesado fardo na rua -, aquele é “Secundino”, que esteve na cadeia por mais de oito anos. Beberrão contumaz, assassinou um companheiro de quarto que lhe negara alguns vinténs, e, por causa dele, morreu a esposa e um filhinho da vítima, em triste miséria. Isso aconteceu aqui mesmo, perto de nós. Entretanto, hoje diz que é espírita. Lê comentários do Novo Testamento. Fala sobre Jesus. Não é o caso do demônio que, depois de velho, se fez ermitão?

Farias, porém, objetou, muito afável:

- Meu caro, veja lá o que diz. Não será esse um caso para louvar? Pois se vemos um delinquente regenerado, um homem problema tornar-se útil... Você é leal servidor do Evangelho. Vamos lá! E Jesus? O Mestre foi o remédio dos enfermos, o equilíbrio dos loucos, a visão dos cegos, o movimento dos paralíticos... O papel da religião não será ajudar, restaurar, reviver?

Surpreendendo-se desarmado de argumentação mais sólida, o comerciante aduziu:

- Para mim nada disso vale. Só a palavra do Evangelho é verdadeira. Quero a letra da lei...

- E você tem aí o Testamento do Cristo? - indagou Farias com humildade.

- Como não, gritou o opositor enervado - estudo o Evangelho de ponta a ponta.

E sacou do bolso pequenino exemplar.

- Então, abra o livro - pediu Djalma -, é sempre impossível que não tenhamos resposta justa.

O lojista descerrou as páginas, com segurança, e surgiram aos olhos de ambos as palavras de Cristo no versículo trinta e três do capítulo doze, nas anotações de Mateus: "... pelo fruto se conhece a árvore."

Espírito: Hilário Silva - Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Livro: A Vida Escreve – Primeira Parte – Médium: Waldo Vieira
DEUS CONTA CONTIGO
Mas não te alteres, a pretexto disso.
De segundo a segundo, estrada a estrada,
A Vontade de Deus é revelada
Em bondade e serviço.
Cornélio Pires
Psicografia Chico Xavier
Livro: Poetas Redivivos.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Confia Sempre


Tema da semana
Parábola da figueira”
de 24/12/2012 a 30/12/2012


Meimei
 
Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
 
Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.
 
Crê e trabalha.
 
Esforça-te no bem e espera com paciência.
 
Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.
 
De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.
 
Eleva, pois, o teu olhar e caminha.
 
Luta e serve. Aprende e adianta-te.
 
Brilha a alvorada além da noite.
 
Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte...
 
Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.
 
*  *  *
 
Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier

ALEGAÇÕES DA FÉ
Se a estrada te parece escura, confia em Deus e segue adiante, trabalhando e servindo...Para quem age no bem aos outros a luz não tarda.
Emmanuel
Livro: “Praça Da Amizade” - Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Autores Espirituais Diversos.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O minuto


Tema da semana
Parábola da figueira seca
de 24/12/2012 a 30/12/2012

André Luiz

A conduta indica a orientação espiritual da criatura.

Surge o ideal realizado, consoante o esforço de cada um.

Amplia-se o ensino, conforme a aplicação do estudante.

Eternidade não significa inércia, mas dinamismo incessante.

O caminho é infinito.

Quem estabelece a rota da viagem é o viajor.

Continua, pois, em marcha perseverante, gastando sensatamente o tesouro dos dias.

Em sessenta segundos, a lágrima pode transformar-se em sorriso, a revolta em resignação e o ódio em amor.

Nessa mínima parcela da hora, liberta-se o espírito do corpo humano, a flor desabrocha, o fruto maduro cai da árvore e a semente inicia a germinação da energia latente.

Analisa o que fazes de tão valiosa partícula de tempo.

Num só momento, o coração escolhe roteiro para o caminho.

Com o Evangelho na consciência, o lazer é tão-somente renovação de serviço sem mudança de rumo.

Não desprezes o tempo, em circunstância alguma, pois quem espera a felicidade se esmera em construí-la.

