sábado, 31 de agosto de 2013

DOAÇÃO DIFERENTE

Tema da semana
Muito se pedirá aquele que muito recebeu”
de 26/08/2013 a 01/09/2013



Meimei

Tantos rogam socorro!...

E o coração se te enternece.

São doentes largados à noite, companheiros em penúria aguardando auxílio, pequeninos sem lar e irmãos em prova que te estendem as mãos, algo esperando de tua bondade ou de tua bolsa!...

Todos são dignos do apoio que se te faça possível.

Entretanto, nas trilhas do cotidiano, outros necessitados vão surgindo, a reclamarem uma das mais preciosas doações que a criatura é capaz de oferecer.

São aqueles que te agridem a vida: os que te dilapidam os interesses; os que te experimentam com a magia da tentação; os que te estragam o relacionamento familiar; os que te menosprezam os sentimentos; os que te espancam com as farpas invisíveis do sarcasmo; os que se apoderam do destaque para que te omitas obrigatoriamente na sombra; os que descarregam seus próprios fardos sobre as responsabilidades que transportas nos ombros; os que te agravam as dificuldades e aqueles outros que em vão te consomem as possibilidades de trabalho, anulando-te o tempo.

Diante desses irmãos que tantas vezes te emaranham no cipoal da inquietação vazia, não desesperes, nem desanimes,

Oferece-lhes a tua doação de paciência e deixa-os no recanto de incompreensão a que se acolhem.

Entrega-os a Deus e segue o teu próprio caminho.

São doentes do espírito que só a Divina Providência conseguirá curar na clínica do tempo. E é preciso reconhecer que os doentes da alma não sabem o que fazem.

(Chico Xavier do livro Sinais de Rumo)

CARIDADE E VIDA
Maria Dolores

Partíamos, - a equipe de serviço
Para aprender na Terra a servir por amor.
Quando ouvimos, atentos,
A palavra serena do Instrutor!

- Irmãos, a Terra é sempre a nossa grande escola,
Onde plantar o bem lembra luta renhida...
Tereis convosco a Eterna Providência,
Ide e considerai primeiro a vida.

Deus clareou a inteligência humana
E a inteligência humana fez do mundo
Amplo facilitário de trabalho,
Que lhe nasceu do cérebro fecundo!

Naves e ondas, firmamento afora,
Cidades ostentando harmonia e grandeza,
Máquinas, invenções e experimentos,
Tudo é sagrado para a Natureza.

Entretanto, anotai! Antes de tudo,
Na Civilização da Nova Era,
Sois obreiros do amor, caminho adiante,
Na seara do bem que vos espera!...

Entre os carros triunfantes da cultura
E os louros imortais de nobres gênios,
Crueldade e violência, ódio e penúria,
São chagas ancestrais de outros milênios...

Estampai vossa voz nas vozes generosas
Que renovam a fé nas almas cambalidas.
E ponde as vossas mãos abençoadas
Que socorrem a dor, lavando-lhes as feridas!...

Ide à mágoa das mães, na provação que oprime,
Extirpai-lhes do peito o fel do desconforto,
Amparai as crianças desprezadas
E evitai sobre a Terra o estigma do aborto!...

Não vos equivoqueis, fitando a Ciência,
Refulgindo no chão e conquistando Espaços,
A Humanidade em si, chora, aflije-se e clama,
Esperando por Deus em vossos braços!...

Finda a palavra do mentor amigo,
Eis-nos na Terra, ao sol, ante o mundo opulento
Das cidades que brilham, carregando
Insegurança, angústia e sofrimento...

Então reconheci que acima do progresso
Dos grandes povos reis que se transformarão,
Somente a caridade, assegurando a Vida
Pode criar na Terra a paz do coração.

ESTRADAS E DESTINOS - Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

AUTO CONHECIMENTO

Tema da semana
Muito se pedirá aquele que muito recebeu”
de 26/08/2013 a 01/09/2013



Albino Teixeira

Se queres verdadeiramente encontrar-te, sai de ti mesmo.

Como poderias realizar o autoconhecimento no clima do egoísmo?

Como saber quem és, desconhecendo como reages diante dos outros?

Como será possível alguém se entregar a demoradas introspecções, se não muito longe há fome e dor, lágrima e sofrimento?

Disse o Senhor:

- “Que brilhe a tua luz!...”.

Ele mesmo, a luz do mundo, não permaneceu nos paramos celestiais no êxtase dos bem-aventurados.

_ “Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância”.

Se desejas conhecer-te, não feche os olhos para o mundo, trancando-te em tuas emoções.

Na ação do trabalho que entende socorro a todos, ver-te ás como és.

