terça-feira, 30 de dezembro de 2014

FIDELIDADE A DEUS

Tema da semana
Fidelidade
De  29/12/2014 a 04/01/2015

Irmão X - Humberto de Campos

Depois das primeiras prédicas de Jesus, respeito aos trabalhos ingentes que a edificação de Deus existia dos seus discípulos, esboçou-se na fraterna comunidade um leve movimento e incompreensão. Que? pois a Boa-Nova reclamaria tamanhos sacrifícios? Então o Senhor, que sondava o íntimo de seus companheiros diletos, os reuniu, uma noite, quando a turba os deixara a sós e já algumas horas haviam passado sobre o pôr do sol.

Interrogando-os vivamente, provocou a manifestação dos seus pensamentos e dúvidas mais íntimas. Após escutar-lhes as confidências simples e sinceras, o Mestre ponderou:

– Na causa de Deus, a fidelidade deve ser uma das primeiras virtudes. Onde o filho e o pai que não desejem estabelecer, como ideal de união, a confiança integral e recíproca? Nós não podemos duvidar da fidelidade do Nosso Pai para conosco. Sua dedicação nos cerca os espíritos, desde o primeiro dia. Ainda não o conhecíamos e já ele nos amava. E, acaso, poderemos desdenhar a possibilidade da retribuição? Não seria repudiarmos o título de filhos amorosos, o fato de nos deixarmos absorver no afastamento, favorecendo a negação?

Como os discípulos o escutassem atentos, bebendo-lhe os ensinos, o Mestre acrescentou :

– Tudo na vida tem o preço que lhe corresponde. Se vacilais receosos ante as bênçãos o sacrifício e as alegrias do trabalho, meditai nos tributos que a fidelidade ao mundo exige. O prazer não costuma cobrar do homem um imposto alto e doloroso? Quanto pagarão, em flagelações íntimas, o vaidoso e o avarento? Qual o prego que o mundo reclama ao gozador e ao mentiroso?

Ao clarão alvacento da Lua, como pai bondoso rodeado de seus filhinhos, Jesus "reconheceu que os discípulos, diante das suas cariciosas perguntas, haviam transformado a atitude mental, como que iluminadas por súbito clarão.

Tìmidamente, Tiago, filho de Alceu, contou a história de um amigo que arruinara a saúde, por excessos nos prazeres condenáveis.

Tadeu falou de um conhecido que, depois de ganhar grande fortuna, se havia tornado avarento e mesquinho a ponto de priva-los do necessário, para multiplicar o número de suas moedas, acabando assassinado pelos ladrões.

Pedro recordou o caso de um pescador de sua intimidade, que sucumbira tragicamente, por efeito de sua desmedida ambição.

Jesus, depois de ouvi-los, satisfeito, perguntou :

– Não achais enorme o tributo que o mundo exige dos que se apegam aos seus gozos e riquezas? Se o mundo pede tanto, porque não poderia Deus pedir-nos lealdade ao coração? Trabalhamos agora pela instituição divina do seu reino na Terra; mas, desde quando estará o Pai trabalhando por nós? As interrogativas pairavam no espaço sem resposta dos discípulos, porque, acima de tudo, eles ouviam a que lhes dava o próprio coração. Do firmamento infinito os reflexos do luar se projetavam no lençol tranquilo do lago, dando a impressão de encantador caminho para o horizonte, aberto sobre as águas, por entre deslumbramentos de luz.

Enquanto os companheiros meditavam no que dissera Jesus, Tiago se lhe dirigiu, nestes termos:

– Mestre, tenho um amigo, de Corazin que vos ouviu a palavra santificante e desejava seguir-vos ; porém, asseverou-me que o reino pregado pela vossa bondade está cheio de numerosos obstáculos, acrescentando que Deus deve mostrar-se a nós outros somente na Vitória e na ventura. Devo confessar que hesitei ante as suas observações, mas, agora, esclarecido pelos vossos ensinamentos, melhor vos compreendo e afirmo-vos que nunca esquecerei minha fidelidade ao reino!...

