Tema
da semana
“Perda
de pessoas amadas. Mortes prematuras”
12/08/2013
a 18/08/2013
Allan
Kardec
21.
Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem
restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus
não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro
e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois
leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois
despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura
que era toda a sua alegria.
Humanos,
é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da
vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais
ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega
fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina
pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero
capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim
inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de
ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas
encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os
vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária
consideração, que os atiraríeis para o último plano.
Crede-me,
a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses
vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis,
dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam
os cabelos dos pais. Frequentemente, a morte prematura é um grande
benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se
preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe
acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre
na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça
por mais tempo na Terra.
É
uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão
prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde
o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre
essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis
qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de
esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras?
Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe
preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes
então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que
entre os Espíritos bem-aventurados?
Em
vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste
vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes
que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe
naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna.
Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando
desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos
filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus
corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a
lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também
as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé
e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.
Vós,
que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso
coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que
os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam
as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o
porvir que o soberano Senhor prometeu. - Sanson, ex-membro da
Sociedade Espírita de Paris. (1863.)
TROVAS
DEPOIS DA MORTE
Adelmar
Tavares
O
regozijo da morte
Que
ninguém sabe dizer
Tem
a beleza da noite
No
instante do amanhecer.
Psicografia
de Chico Xavier
Do
livro Trovas Do Outro Mundo
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