Psicografia: Francisco Cândido Xavier _ Carlos A. Bacelli Espírito: Autores Diversos
Digitadora voluntária: Maria Luiza da Silveira Chav

IDE E FAZEI
Carmen Cinira

Ide e fazei o bem, enquanto é dia!...
Bendita a mão que ara e que semeia
Enquanto a Terra canta e brilha, cheia
De beleza, de luz e de alegria.

Não vos pese seguir, de pés sangrando,
Na caminhada sobre o pedregulho...
Como o Sol, trabalhando sem barulho,
O amor segue servindo, forte e brando.

Infortunado é aquele que descansa,
Que, por temer a dor, escapa e dorme;
Mais tarde, lutará, por tempo enorme,
Sem alívio, sem paz, sem esperança...

Somente o lavrador que se desvela,
Enriquecendo a terra sem canseira,
Seguirá, do suor da sementeira,
Para a seara milagrosa e bela.

Ide e fazei o bem que vos resguarde
Contra o inverno cruel, triste e vazio,
Pois no vale da morte, escuro e frio,
Há quem clame e padeça muito tarde.

Centro Espírita Amor e Caridade
Belo Horizonte – MG 20.01.1951

Fonte:  livro “Marcas do Caminho”
Psicográfia: Francisco Cândido Xavier
Espíritos diverso


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cobrança indevida

Tema da semana
“Muito se pedirá aquele que muito recebeu”
de 26/08/2013 a 01/09/2013

Momento espírita

Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo retornavam ao casebre, seguindo por longa estrada.

Ao passarem próximo a uma moita de samambaia, ouviram um gemido.

Verificaram e descobriram um homem caído. Estava pálido e com uma grande mancha de sangue, próxima ao coração.

Tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência.

Com muita dificuldade, mestre e discípulo o carregaram para o casebre rústico, onde viviam. Lá trataram do ferimento.

Uma semana depois, já restabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca.

Disse também que conhecia seu agressor, e que não descansaria enquanto não se vingasse.

Disposto a partir, o homem disse ao sábio: “Senhor, muito lhe agradeço por ter salvado a minha vida. Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade. Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti.”

O mestre olhou fixo para o homem e disse: “Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo informá-lo de que você me deve três mil moedas de ouro, como pagamento pelo tratamento que lhe fiz.”

O homem ficou assustado e disse: “Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!”

Com serenidade, tornou a falar o sábio: “Se não pode pagar pelo bem que recebeu, com que direito quer cobrar o mal que lhe fizeram?”

O homem ficou confuso e o mestre concluiu: “Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve. Não faça cobrança pelas coisas ruins que aconteçam em sua vida, pois a vida pode lhe cobrar tudo de bom que lhe ofereceu.”

Todos os dias somos aquinhoados com centenas de bênçãos. A primeira, é a própria oportunidade de tornar a abrir os olhos no corpo físico.

Depois, a oportunidade de encher os pulmões de ar. Ar que nos é dado pela Divindade.
A bênção do alimento que nos nutre o corpo. Alimento que extraímos da terra generosa, bastando que nela plantemos a semente.

A bênção do trabalho que nos permite o desenvolvimento das nossas habilidades, o progresso, a aquisição de bens materiais que nos são necessários.

Enfim, o digno sustento próprio e dos que nos constituem responsabilidade.

A bênção da religião, que nos fortalece o espírito, dando-nos o conhecimento da existência de um Deus Pai, que dirige os nossos destinos e guarda a nossa vida.

A bênção da família, dos amigos, dos colegas, dos animais de estimação.

Cada qual, a seu modo, nos oferta, a cada dia, seu carinho, sua devoção, enriquecendo as nossas horas.

Pense, enfim, nas bênçãos que todos os dias você recebe, sem esforço algum.

Você não precisa acender o sol, nem pedir a ele que apareça. Ele simplesmente vem e lhe dá calor, luz, vida.

Você não necessita acionar botão algum para que o vento amigo se manifeste nos dias de ardência. Ele simplesmente vem.

Balança o arvoredo, espanca nuvens borrascosas, limpa o céu e ainda brinca de desarrumar os seus cabelos.

Você não precisa suplicar ao botão para desabrochar. Ele arrebenta em perfume e colorido para o seu deleite.

Você não precisa suplicar aos pássaros que encham de sons o dia. Eles aparecem e brindam seus ouvidos com a variedade infinita de seus trinados e cantorias.

Por tudo isso, pense, que direito você tem de tomar contas a quem quer que seja, por algo ruim que lhe tenha feito, ante um débito tão grande para com a divindade que tudo vê, provê, sem exigência alguma.

Pense nisso!

Da redação do momento espírita.
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DEVER
Ninguém nos substituirá
na esfera do próprio dever
Agar
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Saibamos cooperar

Tema da semana
“Muito se pedirá aquele que muito recebeu”
de 26/08/2013 a 01/09/2013

Emmanuel

O reino da vida, além da morte, não é domicílio do milagre. Passa o corpo, em trânsito pra a natureza inferior que lhe atrai os componentes, entretanto, a alma continua na posição evolutiva em que se encontra.