A hora perdida é lapso irreparável.

Dominar o relógio é coordenar os sucessos da vida.

Nos domínios do tempo, controlamos a hora ou somos ignorados por ela.

Por isso, quanto mais a alma se eleva em conhecimento, mais governa os próprios horários.

Lembra-te de que as edificações mais expressivas são formadas por agentes minúsculos e de que o século existe em função dos minutos.

Não faz melhor quem faz mais depressa, mas sim quem faz com segurança e disciplina, articulando ordenadamente os próprios instantes.

Observa os celeiros de auxílio de que dispões e não hesites.

Distribui os frutos da inteligência.

Colabora nas tarefas edificantes.

Estende a solidariedade a benefício de todos.

Fortalece o ânimo dos companheiros.

Não te canses de ajudar para que se efetue o melhor.

O manancial do bem não tem fundo.

A paz coroa o serviço.

E quem realmente aproveita o minuto constrói caminho reto para a conquista da vitória na Divina Imortalidade.

Do livro “Sol nas almas”.
Psicografia de Waldo Vieira.
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MILAGRE
Não cremos em milagres
que se não façam precedidos
de intensa preparação no trabalho justo.
Não há frutos sem sementeiras adequadas.
Aura Celeste
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Frutos


Tema da semana
Parábola da figueira seca
de 24/12/2012 a 30/12/2012

Emmanuel

"Portanto, pelos seus frutos os conhecereis."
Jesus. (MATEUS. Capítulo 7, versículo 20.)

O mundo atual, em suas elevadas características de inteligência, reclama frutos para examinar as sementes dos princípios.

O cristão, em razão disso, necessita aprender com a boa árvore que recebe os elementos da Providência Divina, através da seiva, e converte-os em utilidades para as criaturas.

Convém o esforço de auto-análise, a fim de identificarmos a qualidade das próprias ações.

Muitas palavras sonoras proporcionam simplesmente a impressão daquela figueira condenada.

É indispensável conhecermos os frutos de nossa vida, de modo a saber se beneficiam os nossos irmãos.

A vida terrestre representa oportunidade vastíssima, cheia de portas e horizontes para a eterna luz. Em seus círculos, pode o homem receber diariamente a seiva do Alto, transformando-a em frutos de natureza divina.

Indiscutivelmente, a atualidade reclama ensinos edificantes, mas nada compreenderá sem demonstrações práticas, mesmo porque, desde a antiguidade, considera a sabedoria que a realização mais difícil do homem, na esfera carnal, é viver e morrer fiel ao supremo bem.

Do livro “Caminho, verdade e vida”.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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VONTADE
A nossa boa vontade é credencial
de auxilio mais amplo do Céu,
tanto quanto a nossa inércia espiritual
representa fator de atraso ao
socorro divino que, às vezes,
por preguiça ou rebeldia,
teimamos em não receber
Antônio
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Cultivo do Bem


Tema da semana
Parábola da figueira seca”
de 24/12/2012 a 30/12/2012

Joanna de Ângelis

Seleciona os temas do teu cotidiano para as cogitações de cada hora.

À semelhança de uma corrente elétrica que deve ser periodicamente interrompida, não te deixes fixar nas ideias deprimentes que rondam as tuas telas mentais.

Há mensagens de variada gama que te alcançam, quanto incontáveis outras que emites em todas as direções.

Aplica o seletor do bom senso, de modo a registrar, apenas, as que edificam, e emitir, somente, as que enobrecem.

Toda imagem perniciosa que te recebe a contribuição mental transforma-se em fulcro de desequilíbrio, próximo ou remoto.

Desvia a atenção das impressões destruidoras, enriquecendo as paisagens mentais com otimismo, a fim de haurires saúde e valor.

Aqui, é uma calúnia que te alcança.

Adiante, é uma agressão inesperada que te atinge.

Hoje, é um amigo que te abandona.

Amanhã, é um familiar que te acusa.

