quinta-feira, 30 de julho de 2015

Divulgação pelos Atos

Tema da semana
"Não vades aos gentios"
de 27/07/2015 a 02/08/2015

Joanna de Ângelis

O verbo flamívomo e arrebatador entretecerá considerações incomparáveis a respeito do Bem; no entanto, será o exemplo silencioso de renúncia e de dedicação que cimentará o trabalho de edificação enobrecedora.

Páginas brilhantes serão escritas a respeito da excelência do Evangelho; todavia, a conduta equilibrada do indivíduo demonstrá-la-á com segurança, abrindo espaço para a fraternidade e o amor.

Conceituações claras, carregadas de lógica e de bom senso, serão apresentadas às assembleias atentas; entretanto, o comportamento do expositor representará o peso mais importante para selar a legitimidade dos enunciados.

Debates vigorosos conseguirão demonstrar a pujança da palavra de Jesus e a racionalidade de Allan Kardec; mas, a ação da caridade, e somente ela, confirmará o seu elevado conteúdo.

Todos os textos elaborados com inteligência sobre o Espiritismo conseguem despertar o interesse dos neófitos; porém, será sempre a lição viva de gentileza e paciência que lhe demonstrará a irrestrita confiança em Deus, que todos devem manter.

Os cursos de esclarecimento e as técnicas de ensino aplicados à divulgação do pensamento espírita têm o poder de orientar e despertar consciências; todavia, a vivência desses postulados pelos que os enunciam, demonstrará que são portadores de força moral transformadora.

A humanidade tem conhecido admiráveis oradores e hábeis, quão cultos escritores, sofistas e silogistas bem equipados mentalmente, pensadores eméritos, que vêm apresentando teses revolucionárias e propostas salvacionistas, roteiros de libertação e fórmulas de engrandecimento moral; no entanto, o tempo os tem esboroado, porque os seus autores apenas ensinaram, instruíram, propuseram, mas não se impregnaram deles, a que tanto se referiam, sucumbindo no desespero... É lamentável que muitos homens e mulheres, aparentemente convencidos da imortalidade do Espírito e da vida futura, ajam e comportem-se de maneira totalmente contrária...

Agridem-se, espezinham-se e aos demais, censurando, amaldiçoando, hostilizando-se reciprocamente em atitudes infelizes que desmentem as palavras que direcionam aos outros em nome da Doutrina que dizem esposar.

São ainda características da natureza humana a dubiedade, como também a dicotomia entre a palavra e a ação, o ensinamento e a conduta, o que vem dificultando o progresso de cada qual e da humanidade em geral.

Quem encontra o Mestre e reflexiona nos Seus ensinos, não mais age como antes.

Jesus é um divisor de águas e de condutas.

Ninguém pode permanecer indiferente ao Seu mimetismo, à Sua penetração emocional.

O Espiritismo, restaurando Lhe o pensamento e atualizando-o, é poderoso agente transformador, que modifica o ser em profundidade.

Vivê-lo sem retoques, trabalhando-se sem cessar, constituem o desafio do momento para todo aquele que travou contato com a sua lição libertadora.

Enquanto permaneça a diferença no nível científico-tecnológico com o moral, o adepto do Espiritismo se tornará o exemplo que define a eloquência da sua convicção, face aos postulados abraçados.

Divulgação pelos atos é a palavra de ordem no báratro dos conceitos estúrdios e das doutrinas confusas que pretendem retratar Jesus e solucionar os problemas humanos, desequipados da lógica e da razão, incapazes de enfrentar o bom senso e a experimentação científica.

Psicografia de Divaldo Franco do livro “Fonte de Luz”


terça-feira, 28 de julho de 2015

Aos Cristãos

Tema da semana
“Não vades aos gentios”
de 27/07/2015 a 02/08/2015

Momento Espírita

Vários são os relatos de sonhos nos quais os homens travaram contato com os Espíritos Superiores, recolhendo, dessa forma, preciosos ensinamentos.

Eurípedes Barsanulfo, abnegado trabalhador do Cristo, certa noite, enquanto seu corpo físico repousava através de sono reparador, viu-se transportado em Espírito, a uma região distante da Terra.

Sentia-se conduzido por braços intangíveis à vasta campina verdejante.

Um lugar de aspecto agradável, onde se podia ouvir constante melodia no ar, e onde a brisa espalhava suave perfume de flores silvestres.

Deteve-se por alguns instantes a contemplar aquela paisagem desconhecida e, ao mesmo tempo, extremamente envolvente quando avistou, ao longe, um homem que meditava, envolvido por sublime luz.

Atraído pelo desconhecido, aproximou-se...

Mas, ao chegar mais perto deteve-se trêmulo...

Algo lhe dizia, no íntimo, para que não avançasse mais...

E, num deslumbramento de júbilo, reconheceu-se na presença do Cristo.

Baixou a cabeça, constrangido pela honra inesperada, e ficou em silêncio, sentindo-se incapaz de voltar ou seguir adiante.

Recordou, instintivamente, as lições do Sublime Galileu, os templos do mundo, as homenagens prestadas ao Senhor, na literatura e nas artes, e a mensagem

Dele a ecoar entre os homens, há mais de vinte séculos...

Ofuscado pela grandeza do momento, começou a chorar...

Grossas lágrimas banhavam-lhe o rosto, quando adquiriu coragem e levantou os olhos, humilde...