A voz do apóstolo, na sua confissão espontânea, se revelava tocada de entusiasmo doce e amigo e o Senhor, aproveitando a hora para a semeadura divina, exclamou bondoso:

– Tiago, nem todos podem compreender a verdade de uma só vez. Devemos considerar que o mundo está cheio de crentes que não entendem a proteção às céu, senão nos dias de tranquilidade e de triunfo. Nós, porém, que conhecemos a vontade suprema, temos que lhe seguir o roteiro. Não devemos pensar no Deus que concede, mas no Pai que educa; não no Deus que recompensa, sim no Pai que aperfeiçoa. Daí se segue que a nossa batalha pela redenção tem de ser perseverante e sem tréguas...

Nesse ínterim, todos os companheiros de apostolado, manifestando o interesse que os esclarecimentos da noite lhes causavam, se puseram a perguntar, com respeito e carinho.

– Mestre – exclamou um deles – não seria melhor fugirmos do mundo para, viver na incessante contemplação do reino?...

– Que diríamos do filho que se conservasse em perpétuo repouso, junto de seu pai que trabalha sem cessar, no labor da grande família? Respondeu Jesus.

– Mas, de que modo se há de viver como homem e como apóstolo do reino de Deus na face deste mundo”. – inquiriu Tadeu.

– Em verdade – esclareceu o Messias – ninguém pode servir, simultaneamente, a dois senhores. Fora absurdo viver ao mesmo tempo para os prazeres condenáveis da Terra e para as virtudes sublimes do céu. O discípulo da Boa-Nova tem de servir a Deus, servindo à sua obra neste mundo. Ele sabe que se acha a laborar com muito esforço num grande campo, propriedade de seu Pai, que o observa com carinho e atenta com amor nos seus trabalhos. Imaginemos que esse campo estivesse cheio de inimigos : por toda parte, vermes asquerosos, víboras peçonhentas, tratos de terra improdutiva. É certo que as farsas destruidoras reclamarão a indiferença e a submissão do filho de Deus; mas, o filho de coração fiel a seu Pai se lança ao trabalho com perseverança e boa vontade. Entrará em luta silenciosa com o meio, sofrer-lhe-á os tormentos com heroísmo espiritual, por amor do reino que traz no coração, plantará uma flor onde haja um espinho, abrirá uma senda, embora estreita, onde estejam em confusão os parasitos da Terra, cavará pacientemente, buscando as entranhas do solo para que surja uma gota d’água onde queime um deserto. Do íntimo desse trabalhador brotará sempre um cântico de alegria, porque Deus o ama e segue com atenção.

– Qual a primeira qualidade a cultivar no coração – perguntou um dos filhos de Zebedeu – para que nos sintamos plenamente identificados com a grandeza espiritual da tarefa?

– Acima de todas as coisas – respondeu o Mestre – é preciso ser fiel a Deus.

A pequena assembléia parecia altamente enlevada e satisfeita; mas, André inquiriu:

– Mestre, estes últimos dias, tenho-me sentido doente e receio não poder trabalhar como os demais companheiros. Como poderei ser fiel a Deus, estando enfermo?

– Ouvi. – Replicou o Senhor com certa ênfase.

– Nos dias de calma, é fácil provar-se fidelidade e confiança. Não se prova, porém, dedicação, verdadeiramente, senão nas horas tormentosas, em que tudo parece contrariar e perecer. O enfermo tem consigo diversas possibilidades de trabalhar para Nosso Pai, com mais altas probabilidades de êxito no serviço'. Tateando ou rastejando, busquemos servir ao Pai que está nos céus, porque nas suas mãos divinas vive o Universo inteiro!..

“André, se algum dia teus olhos se fecharem para a luz da Terra, serve a Deus com a tua palavra e com os ouvidos; se ficares mudo, toma, assim mesmo, a charrua, valendo-te das tuas mãos. Ainda que ficasses privado dos olhos e da palavra, das mãos e dos pés, poderias servir a Deus com a paciência e a coragem, porque a virtude é o verbo dessa fidelidade que nos conduzirá ao amor dos amores!”
O grupo dos apóstolos calara-se, impressionado, ante aquelas recomendações. O luar esplendia sobre as águas silenciosas. O mais leve ruído não traía o silêncio augusto da hora.