Num momento, é a deserção de um afeto; noutro, é a chegada da tentação.

Agora, é o cansaço inspirando-te ao desânimo; depois, é a ansiedade exigindo-te desespero.

A leviandade de alguns amigos traz-te a maledicência, envolvendo outros, que estão ausentes.

A insensatez de alguns companheiros faz-se voz de acusação em teus ouvidos e a imaturidade, de outros, procura perturbar-te os planos de educação pessoal e o teu trabalho de crescimento interior.

Desenovela-te das artimanhas da afeição que não deves sofrer.

Retira as tomadas da corrente do mal e eleva o pensamento às Esferas Superiores.

Mentaliza o tema edificante, pensa e reflexiona em torno das ideias enobrecedoras.

Não dês guarda a assunto depreciativo.

Vives hoje para a exaltação da vida, agora e mais tarde.

Jesus, acoimado pela perturbação de uns e pela loucura de outros, agredindo pela invigilância dos frívolos, e perseguido pela astúcia dos que disputavam o império da ilusão, jamais se deteve nas insinuações e ciladas que Lhe eram propostas.

Enfrentou cada situação com espírito nobre e seguiu adiante, vitalizando a esperança e fomentando o bem para a felicidade geral.

Psicografia de Divaldo Franco
DEUS CONTA CONTIGO
Mas Sem recorrer a humanos estatutos,
Nem a filosofias enganosas,
A laranjeira estende os próprios frutos,
A roseira dá rosas...
Cornélio Pires
Psicografia Chico Xavier
Livro: Poetas Redivivos.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Presença do codificador


Tema da semana
Parábola da figueira seca”
de 24/12/2012 a 30/12/2012


Allan Kardec

8. Quando saíam de Betânia, ele teve fome; – e, vendo ao longe uma figueira, para ela encaminhou-se, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, só achou folhas, visto não ser tempo de figos. – Então, disse Jesus à figueira. Que ninguém coma de ti fruto algum, o que seus discípulos ouviram. – No dia seguinte, ao passarem pela figueira, viram que secara até à raiz. – Pedro, lembrando-se do que dissera Jesus, disse: Mestre, olha como secou a figueira que tu amaldiçoaste. – Jesus, tomando a palavra, lhes disse: Tende fé em Deus. – Digo-vos, em verdade, que aquele que disser a esta montanha: Tira-te daí e lança-te ao mar, mas sem hesitar no seu coração, crente, ao contrário, firmemente, de que tudo o que houver dito acontecerá, verá que, com efeito, acontece. (S. MARCOS,11:12 a 14 e 20 a 23.)
 
9. A figueira que secou é o símbolo dos que apenas aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, nada de bom produzem; dos oradores que mais brilho têm do que solidez, cujas palavras trazem superficial verniz, de sorte que agradam aos ouvidos, sem que, entretanto, revelem, quando perscrutadas, algo de substancial para os corações. É de perguntar -se que proveito tiraram delas os que as escutaram.
 
Simboliza também todos aqueles que, tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida. O que as mais das vezes falta é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que abala as fibras do coração, a fé, numa palavra, que transporta montanhas. São árvores cobertas de folhas, porém, baldas de frutos. Por isso é que Jesus as condena à esterilidade, porquanto dia virá em que se acharão secas até à raiz. Quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que nenhum bem para a Humanidade houverem produzido, cairão reduzidas a nada; que todos os homens deliberadamente inúteis, por não terem posto em ação os recursos que traziam consigo, serão tratados como a figueira que secou.
 
10. Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta de órgãos materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o serem dotados de faculdades para esse efeito. Nos tempos atuais, de renovação social, cabe-lhes uma missão especialíssima; são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número, para que abunde o alimento; há os por toda a parte, em todos os países, em todas as classes da sociedade, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que todos são chamados. Se, porém, eles desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos, se se recusam a utilizá-la em benefício dos outros, se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a figueira estéril. Deus lhes retirará um dom que se tornou inútil neles: a semente que não sabem fazer que frutifique, e consentirá que se tornem presas dos Espíritos maus.