Ousou olhar nos olhos do Mestre, e percebeu que Jesus também chorava...

Tomado de profundo sofrimento por lhe ver o pranto, desejou fazer algo que pudesse reconfortar o Amigo sublime...

Afagar-lhe as mãos, beijá-las num gesto de extremo reconhecimento pelo Seu amor, jogar-se aos Seus pés...

Mas estava como que chumbado ao solo, sem forças para dar um passo à frente.
Pensou, no entanto, que os responsáveis pelas lágrimas do Cristo fossem as criaturas que, até hoje, na Terra, lhe atiram incompreensão e sarcasmo, ignorando Seus sublimes ensinamentos.

E, nessa linha de pensamento, não se conteve. Abriu a boca e falou suplicante:

Senhor, por que choras?

O interpelado nada respondeu.

Desejando certificar-se de que estava sendo ouvido, Eurípedes perguntou outra vez:

Acaso choras pelos descrentes do mundo, Senhor?

O Mestre olhou-o demoradamente e depois respondeu com voz compassiva e doce:

Não, meu filho, não sofro pelos descrentes aos quais devemos amar. Choro por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o praticam...

Eurípedes não saberia descrever os sentimentos que lhe invadiram a alma naquele momento.

E, como se caísse em profunda sombra, ante a dor que a resposta lhe trouxera, desceu, desceu... E acordou no corpo físico.

Era madrugada. Não conseguiu mais conciliar o sono e levantou-se.

Desde aquele dia, sem comunicar a ninguém a divina revelação que lhe vibrava na consciência, entregou-se, como professor que era, aos labores da educação, dedicando-se aos alunos como se fossem seus filhos.

Atendeu aos doentes e aos necessitados de toda ordem, sem descanso, em nome do Cristo, a quem passou a seguir com mais fidelidade.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 27,do livro A
vida escreve, pelo Espírito Hilário Silva, psicografia de Francisco
Cândido Xavier r e Waldo Vieira, ed. FEB.
Em 18.7.2013.

[...] O Cristianismo é o arauto da Lei Divina que se cumpre através dos tempos, pela eternidade em fora.

Referência: THIESEN, Francisco. (Comp.) No oásis de Ismael: ensinos e meditações. Rio de Janeiro: FEB, 1989. - pt. 3, cap. 19


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Não Só Justiça


Joanna de Ângelis

"Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.O LIVRO DOS ESPÍRITOS (Comentários de ALLAN KARDEC à resposta 171).

- "Vale de lágrimas"! - exclamam corações em tormento.

- "Região de trevas e desespero"! - propõem sofredores de diversos matizes.

- "Oásis de gozo" - afirmam os doentes do prazer.

- "Recanto de delícias" - esclarecem os fornicadores da loucura.

- "Colônia de alegrias ao alcance da sagacidade" - expõem cerebrações enrijecidas no mal.

- "Punição, viver" - bradam uns.

- "Vivamos e gozemos" - proclamam outros.

"Viver é pagar alto tributo à vida" - gritam alguns revoltados.

"Viver é aproveitar o favor da oportunidade" - repitam os desassisados.

A carne, como porta de renascimento, é alta concessão da Divindade para a felicidade do espírito.

A Terra é abençoado educandário onde se formam valores e se afirmam expressões superiores para a Vida.

Atados à conceituação deficitária da unicidade da experiência carnal para o espírito, os discípulos de tal escola, contemplam, estarrecidos, a dor, formulando hipóteses cruéis, nas quais mentalizam a Justiça Divina através dos recursos mesquinhos da arbitrariedade humana...

Vinculados a um materialismo grotesco e revel, homens e mulheres desnorteados, derivam no prazer, as apreensões que mantêm quanto à vida além- túmulo.

Informados da pluralidade das experiências carnais, face ao sofrimento, há quem diga que a reencarnação é justiça, severa justiça...

Não só justiça mas misericórdia também. Alta e valiosa misericórdia significa o trânsito na carne, a recapitulação entre novo berço e novo túmulo.

Por natural evocação das paisagens da vida extrafísica, todos guardamos nas telas mentais os sinais da imortalidade.

Estes relutam e asfixiam as lembranças nos nimbos cerrados da rebeldia.

Esses reagem e apagam as evocações com a borracha da indiferença.

Aqueles insistem na negativa e anulam as recordações ante a teimice do prazer.

Todos, no entanto, renascem assinalados pelos caracteres trazidos da vida espiritual onde foi cultivada a aflição ou a ventura decorrente da jornada precedente...

Aguça os ouvidos e registrarás vozes de ontem, falando hoje.

Educa os olhos e enxergarás companheiros que a morte não consumiu nem aniquilou.

Aprimore a mente e decifrarás os enigmas do momento encontrando-lhes as chaves no pretérito.

Recorda e sentirás que viveste, vives e viverás...

Diante do arguto doutor do Sinédrio, a serenidade e segurança de Jesus afirmaram: "É necessário nascer de novo". E ante as interrogações e dúvidas que assomavam ao interlocutor, Ele expôs: "O vento sopra onde quer, ouves-lhe a voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Assim é o espírito"... ensejando-nos a marcha da evolução, o grande porvir hoje em começo, através da Justiça e da Divina Misericórdia também.

Psicografia de Divaldo Franco do livro “Espírito e Vida”.