André chorava de emoção, enquanto os outros observavam a figura do Cristo, iluminada pelos clarões da Lua, deixando entrever um amoroso sorriso. Então, todos, impulsionados por soberana força interior, disseram, quase a um só tempo:

– Senhor, seremos fiéis!...

***
Jesus continuou a sorrir, como quem sabia a intensidade da luta a ser travada e conhecia a fragilidade das promessas humanas. Entretanto, do coração dos apóstolos jamais se apagou a lembrança daquela noite luminosa de Cafarnaum, aureolada pelo sentimento divino. Humilhados e perseguidos, crucificados na dor e esfolados vivos, souberam ser fiéis, através de todas as vicissitudes da Natureza, e, transformando suas angústias e seus trabalhos num cântico de glorificação, sob a eterna inspiração do Mestre renovaram a face do mundo.

Do livro “Boa Nova”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Fidelidade é compreensão do dever.
Emmanuel
Do livro “Dicionário da Alma”
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

sábado, 27 de dezembro de 2014

Consciência e Mediunidade

ESTUDO DA MEDIUNIDADE
Joanna de Ângelis

No complexo mecanismo da consciência humana, a paranormalidade desabrocha, alargando os horizontes da percepção em torno das realidades profundas do ser e da vida.

Explodindo com relativa violência em determinados indivíduos, graças a cuja manifestação surgem perturbações de vária ordem, noutros aparece sutilmente, favorecendo a penetração em mais amplas faixas vibratórias, aquelas de onde se procede antes do corpo e para cujo círculo se retorna depois do desgaste carnal.

Irradiando-se como apercebimento da própria alma em torno do mundo que a rodeia, capta e transmite impressões que propõem mais equilíbrio aos quadros da vida.

Além das manifestações peculiares aos seus atributos, enseja o intercâmbio mediúnico com qualquer receio e ouvirás palavras alentadoras, verás pessoas queridas acercando-se de ti.

Não és uma realidade estática, terminada.

No processo da tua evolução, a mediunidade é campo novo de ação a joeirar, aguardando o arado da tua atenção.

Sem constituir-se um privilégio, é conquista que se te apresenta fascinante, para que mais cresças e melhor desempenhes as tuas tarefas no mundo.

Por ela terás acesso a paisagens felizes, a intercâmbios plenificadores, a momentos de reflexão profunda. Talvez, em algumas ocasiões, te conduza aos sítios do sofrimento e às pessoas angustiadas que também fazem parte do contexto da evolução.

Sintonizarás com a dor, no entanto, para que despertem os teus valores socorristas e ajudes, compreendendo melhor as leis de causa e efeito, que regem no universo.

Nos outros, os momentos de elevação, adquirirás sabedoria e iluminação para o crescimento eterno, conduzindo contigo aqueles que ainda não lograram caminhar sem apoio.

A mediunidade, para ser dignificada, necessita das luzes da consciência enobrecida.

Quanto maior o discernimento da consciência, tanto mias amplas serão as possibilidades do intercâmbio mediúnico.

Antes de estudar a mediunidade mais profundamente, Allan Kardec perguntou aos Mensageiros da Luz, conforme se lê no item 408, de O Livro do Espíritos:

-E qual a razão de ouvirmos, algumas vezes em nós mesmos, palavras pronunciadas distintamente, e que nenhum nexo têm com o que nos preocupa?

Os Veneráveis elucidaram-no:

-É fato: ouvis até mesmo frases inteiras, principalmente quando os sentidos começam a entorpecer-se. É, quase sempre, fraco eco do que diz um espírito que convosco se quer comunicar.

Conscientizando-te desta rica responsabilidade mediúnica ao teu alcance, faze silêncio interior, estuda a tua faculdade e, meditando, entra em sintonia com o teu guia espiritual a fim de que ele te conduza com segurança, iluminando e fortalecendo a tua consciência.