ALEGAÇÕES DA FÉ
Não adianta guardar a semente sem proveito.
Quem confia ara e semeia, trabalha e cria.
Adelino De Carvalho
Livro: “Praça Da Amizade” Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Autores Espirituais Diversos.

sábado, 22 de dezembro de 2012

A PALAVRA DE JESUS


Tema da semana
odiar os pais”
de 17/12/2012 a 23/12/2012



Meimei

Reunião de 6 de outubro de 1955.

Na parte final de nossas tarefas, tivemos a alegria de ouvir Meimei, a nossa abnegada irmã de sempre, que nos falou, comovida, sobre a palavra de Jesus.

Meus irmãos.

Deus nos abençoe.

A palavra do Cristo é a luz acesa para encontrarmos na sombra terrestre, em cada minuto da vida, o ensejo divino de nossa construção espiritual.

Erguendo-a, vemos o milagre do pão que, pela fraternidade, em nós se transforma, na boca faminta, em felicidade para nós mesmos.

Irradiando-a, descobrimos que a tolerância por nós exercida se converte nos semelhantes em simpatia em nosso favor.

Distribuindo-a, observamos que o consolo e a esperança, o carinho e a bondade, veiculados por nossas atitudes e por nossas mãos, no socorro aos companheiros mais ignorantes e mais fracos, neles se revelam por bênçãos de alegria, felicitando-nos a estrada.

Geme a Terra, sob o pedregulho imenso que lhe atapeta os caminhos...

Sofre o homem sob o fardo das provações que lhe aguilhoam a experiência.

E assim como a fonte nasce para estender-se, desce o dom inefável de Jesus sobre nós para crescer e multiplicar-se.

Levantemos, cada hora, essa luz sublime para reerguer os que caem, fortalecer os que vacilam, reconfortar s que choram e auxiliar os que padecem.

O mundo está repleto de braços que agridem e de vozes que amaldiçoam.

Seja a nossa presença junto dos outros algo do Senhor inspirando alegria e segurança.

Não nos esqueçamos de que o tempo é um empréstimo sagrado e quem se refere a tempo diz oportunidade de ajudar para ser ajudado, de suportar para ser suportado, de balsamizar as feridas alheias para que as nossas feridas encontrem remédio e sacrificarmo-nos pela vitória do bem, para que o bem nos conduza à definitiva libertação.

Nós que tantas vezes temos abusado das horas para impor, aos que nos seguem, o Reino do Senhor, à força de reprovações e advertências, saibamos edificá-lo em nós próprios, no silêncio do trabalho e da renúncia, da humildade e do amor.

Meus irmãos, no seio de todos os valores relativos e instáveis da existência humana, só uma certeza prevalece – a certeza da morte, que restitui às nossas almas os bens ou os males que semeamos nas almas dos outros.

Assim, pois, caminhemos com Jesus, aprendendo a amar sempre, repetindo com Ele, em nossas proveitosas dificuldades de cada dia: - <<Pai Nosso, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos Céus.

Do livro Vozes do Grande Além. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
EVANGELHO
Se caminhas neste mundo,
Sejas moço, sejas velho,
Não esqueças, meu amigo,
A bússola do Evangelho.
Livro Cartilha da Natureza
Psicografia Chico Xavier

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A reconciliação


Tema da semana
Odiar os pais”
de 17/12/2012 a 23/12/2012

Raul Teixeira

Eu conheci Karen numa das viagens que fiz a uma das cidades do Sul do Brasil.

Uma jovem que à época contava 16 para 17 anos. Loira, quase ruiva, olhos de um azul celestial. Magrinha, de pequena estatura, mas uma alma muito querida.