Cada inteligência apenas consegue alcançar a periferia do círculo de valores e imagens dos quais se faz o centro gerador.

Ninguém pode viver em situação que ainda não concebe.

Dentro da nossa capacidade de auto projeção, erguem-se os nossos limites.

Em suma, cada ser apenas atinge a vida, até onde possa chegar a onda do pensamento que lhe é próprio.

A mente primitivista de um mono, transposto o limiar da morte, continua presa aos interesses da furna que lhe consolidou os hábitos instintivos.

O índio desencarnado dificilmente ultrapassa o âmbito da floresta que lhe acariciou a existência.

Assim também, na vastíssima fauna social das nações, cada criatura dita civilizada, além do sepulcro, circunscreve-se ao círculo das concepções que, mentalmente, pode abranger.

A residência da alma permanece situada no manancial de seu próprios pensamentos.

Estamos naturalmente ligados às nossas criações.

Demoramo-nos onde supomos o centro de nossos interesses.

Facilmente explicável, assim, a continuidade dos nossos hábitos e tendências, além da morte.

A escravidão ou a liberdade residem no imo de nosso próprio ser.

Corre a fonte, sob a emanação de vapores da sua própria corrente.

Vive a árvore rodeada pelos fluidos sutis que ela mesma exterioriza, através das folhas e das resinas que lhe pendem dos galhos e do tronco.

Permanece o charco debaixo da atmosfera pestilencial que ele mesmo alimenta, e brilha o jardim, sob as vagas do perfume que produz.

Assim também a Terra, com o seu corpo ciclópico, arrasta consigo, na infinita paisagem cósmica, o ambiente espiritual de seus filhos.

Atravessado o grande umbral do túmulo, o homem deseducado prossegue reclamando aprimoramento.

A criatura viciada continua exigindo satisfação aos apetites baixos.

O cérebro desvairado, entre indagações descabidas, não foge, de imediato, ao poço de obscuridades em que se submergiu.

E a alma de boa-vontade encontra mil recursos para adiantar-se na senda evolutiva, amparando o próximo e descobrindo na felicidade dos outros a própria felicidade.

Em razão das leis que nos governam a vida, nem sempre o mensageiro que regressa do país da morte procede de planos superiores e nem a mediunidade será sinônimo de sublimação.

Determinadas inteligências desencarnadas se comunicam com determinados instrumentos mediúnicos.

Os habitantes de outras esferas buscam no mundo aqueles com os quais simpatizam e a mente encarnada aceita a visita das entidades com as quais se afina.

A necessidade do Evangelho, portanto, como estatuto de edificação moral dos fenômenos espíritas, é impositivo inadiável. Com a Boa Nova, no mundo abençoado e fértil da nossa Doutrina de luz e amor, possuímos a estrada rela para a nossa romagem de elevação.

Do livro “Fonte viva”.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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DEVER
Recebemos o ministério
da luz espiritual e
não podemos esquecer
que os milhões de irmãos
nossos podem recorrer a palavra  
"direito" nos círculos  do mundo;
a nós todos cabe com Jesus o  
"dever" de servir em seu nome,
sem exigências.
Bezzera de Menezes
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Ante o estudo

Tema da semana
Muito se pedirá aquele que muito recebeu”
de 26/08/2013 a 01/09/2013



Joanna de Ângelis

Necessário em qualquer mister. Impostergável para o aprimoramento humano. Valioso para maior integração do indivíduo nos objetivos a que se vincula. Indispensável para a iluminação interior. Em todo ministério de enobrecimento, o estudo tem regime de urgência como diretriz de segurança e veículo de libertação íntima.

Ninguém pode vincular-se em definitivo ao ministério redentor sem conhecer as razões preponderantes da existência espiritual. Evidente que antes de qualquer realização, programas e projetos devam constituir bases experimentais. O estudo, desse modo, fornece as coordenadas para maior penetração na tarefa buscada: seja a de ajudar, seja a de ajudar-se.

No que diz respeito à Doutrina Espírita, cabe-nos a todos o dever de mergulhar o pensamento nas fontes lustrais do conhecimento, a fim de melhor entendermos os quesitos preciosos da existência, simultaneamente às leis preponderantes da Causalidade, de modo a podermos dirimir equívocos e dúvidas, colocando balizas demarcatórias no campo das conquistas pessoais, intransferíveis: um quarto de hora, diariamente, dedicado ao estudo; pequena página para reflexão, diuturnamente; um conceito espírita como glossário para cada dia; uma nótula retirada do contexto luminoso da Codificação para estruturar segurança em cada 24 horas; uma noite por semana para o estudo espírita, no dia reservado ao Culto Evangélico do Lar, como currículo educativo; uma pausa para a prece e singelo texto para vigilância espiritual, sempre que possível...