Psicografia de Divaldo Franco

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Convite à Solidariedade

Tema da semana
Solidariedade
De 22/12/2014 a 28/12/2014

Joanna de Ângelis


“Trata-o, e quanto gastares de mais, na volta eu te pagarei.”
(Lucas: capítulo 15º, versículo 35.)

São muitos os necessitados que desfilam aflições, aguardando entendimento e socorro.

Uns estão assinalados rudemente por deformidades visíveis que constituem a cruel recidiva de que precisam para aprender conduta e dever.

Outros se encontram sitiados por limitações coercitivas que funcionam  como  presídio  correcional,  a  fim  de  os  habilitarem para futura convivência social.

Alguns se apresentam com dificuldades no raciocínio e na lucidez, embora a aparência harmoniosa, como se fossem estetas da forma emparedando misérias mentais que os ensinam a valorizar oportunidade e bênção.

Diversos conduzem feridas expostas, abertas em chagas purulentas, com que drenam antigas mazelas e corrigem paixões impressas nos painéis do perispírito, submetido a terapêutica reno- vadora...

Vários estão estigmatizados a ferro e fogo, padecendo dores morais quase superlativas, em regime de economia de felicidade, exercitando as experiências da esperança.

Um sem número de atados à fome e à discriminação racial sob acicates poderosos, estão treinando humildade para o futuro.

Todos aguardando piedade, ensejo para conjugarem os verbos servir e amar.

Há outros, porém, esperando solidariedade.

São os construtores do ideal edificante, os servidores desinteressados, os promotores da alegria pura, os trabalhadores da fraternidade, os governantes honestos, os capitães da indústria forja- dos no aço da honradez, os pais laboriosos, os mestres e educadores fiéis ao programa do bem...

Sim, não apenas os que pagam o pretérito culposo, mas, sobretudo, os que estão levantando o Mundo Novo dos escombros que jazem no chão da Humanidade. Nobre e fácil chorar a dor ao lado de quem sofre.

Felizes, também, os que podem oferecer-se, solidários, aos que servem e amam ao Senhor, não obstante os diversos nomes e caminhos pelos quais se desvelam, operários da Era Melhor do amanhã ditoso.

Solidariedade, também, para com os que obram no bem.

Psicografia de Divaldo Franco do livro “Convites da Vida”

O BARCO E A ROTA
Bezerra de Menezes

Meu filho, o Senhor nos inspire.
O barco prossegue na rota certa:
Cristo e Kardec.
A porta e a chave.
O ensino e a experiência.
Continuidade – a nossa legenda.
Estudo de Allan Kardec.
Compreensão de Allan Kardec,
Divulgação de Allan Kardec.
Vivência de Allan Kardec.
Fé raciocinada, de coração renovado no amor.
Trabalho, Solidariedade e
Tolerância no programa Sublime.
Fora da Caridade não há salivação.
Confiemo-nos ao Senhor,
Trabalhando sempre.

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Doutrina e Vida


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

SOLIDARIEDADE

Tema da semana
Solidariedade
De 22/12/2014 a 28/12/2014

Emmanuel

Não exijas, inconsequentemente, que os outros te deem isso ou aquilo, como se o amor fosse artigo de obrigação.

Muitos falam de justiça social nas organizações terrestres, centralizando interesse e visão exclusivamente em si próprios, qual se os outros não fossem gente viva, com aspirações e lutas, alegrias e dores iguais às nossas.

Como entender aqueles que nos compartilham a estrada, sem largarmos a carapaça das vantagens pessoais, a fim de penetrar-lhes o coração?

Efetivamente, não possuímos fortuna capaz de suprimir-lhes todos os problemas de ordem material e nem as leis do Universo conferem a alguém o poder de atravessar por nós o dédalo das provas de que somos carecedores; entretanto, podemos empregar verbo e atitude, olhos e ouvidos, pés e mãos, de maneira constante, na obra do entendimento.

Inicia-te no apostolado da confraternização, meditando nas dificuldades aparentemente insignificantes de cada um, se nutres o desejo de auxiliar.