Procurou-me depois de uma palestra e perguntou-me se poderia falar duas coisas comigo. Acedi, dei-lhe o tempo e Karen começou a me falar que carregava um grave problema na alma. As lágrimas chegaram aos seus olhos sem cair. Perguntei-lhe qual era o problema tão grave e ela respondeu-me que era sua mãe.

Mas o que pode haver de tão grave com sua mãe? Retruquei.

E Karen me respondeu, deixando que as lágrimas agora rolassem.

É que minha mãe é meretriz e eu não quero saber dela, envergonho-me delaTenho um namoradinho, professor, e tenho muita vergonha que ele saiba que minha mãe é assim. Gostaria de nunca mais vê-la.

Vi o sofrimento daquela jovem, na forma como ela narrava os tormentos do seu coração em relação à situação de sua mãe.

Percebendo isso dirigi-me a Karen e lhe perguntei: Por acaso, minha amiga, você já conversou com sua mãe, para saber dela o que a levou a esse estilo de vida?

Possivelmente sua mãe o tenha feito para defendê-la. Na fragilidade do próprio coração, queria salvar a filha, de repente, de um padrasto, de alguém que ela temesse desrespeitar vocêConverse com sua mãe, tenho certeza de que você ainda vai descobrir a mãe que tem.

Karen chorou, abraçou-me, perguntou se poderia me escrever. Eu assenti.

Duas semanas depois do nosso encontro em sua cidade, eu recebo uma pequena carta da jovenzinha e ela me dizia: Telefonei para minha mãe e pedi a ela um encontro para que conversássemos.

Ela ficou tão contente e marcamos de conversar no dia X.

Fiquei aguardando a chegada do dia X, para ver o que é que a menina iria me escrever depois.

Quase um mês se passou, quando recebi uma cartinha mais longa de Karen e dizia-me que conversaram, ela e sua mãe, durante uma noite inteira. De fato, sua mãe confirmara que tivera medo de casar-se outra vez depois da viuvez e alguém, introduzido no seu lar, abusar de sua filha que ela amava tanto.

Pela fragilidade de sua alma ela, então, se envolveu com um homem, se envolveu com outro homem e quando se deu conta, estava viciada em se envolver com os homens.

A jovem me falava na carta que sentiu uma ternura tão grande por sua mãe, que ficaram amigas ao fim da conversa.

Já tinham combinado de irem morar no mesmo apartamento, as duas ficariam no mesmo quarto para que pudessem conversar durante muitas horas, retirando o atraso daquele tempo em que estiveram distanciadas, não pela mãe mas pela filha.

Tempos depois recebi outra mensagem da jovem do Sul, dizendo-me que sua mãe era a melhor pessoa do mundo, como a amava, como a ajudava e que estava vivendo com sua mãe, um verdadeiro paraíso.

Já tinha apresentado seu namorado para a mãe e sua mãe o tratava muito bem, ele gostava da futura sogra.

Os dias foram se passando, os meses. Dois anos depois da primeira conversa, Karen me diz que tinha ficado noiva, depois me manda o convite do seu casamento para o qual sua mãe seria a madrinha. Seria uma festa de corações. Ela se reconciliara com sua genitora e, agora, Karen tem dois meninos.

Atualmente um tem seis anos, outro tem quatro anos, amam a avó, vivem no mesmo lar.

A antiga mãe atormentada pela prostituição se converteu no anjo tutelar da família. Cuida dos netos para que a filha e o genro possam trabalhar. Ama as crianças de paixão e a reconciliação abriu as portas da alma de Karen para descobrir um amor que a amava tanto, ainda que à distância.
*   *   *

Quando penso na história de Karen, história que eu conheci pessoalmente, fico imaginando quantos dramas familiares existem nessa mesma direção.

Filhos, filhas que se antagonizam com pais, com mães, cheios de razões e muitas vezes com razões de fato, mas que nunca se predispuseram a ouvir as razões do outro.