Sim, todos podem realizar curso inadiável para promoção espiritual na escola terrestre. O estudo do Espiritismo, portanto, hoje como sempre é de imensurável significação. Definiu-lhe a validade o Espírito de Verdade, no lapidar conceito exarado em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instrui-vos, este o segundo.” Estudar sempre e incessantemente a fim de amar com enobrecimento e liberdade.

Psicografia de Divaldo Franco do livro Celeiro de Bênçãos

COMPANHEIROS, AVANTE
Abel Gomes

Aos irmãos da Causa Espírita no Brasil

Servidores leais da Nova Era,
Segui, de arado às mãos, na seara imensa,
Colhendo o trigo lúcido da crença
Que conforta, restaura e regenera.

Em torno_ é o mundo que se desespera,
Entre as sombras da noite que se adensa;
Vós sois, porém, a doce recompensa
Do ideal torturado em longa espera.

Mensageiros da luz Imorredoura,
Sois a bênção da vida porvindoura
Na construção do templo da verdade!...

Combatei a maldade, o ódio, a guerra,
Sois com Jesus, o sal da Nova Terra,
Vanguardeiros da Nova Humanidade.

Livro Moradas de Luz – Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos

Digitado por Ruth Sant’An


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Multo se pedirá àquele que multo recebeu

Tema da semana
Muito se pedirá aquele que muito recebeu”
de 26/08/2013 a 01/09/2013



Allan Kardec

10. O servo que souber da vontade do seu amo e que, entretanto, não estiver pronto e não fizer o que dele queira o amo, será rudemente castigado. - Mas, aquele que não tenha sabido da sua vontade e fizer coisas dignas de castigo menos punido será. Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado. (S. LUCAS, cap. XII, vv. 47 e 48.)

11. Vim a este mundo para exercer um juízo, a fim de que os que não veem vejam e os que veem se tornem cegos. - Alguns fariseus que estavam, com ele, ouvindo essas palavras, lhe perguntaram: Também nós, então, somos cegos? - Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecados; mas, agora, dizeis que vedes e é por isso que em vós permanece o vosso pecado. (S. JOÃO, cap. IX, vv. 39 a 41.)

12. Principalmente ao ensino dos Espíritos é que estas máximas se aplicam. Quem quer que conheça os preceitos do Cristo e não os pratique, é certamente culpado; contudo, além de o Evangelho, que os contém, achar-se espalhado somente no seio das seitas cristãs, mesmo dentro destas quantos há que não o leem, e, entre os que o leem, quantos os que o não compreendem! Resulta daí que as próprias palavras de Jesus são perdidas para a maioria dos homens.

O ensino dos Espíritos, reproduzindo essas máximas sob diferentes formas, desenvolvendo-as e comentando-as, para pô-las ao alcance de todos, tem isto de particular: não é circunscrito: todos, letrados ou iletrados, crentes ou incrédulos, cristãos ou não, o podem receber, pois que os Espíritos se comunicam por toda parte. Nenhum dos que o recebam, diretamente ou por intermédio de outrem, pode pretextar ignorância; não se pode desculpar nem com a falta de instrução, nem com a obscuridade do sentido alegórico. Aquele, portanto, que não aproveita essas máximas para melhorar-se, que as admira como coisas interessantes e curiosas, sem que lhe toquem o coração, que não se torna nem menos vão, nem menos orgulhoso, nem menos egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem melhor para seu próximo, mais culpado é, porque mais meios tem de conhecer a verdade.

Os médiuns que obtêm boas comunicações ainda mais censuráveis são, se persistem no mal, porque muitas vezes escrevem sua própria condenação e porque, se não os cegasse o orgulho, reconheceriam que a eles é que se dirigem os Espíritos. Mas, em vez de tomarem para si as lições que escrevem, ou que leem escritas por outros, têm por única preocupação aplicá-las aos demais, confirmando assim estas palavras de Jesus: "Vedes um argueiro no olho do vosso próximo e não vedes a trave que está no vosso." (Cap. X, nº 9.)

Por esta sentença: "Se fôsseis cegos, não teríeis pecados", quis Jesus significar que a culpabilidade está na razão das luzes que a criatura possua. Ora, os fariseus, que tinham a pretensão de ser, e eram, com efeito, os mais esclarecidos da sua nação, mais culposos se mostravam aos olhos de Deus, do que o povo ignorante. O mesmo se dá hoje.

Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas, também, aos que houverem aproveitado, muito será dado.

O primeiro cuidado de todo espírita sincero deve ser o de procurar saber se, nos conselhos que os Espíritos dão, alguma coisa não há que lhe diga respeito.