Não reclames contra o verdureiro, que não te reservou o melhor quinhão, atarantado, qual se encontra, no serviço, desde os primeiros minutos do amanhecer; endereça um pensamento de simpatia para a lavadeira, cujos olhos cansados não te viram a nódoa na roupa; considera o funcionário que te serve, apressado ou inseguro, por alguém de ideia presa a tribulações no recinto doméstico; aceita o amigo que te não pode atender numa solicitação como sendo criatura algemada a compromissos que desconheces; escuta os companheiros de ânimo triste, como quem se sabe também suscetível de adoecer e desanimar-se; interpreta o colega irritado por enfermo a rogar-te os medicamentos da tolerância; cala o apontamento desairoso, em torno daqueles que ainda não se especializaram em conversar com o primor da gramática; não te ofendas com o gesto infeliz do obsidiado, que transita na rua, sob a feição de pessoa equilibrada e sadia...
*

Todos sonhamos com o império da fraternidade, todos ansiamos por ver funcionando, vitoriosa, a solidariedade entre todos os seres, na exaltação dos mais nobres princípios da Humanidade... Quase todos, porém, aguardamos palácios e milhões, títulos e honrarias, para contribuir, de algum modo, na grande realização, plenamente esquecidos de que um rio se compõe de fontes pequenas e que nenhum de nós, no que se refere a fazer o melhor, em louvor do bem, deve esperar o amanhã para começar.

Extraído do livro Estude e Viva de Emmanuel e André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier. 


SOLIDARIEDADE
Emmanuel


Se já dominas a ti mesmo, ampara aqueles que ainda
não conseguem evitar a própria irritação.
Se te sentes com saúde, socorre o doente.
Se estás forte, auxilia aos mais fracos.
Se tens algum dinheiro, faze a doação de alguma parcela
ao necessitado que espera a bênção de um pão.
Solidariedade é lei da vida.
Hoje consegues apoiar alguns, amanhã, talvez precisarás do apoio de todos.

Da Obra “A Semente De Mostarda”
Médium: Francisco Cândido Xavier


sábado, 20 de dezembro de 2014

CONSIDERANDO A MEDIUNIDADE

ESTUDO DA MEDIUNIDADE

Emmanuel




A mediunidade terá surgido em ti por instrumento de espiritualização.

Procura melhorar o próprio discernimento, para que não hajas recebido, em vão, semelhante empréstimo da Espiritualidade Maior.

Há mediunidades e mediunidades. Em razão disso, temos aquelas que se caracterizam pelas provações regeneradoras que impõem e aquelas outras que se singularizam pelas realizações nobilitantes que podem efetuar.

Todas, porém, se identificam no Bem Eterno, quando se consagram ao bem dos semelhantes.

Em determinados lances da vida, a criatura renasce na terra de alma arraigada à influência de entidades que ela própria desequilibrou, em existências passadas, e sofre longos processos obsessivos nos quais reconquistará a confiança e o amor dos parceiros menos felizes de outrora, ao preço de suas próprias renunciações. Vemos aí nossos irmãos de faculdades cativas a empeços restaurativos em que o médium se recuperará pelo sofrimento, a caminho de apostolados futuros.

Noutros distritos da evolução, anotamos a presença daqueles que se corporificam no mundo para o desempenho de encargos específicos, através dos recursos espirituais em ação. Por intermédio deles, os desencarnados se manifestam, colaborando a benefício dos irmãos encarnados na arena física.

Cada qual, não obstante possua recursos psíquicos indiscriminados, tem a sua esfera particular de serviço.

Na condição de intérpretes dos espíritos, esse fala, aquele coopera no ministério da cura, o outro escreve, aquele outro atende à missão do esclarecimento e do reconforto, entre os companheiros que sofrem no mundo ou fora dele.

Se te reconheces portador de talentos medianímicos, asserena a própria alma e dispõe-te a servir.

Estuda as próprias faculdades e aceita o lugar onde sejas mais útil.

Não disputes primazia, mas, ao invés disso, procura veementemente as oportunidades de ação que te propiciem o prazer de ajudar alguém.

Toda tarefa é importante.

O Sol ilumina a Terra, mas a terra não produz sem a fonte.

Trabalha e trabalha.

Serve e serve.

Os Mensageiros de Deus sabem como destacar os servidores de Deus.