Conversar com o pai, conversar com a mãe, saber o que de fato aconteceu e abrir a alma para saber perdoar. Nenhum filho tem esse direito de ficar de mal com sua mãe, de ficar de mal com seu pai, por mais complicados que eles sejam,  porque foram eles que nos permitiram chegar.

Há muitas mães certinhas, cheias de virtudes, mas que não deixam os filhos nascerem. Há muitos pais certinhos socialmente, cultos, mas que não querem filhos.

Então os nossos pais, as nossas mães ainda que pobres, analfabetos, portando certos vícios, até o hábito da prostituição sexual, mas que abriram as portas da reencarnação para que nós chegássemos.

Não é sem sentido que o Decálogo de Moisés estabelece num dos seus mandamentos: Honra a teu pai e a tua mãe, a fim de viveres longo tempo na terra que o Senhor te dará.

Honrar é respeitar. Ninguém poderá impor a um filho amar o seu pai, amar a sua mãe, principalmente quando consideramos as nuanças da reencarnação.

Muitas vezes renascemos como filhos, como filhas de antigos inimigos nossos. Muitas vezes recebemos no lar como filhos, como filhas, antigos adversários nossos e é natural que, pelas Leis da afinidade, nós não tenhamos tantas aberturas para amar, tanto incentivo para amar. Toleramos, suportamos, no entanto, respeitando sempre.

Não precisamos concordar com tudo que eles fazem. Mas odiar o pai, odiar a mãe, ter raiva do pai, ter raiva da mãe certamente nos complicará porque isso caracterizará um crime de lesa-coração, um crime de desrespeito aos pais, de ingratidão, que o Evangelho aponta como sendo uma das coisas mais sérias que a alma pode contrair, para sua vivência atual e futura.

Do mesmo modo, precisamos nos reconciliar com nossos amores, pai, mãe, irmãos enquanto é tempo, enquanto estamos juntos deles. Não nos esqueçamos que foi Jesus Cristo que nos propôs: Reconcilia-te com teu adversário, enquanto estás a caminho com ele. Enquanto estamos aqui na Terra.

Se o nosso adversário falecer antes de nós ou nós antes dele, teremos aí um grave imbróglio, porque pode ser que ele, no Além, não nos perdoe as ingratidões, a malquerença, os distúrbios provocados em sua vida.

Pode ser que daqui não tenhamos mais chances de pedir-lhes desculpas, de pedir-lhes perdão e carregaremos o complexo de culpa, o tormento íntimo durante uma existência inteira, sentindo sempre que somos culpados ou responsáveis pelas desditas que eles passaram ou mesmo por sua morte.

Quantas vezes encontramos filhos, esposos, amigos que se agarram à alça do ataúde onde estão os corpos das pessoas por eles desamadas e gritam e se desesperam. Para quem esteja vendo parecerá bem querer, mas no fundo da alma de cada uma pode ser complexo de culpa.

Eu podia ter vivido melhor com ele.

Eu podia ter sido melhor para ela
.
Eu podia ter feito um pouco mais para nos reconciliarmos.

Eu poderia ter investido um pouco mais, para não deixar murchar o amor, que nunca morre
.
A indiferença, a malquerença nos complica. Antes de irmos ao templo entregar nossa oferenda, diz o Evangelho, antes de irmos para as nossas práticas religiosas, sejam elas quais forem, reconciliemos o coração com aquelas pessoas que nos atendem, que nos servem ou mesmo com aqueles que nos antagonizam, que são nossos adversários ou mesmo que sejam nossos inimigos.

É por isto que, baseando-nos nos ensinos de Jesus Cristo, entendo Karen, entendi Karen.
E há tantas outras Karens vivendo no mundo, precisando amar.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 209, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná Programa gravado em agosto de 2009.Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 13 de junho de 2010.
Em 11.10.2010.

ANOTAÇÕES DE FAMÍLIA
As famílias quando varam
Travessias dolorosas
Lembram roseiras de espinhos
Acobertadas de rosas.
 Emmanuel 
Psicografia: Francisco Cândido Xavier Livro: Família