O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados. Pela fé que faculta, multiplicará também o número dos escolhidos.

CONVERSA MATERNAL
João de Deus

Filho: alvorece... Apega-te à charrua
E semeia teu mundo juvenil
De bondade e beleza, em graças mil,
Enquanto a vida em ti se alarga e estua.

Guarda a firmeza de quem não recua.
Ante os percalços do terreno hostil,
Quando o arado trabalha, ao céu de anil,
O serviço do mestre continua...

Louva, cantando, a nova madrugada
Em que aparece a luta renovada,
Compelindo-te à luz do mais além.

Semeia, com Jesus, na manhã clara...
E encontrarás a glória da seara
No campo eterno do infinito bem.

Livro Mãe. Psicografia de Francisco Cândido Xavier


sábado, 24 de agosto de 2013

O TRABALHADOR FRACASSADO

Tema da semana
Dar-se-á àquele que tem”
de 19/08/2013 a 25/08/2013

Humberto de Campos

Na paisagem de luz, antes da imersão nos fluidos terrestres, Efraim recebia as últimas recomendações do Guia venerável:

- Vai, meu filho. Seja a próxima experiência na Terra, uma estação nova de trabalho construtivo. Recorda que és portador de nobre mensagem. A tarefa a que te propões é das mais edificantes. Distribuirás o pão do conforto espiritual, no esforço de amor em que te inspiras. Não olvides que energias diversas se conjugarão no mundo, para distrair-te a atenção dos objetivos traçados. É indispensável que te fortaleças na confiança em Deus, em todos os momentos da vida humana. Cada homem permanece no Planeta com a lembrança viva dos compromissos assumidos, revelando singularidades que a ciência das criaturas considera vocações espontâneas. A luta começa na infância, porque raros pais, na Terra, estão aptos a orientar conscientemente os filhos confiados à sua guarda. Resiste, porém, e aprende a conservar tuas energias nos altiplanos da fé. Lembra a tarefa santificante, cometida ao teu esforço, e não escutes vozes tentadoras, nem desfaleças ante os tropeços naturais, que se amontoam nos caminhos da redenção. Há operários que, embora possuídos de belas intenções, estacionam inadvertidamente, por darem ouvidos aos enigmas que o mundo inferior lhes propõe em cada dia. Segue na estrada luminosa do bem, de olhar fixo no trabalho conferido às tuas mãos. Não olvides que Deus ajuda sempre; mas, nem por isso, poderás prescindir do próprio esforço em auxílio de ti mesmo.

O candidato à nobre missão, reconhecido e feliz, osculou as mãos do benfeitor e partiu. A esperança lhe acariciava os sentimentos mais puros. Não cabia em si de contentamento, pois recebera a formosa tarefa de repartir esclarecimentos e consolação entre os sofredores da Terra. Com que enlevo e satisfação lhes falaria das verdades sublimes de Deus! Mostraria a função aperfeiçoadora do sofrimento, enaltecendo o serviço construtivo da dor. Enquanto fornecesse testemunhos de fé na redenção própria, exemplificando no esforço dos homens de bem, reuniria materiais divinos para melhor atender ao imperativo do trabalho conferido à sua responsabilidade individual.

Todavia, consoante as observações ministradas pelo mentor compassivo e sábio, o trabalhador encontrou as primeiras dificuldades no próprio lar a que foi conduzido pelas teias de carinhosa atração. Ao passo que os amigos da esfera invisível buscavam multiplicar-lhe as noções de ordem superior na recapitulação do período infantil, os genitores inutilizavam diariamente o serviço espiritual, com a ternura viciosa e imprudente. Na libertação parcial do sono, Efraim era advertido pelos amigos do caminho eterno, a respeito da preparação necessária, mas logo que regressava à vigília, no corpinho tenro, a mamãe o tratava como bebê destinado às guirlandas de uma festa infantil; e o pai, voltando da repartição, preocupava-se em aumentar entretenimentos e frioleiras. Assim, a criança aprendia os nomes e gestos da gíria, acostumava-se a repetir as expressões menos dignas, a atacar com as mãozinhas cerradas, a insultar por brinquedo.

Quase reduzido à condição de papagaio interessante e voluntarioso, foi instado pelos amigos da esfera invisível a reconsiderar as obrigações assumidas. Entretanto, quando falava dos sonhos que o visitavam durante a noite, a mãezinha ralhava descontente: - “É pura imaginação, meu filho! Vives impressionado com as histórias da carochinha”. O pai ajuntava de pronto: - “Esquece os sonhos, Efraim, lembra que o mundo sempre pediu homens práticos”.