(De "No portal da Luz", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito de Emmanuel)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Diante da morte

Tema da semana
Deixai aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos
De 15/12/2014 a 21/12/2014

Joanna de Ângelis


o se consumiram, com a dissolução dos tecidos, aqueles que consideras mortos. Transitaram da circunstância carnal para o estado básico de Espíritos que são, donde oportunamente vieram à Terra, a fim de se revestirem com a tecedura material. Ora despo- jados dos implementos físicos, retornam à condição primeira, carregando, nos sutis e complexos mecanismos da vida que os mantém íntegros, as realizações e os gravames, asões positivas ou infelizes que se permitiram, enquanto se utilizaram do vaso fisiológico, na Terra. Mergulharam no acervo somático conduzindo propósitos superiores, quais alunos ingressando em abençoada Escola, com vistas ao futuro promissor. Despediram-se do currículo, guindados à posição que preferiram, fruindo a escolaridade conforme o aproveitamento que se permitiram.

Desapareceram da vida objetiva, sem dúvida, mas vivem em outra dimeno vibratória e examinam através de outras percepções a oportunidade que tiveram e os valores de que se fazem detentores inalienáveis. Os desatentos que se deixaram colher na distração lamentaram dolorosamente o tesouro do ensejo perdido. Os insidiosos e céticos, chamados ao retorno que esperavam demorasse, sofrem amargas decepções, face à realidade da vida que prossegue...

Os maus expiam enquanto despertam com a mente, tornada fornalha de remorsos, graças à nova situação que desconsideravam... Os resignados e bons, chamados ao convívio imortalista, exultam e se preocupam com os que se enleiam na ilusão ou se anestesiam na busca do nada em que se infelicitam. o desesperes, se a saudade te martiriza, ante a ausência deles. Estão ausentes só em corpo físico. Pensando neles, envolve-os na prece lucilante e befica. Estejam como estejam, receberão os teus pensamentos e deles retirarão o precioso conteúdo que os reconfortará valiosamente.

Assim, recorda-os com ternura e amor, desejando ser-lhes útil. Conjecturando em torno das suas vidas, traze à tela mental o que fizeram de bom, as suas horas ditosas, as evocações dos momentos felizes, que captarão de forma salutar. Desse modo, ligarse-ão a ti pelos preciosos liames do pensamento, mantendo intercâmbio sutil contigo, dialogando, ajudando-te caso o possam, poenquanto,  fazê-ldiretamentpeloprocessomediúnicos mais positivos... Isto posto, pensa em ti próprio.

Cada instante da experiência física mais te aproxima da realidade espiritual. Reflexiona como te encontras, o que já fizeste, o que possuis para conduzir, porquanto também desencarnarás, apesar da saúde que ora desfrutas ou da situação em que laboras otimista. Diante dos que partiram na direção da Morte, assume o compromisso de preparar-te para o reencontro com eles na Vida abundante e o adies realizações superiores, que te serão valiosas. Sabendo-os vivos, enxuga o pranto que a dor pungente da grande transição propicia, considerando que, além da sepultura aparentemente misteriosa, a vida estua e, depois do umbral de cinza e pó em que o corpo se converte, brilha a madrugada da Imortalidade que nos domina e felicita.

Psicografia de Divaldo Franco do livro “Celeiro de Bênçãos”

Cornélio Pires
A MORTE DE NHÁ MINA

Nhá Mina morre aos poucos, num palheiro!...
Lembra a orquestra do Mestre Carmelinho...
Quando moça, rasgava o cavaquinho
Nas noites de alegria no terreiro.

Sozinha lembra... A flauta de Antoninho,
A sanfona de Juca Funileiro,
Depois... o mundaréu triste e inzoneiro,
Os maus-tratos e as mágoas do caminho...

Larga o corpo... Ouve acordes na janela,
A orquestra antiga toca junto dela,
Juca, Antoninho, Rita, Zico Prata...

A lua brilha... A noite é uma beleza!...
Nhá Mina sai... Parece uma princesa
Que vai casar no céu com serenata.

Livro “O Espírito de Cornélio Pires”
Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.