O rapazinho daí por diante começou a dispensar menos atenção ao plano intuitivo. No fundo, porém, não conseguia trair as tendências próprias. Dedicava inexcedível carinho aos livros de sabor individual, onde a elevação de sentimentos constituísse tema vitorioso. Exaltava-se facilmente no exame dos problemas da Religião, como se quisesse, resistindo às incompreensões domésticas, desferir os primeiros voos. No íntimo, adivinhava a realidade das obrigações que lhe competiam, mas a ternura excessiva dos pais contribuía a favor da preguiça e da agressividade. Onde Deus atirava sementes divinas, os responsáveis humanos cultivavam heras sufocantes.

No colégio, Efraim não era mau companheiro; os genitores, porém, desenvolviam tamanho esforço por destacar-lhe a condição, que, em breve, a vaidade sobressaía como estranha excrescência na sua personalidade.

E a experiência humana continuou, marcando o conflito entre a vocação do trabalhador e o obstáculo incessante do mundo. O plano invisível buscava insistentemente conduzi-lo ao clima espiritual adequado as realizações em perspectiva.

Enquanto na Igreja Católica Romana, o rapaz não encontrava senão motivos para acusações e xingamentos; transportado ao ambiente do culto protestante, apenas fixava expressões humanas, esquecido das substâncias divinas. Intimamente, Efraim experimentava aquela necessidade de instruir e consolar as almas. Às vezes, não conseguia sopitar os impulsos e desabafava em longas conversações com os amigos. Guardando, porém, os títulos acadêmicos em vez de usá-los como forças ascensionais para um conhecimento superior, convertia-os em entulhos lastimáveis, mantendo futilidades pouco dignas. Embalde a esfera espiritual o convidava à luta enobrecedora, em profundos apelos do pensamento.

Agora, casado e fundamente modificado pelas circunstâncias, Efraim parecia impermeável aos conselhos diretos e indiretos.

Enfim, depois de costear o continente infinito da Revelação divina em diversas modalidades, foi dar às praias ricas do Espiritismo cristão. Estava deslumbrado. A fé lhe revelava perfumes ignotos ao coração, semelhando-se a olorosa flor de mata virgem. Experimentou imediatamente a certeza de haver encontrado o lugar próprio. Ali, certamente, desenvolveria o plano construtivo de que lhe faltava a intuição nos recessos do espírito. Esqueceu, no entanto, que o trabalho é fruto do esforço e que todo operário precisa improvisar ou manejar ferramentas. Com dois anos de observação, ele, que se habituara à ociosidade, recolhia-se ao desalento. Queixava-se de tudo e de todos. Tinha a convicção de que necessitava edificar alguma coisa em beneficio dos semelhantes, mas não se conformava com os obstáculos.

Quando um dos velhos amigos vinha convidá-lo ao serviço espiritual, replicava enfaticamente:

- Ora, “seu” Cunha, quem poderá destrinçar essa meada de médiuns charlatães e exploradores sem consciência?! Francamente, sinto-me cansado...

Depois que o visitante encarecia as excelências da cooperação e a necessidade do testemunho, Efraim exclamava desanimado:

- Não posso ocupar-me com ficções nem partilhar dessa batalha invencível.

Os amigos da vida real são, contudo, infatigáveis na esperança e no otimismo; para que o trabalhador encontrasse concurso fraterno, formou-se repentinamente um grupo mais íntimo, na vizinhança de sua residência, onde reduzido número de companheiros se propunham estudar os problemas de autoaperfeiçoamento, colimando elevados serviços no futuro. Efraim prometia cooperar na tarefa, mas em vão o chamavam ao esforço diariamente. Estava sempre solícito na indicação dos tropeços, mas nunca resoluto na execução da própria tarefa. Cada dia apresentava uma desculpa aparentemente mais justa, a fim de justificar a ausência no trabalho. Para ele a chuva estava sempre gelada e o calor sufocante; os resfriados chamavam-se amidalites, bronquites, febres, dispneias; os desarranjos do estômago classificavam-se como hepatites, estreitamentos e gastralgias. A mente viciada exagerava todos os sintomas. Quando assim não era, aludia às contrariedades com o chefe de serviço no Instituto em que lecionava, referia-se às enxaquecas da esposa, dizia das enfermidades naturais dos filhinhos em desenvolvimento. A hora, a situação ocasional, o estado físico, a condição atmosférica, eram fatores a que recorria invariavelmente por fugir à contribuição fraternal.

Por fim, embora experimentasse o desejo sagrado de realizar a tarefa, chegou ao insulamento quase completo, num misto de tristeza e ociosidade.

Foi nessa estação de amargura que a morte do corpo o requisitou para experiências novas.

Durante anos dolorosos, Efraim errou sem destino, qual ave desesperada da sombra, até que um dia, esgotado o cálice dos remorsos mais acerbos, conseguiu ouvir o antigo mentor, após angustiosas súplicas:

- Meu filho, não te queixes senão de ti mesmo. O Dono da Vinha jamais esqueceu os trabalhadores. Materiais, ferramentas, possibilidades, talentos, oportunidades, tudo foi colocado pela bondade do Senhor, em teus caminhos. Preferiste, porém, fixar os obstáculos, desatendendo a tarefa. Reparaste o mau tempo, a circunstância adversa, o tropeço material, a perturbação física e, assim, nunca prestaste maior atenção ao serviço real que te levara ao Planeta. Esqueceste que o trabalho da realização divina oferece compensações e tônicos que lhe são peculiares, independentemente dos convencionalismos do mundo exterior. O Senhor não precisa de operários que passem o tempo a relacionar óbices, pedras, espinhos, dificuldades e confusões, e sim daqueles que cooperem fielmente na edificação eterna, sem interpelações descabidas, desde as atividades mais simples às mais complexas. Enquanto olhavas o chão duro, a enxada enferrujou-se e o dia passou. Choras? O arrependimento é bendito, mas não remedeia a dilação. Continua retificando os desvios da atividade mental e aguarda o futuro infinito. Deus não faltará, jamais, à boa vontade sincera!

- E quando poderei voltar à Terra, a fim de renovar meus esforços? – perguntou Efraim soluçando.

O benfeitor demorou a responder, esclarecendo finalmente:

- Por agora, meu filho, não posso precisar a ocasião exata. Todo trabalho edificante, em suas expressões diferentes, tem órgãos orientadores, executivos e cooperativos. Ninguém pode iludir a ordem na obra de Deus. Ante os novos caminhos tens largo tempo para amadurecer os arrependimentos sinceros, porque, somente aqui, nesta zona de serviço a que te subordinas presentemente, temos duzentos mil e quinhentos e vinte e sete candidatos ao trabalho de consolação e esclarecimento, no qual fracassaste no mundo. Como vês, não podes regressar à Terra antes deles.

Livro “Reportagens e Além Túmulo”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier

É necessário muita coragem e muita renuncia para ajudar a quem nada compreende do auxilio que se lhe oferece.

Livro Nosso Lar


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Advertência amiga

Tema da semana
“Dar-se-á àquele que tem”
de 19/08/2013 a 25/08/2013

Tancredo Noronha

Enquanto no corpo, ainda mesmo quando extremamente beneficiados pela colaboração da fé renovadora, formulamos concepção muito diversa da “outra vida” que, no fundo, é a nossa vida real – aquela que nos retém invariavelmente, depois das experiências terrestres.

Não conseguimos imaginar a partida para a ocasião em que se verifica, porque, embora soubéssemos o veículo menos habilitado a maior permanência no mundo, aguardávamos novo ensejo de continuação ao lado dos nossos, no mesmo caminho.

Na realidade, o homem nunca se prepara à frente do túmulo e as nossas dificuldades crescem, ante as preocupações que a distância compulsória nos impõe.

O corpo perispiritual herda, por muito tempo, as deficiências da vestimenta da carne, principalmente quando o nosso poder mental se demora arraigado à luta que deixamos para trás. Compreendo, agora, que as melhores gemas e os tesouros mais preciosos passam por nós, na Terra, sem que cogitemos de amealhar-lhes os valores eternos.

Não conheço, hoje, mais alta riqueza que a do espírito e só agora observo que semelhantes bens devem ser procurados pela nossa compreensão, abertas às lições que o mundo nos oferece.

A romagem do espírito, na Terra, é longa e difícil e mais vale ao homem – viajar em trânsito no mundo, – o diamante da verdade e do amor, no coração burilado para Jesus, que os cofres repletos de preciosidades materiais, destinadas ao jogo dos fenômenos financeiros, efêmeros e menos edificantes.

A existência tem muita alegria para conferir-nos e, quando estiver ao nosso alcance, cresçamos no conhecimento divino, para melhor servir às Forças do Alto.

Jesus nos ajudará. Confiemos n’Ele. E, deixando que nossa alma se prenda a essa doce esperança de reunião final, em derredor da Luz Divina, peçamos ao Senhor nos conceda renovadas bênçãos de paz e confiança, para perseverarmos no bem, até ao fim do bom combate.

Do livro “Cartas do coração”.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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CONCURSO
Auxiliemos com o nosso concurso irmão
onde a leviandade desajuda.
Meimei
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Sorte ou merecimento?

Tema da semana
“Dar-se-á àquele que tem”
de 19/08/2013 a 25/08/2013

Momento espírita

A palavra sorte costuma ser muito utilizada.

Em face de algum acontecimento significativo, fala-se em boa ou má sorte. Diz-se que algumas pessoas têm muita sorte. A vida parece lhes sorrir. Têm grandes amigos, saúde, bom emprego, família equilibrada.

Já para outros a vida não é tão risonha. Vivem a braços com grandes dificuldades. Relacionam-se afetivamente com pessoas indignas. Seus empreendimentos profissionais não obtêm sucesso. Sua saúde costuma oscilar.

São muitas as formas pelas quais se tenta explicar e contornar a má sorte. Consulta-se a posição das estrelas no momento do nascimento. Fazem-se pequenos rituais, a fim de obter conjunções propícias. Em face de sucessivos desgostos, há quem afirme ser uma questão de carma.

A pessoa imagina estar destinada ao sofrimento e à derrota. Ocorre ser mais correto raciocinar em termos de Lei de Causa e Efeito. Tudo o que se faz gera consequências inexoráveis. Muitos comportamentos do passado ainda hoje estão a espargir efeitos.

Quem semeou espinhos nos caminhos alheios não pode esperar transitar por róseas estradas. Mas a pior herança que a criatura traz em si são os maus hábitos. Aquele que se acostumou no pretérito a gastar mal o tempo persiste preguiçoso. O rico dilapidador segue imprevidente, mesmo vivendo na pobreza. O maledicente de ontem continua mais ocupado com o viver alheio do que com o seu.

O Espírito troca de corpo físico, em suas diferentes romagens terrenas, mas persiste o mesmo em seu íntimo. Toma algumas boas resoluções no período em que permanece no plano espiritual. Entretanto, a existência terrena é proveitosa quando põe em prática suas salutares deliberações.

A reforma íntima exige esforço e perseverança. Ninguém abandona maus hábitos a brincar. Virtudes também não são desenvolvidas por um golpe de vontade. É necessário coragem e disciplina para recomeçar a cada tropeço.

A rigor não é importante o que você fez no passado. O pretérito se apresenta na forma de algumas dificuldades, é certo. Mas dificuldades são desafios, nada além disso. Seus problemas são principalmente fruto do modo como você vive hoje. Certamente você deseja atrair pessoas dignas para sua esfera de relações. Então, adote hábitos dignos. Se deseja um bom emprego, torne-se um profissional competente. Quando necessita demitir, um patrão sempre trata de preservar os melhores empregados.

Assim, para ter tranquilidade, gaste seu tempo estudando e se aprimorando. Faça sempre um pouco a mais do que lhe pedem. Não imagine que passar em um teste de admissão ou em um concurso tenha a ver com sorte. Bons amigos também não são sorteados ao acaso. Saúde vigorosa pressupõe bons hábitos de vida.


As coisas boas da vida devem ser conquistadas. Viver bem não é uma questão de sorte, mas de merecimento.

Pense nisso.

Da redação do momento espírita.
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CONCURSO
Não clames contra a
ausência dos outros,
porque, provavelmente,
os outros esperam por teu concurso.
Emmanuel
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Quem segue

Tema da semana
“Dar-se-á àquele que tem”
de 19/08/2013 a 25/08/2013

Emmanuel

"E outra vez lhes falou Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." - (JOÃO, 8:12.)

Há crentes que se não esquivam às imposições do culto exterior.

Reclamam a genuflexão e o público trovejante, de momento a momento.

Preferem outros o comentário leviano, acerca das atividades gerais da fé religiosa, confiando-se a querelas inúteis ou barateando os recursos divinos.

A multidão dos seguidores, desse tipo, costuma declarar que as atitudes externas e as discussões doentias representam para ela sacrossanto dever contudo, tão logo surgem inesperados golpes do sofrimento ou da experiência na estrada vulgar, precipita- se em sombrio desespero, recolhendo-se em abismos sem esperança.

Nessas horas cinzentas, os aprendizes sentem-se abandonados e oprimidos, mostrando a insuficiência interna. Muitos se fazem relaxados nas obrigações, afirmando- se desprotegidos de Jesus ou esquecidos do Céu.

Isso ocorre, porém, porque não ouviram a revelação divina, qual se faz necessário.

O Mestre não prometeu claridade à senda dos que apenas falam e creem. Assinou, no entanto, real compromisso de assistência continua aos discípulos que o seguem. Nesse passo, é importante considerar que Jesus não se reporta a lâmpadas de natureza física, cujas irradiações ferem os olhos orgânicos. Assegurou a doação de luz da vida. Quem efetivamente se dispõe a acompanhá-lo, não encontrará tempo a gastar com exames particularizados de nuvens negras e espessas, porque sentirá a claridade eterna, dentro de si mesmo.

Quando fizeres, pois, o costumeiro balanço de tua fé, repara, com honestidade imparcial, se estás falando apenas do Cristo ou se procuras seguir lhe os passos, no caminho comum.

Do livro “Vinha de Luz”.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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CONCURSO
Ampara e o suprimento do Céu
responderá ao teu concurso fraternal.
André Luiz
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.