quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Diversidade de moradas

Tema da semana
Há muitas moradas na casa de meu Pai
De 24/11/2014 a 30/11/2014

Joanna de Ângelis

Ev. Cap. III - Item 3
(...) Há muitas moradas na casa de meu Pai.
João, 14:2

A  ingenuidade  medieval  explicava  que  as  estrelas  fulgurantes no  Infinito  eram  lâmpadas  mágicas  para  iluminarem  a noite  por misericórdia  de  Deus.  O  conceito  geocêntrico  do  Universo expressava  o  limite  imposto  pelo  grau  de  desenvolvimento cultural  e  intelectual  dos  seres  ainda  presos  aos  interesses  da sobrevivência em ambiente físico, social, político e religioso hostil e  castrador  das  expressões  de  liberdade,  de  conhecimento  e  de felicidade que sempre se encontram ínsitos nos seres humanos.

Os dogmas perversos  naquela  cultura  ainda  primitiva,  na  qual predominava a força do poder temporal, mesclado como religioso disfarçado  nas  sombras  coletivas  dos  dominadores,  impediam  a compreensão  do  ensinamento  de  Jesus  que  procedia  de outras Esferas,  portanto,  de  uma  feliz  morada  que  a  mente  humana  de então não dispunha de meios para entender.

Vivendo níveis de consciência muito primitivos, em sono e com leves sonhos, não era possível alcançar outros degraus, em razão do  conhecimento  e  do  pensamento  se  deterem  nos  estágios primitivo  e  mitológico,  que  constituíram  base  para  o estabelecimento  de  alguns  princípios  religiosos  mais  compatíveis com  as  necessidades  existenciais,  relacionando-os interpretativamente  com  as  propostas  morais  e  espirituais neotestamentárias.

Sem  recursos  para  libertar  o  espírito  que  vivifica  da  letra  que mata,  os  teólogos  mantinham  as  mentes  encarceradas  na sujeição  às  palavras  e  aos  decretos  audaciosos  de  reis  e  papas dominadores,  antes  que  aos  nobres  postulados  libertadores  da consciência  livre  de  peias,  conforme  Jesus  viera  ensinar, estabelecendo  o  primado  do  Espírito  como  fundamental  para  o progresso da Humanidade.

A  Terra,  então,  considerada  como  centro  do  Universo,  era  o núcleo  fundamental  do  pensamento  cultural  e  religioso, estabelecendo  que  o  Reino  dos  Céus  se  desenhava  em  torno  do globo como se fosse também um dos áulicos girando à sua volta, sempre acima, porque abaixo se encontrava o inferno de punição eterna, compatível com a sombra coletiva encarregada de coibir o desenvolvimento e o comportamento da sociedade.

O  homem,  escravo  de  outros  homens,  mesmo  que  vivendo  em liberdade, encontrava-se-lhes submetido e servil, sem o direito de alcançar  a  própria  identidade,  confundida  nos  conflitos ancestrais  que  o  inconsciente  coletivo  e  individual liberava  em contínua aflição.

A Terra, segundo a mentalidade religiosa daqueles dias, era um vale de lágrimas, um lugar de desterro, naturalmente para alguns -  aqueles  que  eram  submetidos  indefensos  -  enquanto aqueloutros  que  assim  se  expressavam  locupletavam-se  nos gozos  ou  deixavam-se  arrebatar  pelos  conflitos  masoquistas  em que  se  consumiam,  perdidos  nos  transtornos  emocionais  e sexuais  que  os  perturbavam.  Tornavam-se  cruéis,  em consequência,  impondo  castrações  dolorosas  que  ainda remanescem  através  dos  tempos  em  inúmeras  condutas individuais e de diferentes grupos socioculturais.

A  cristologia  em  que  se  fundamentava  a  Igreja  antiga,  e  ainda permanece,  apesar  das  atuais  conquistas  indiscutíveis  da astrofísica,  considerando  Jesus-Deus  -  em  total  embriaguez conceptual  que  se  opõe  à  realidade  de  Jesus--Homem, Filho  e não  Pai,  não  se  diluindo  no  mistério  da  Santíssima  Trindade, próprio ao pensamento mítico ancestral, considerava que essas moradas poderiam ser identificadas como o Paraíso, o Purgatório e o Inferno, para onde eram recambiadas as almas após a morte física de acordo com a sua fidelidade ou o não cumprimento dos postulados evangélicos.

A  pobreza  e  a  aridez  desse  pensamento  fanático  olvidavam  ou condenavam todos os povos nos quais as propostas de Jesus não haviam  chegado  e  onde,  por  sua  vez,  predominavam  os excelentes  ensinos  também  libertadores  de  Krishna,  Buda,  LaoTsé,  Confúcio,  Hermes  Trismegisto  e  muitos  outros  missionários do  Bem  e  do  Amor,  cujas  vidas  expressavam  a  grandiosa anterioridade  de  sua  procedência.  Seus  ministérios  eram significativos  e  prenunciavam  o  momento  de  Jesus,  que lentamente  se  inscreveria  nos  tempos  afora,  ampliando  aqueles ensinamentos que O precederam.

Na  perspectiva  da  Psicologia  Profunda,  todos  eles  foram libertadores das sombras coletiva e individual, sulcando o solo do ego  para  deixar  que  desabrochasse  o  Self e  todas  as  suas implicações na consciência geral.

Psicoterapeutas  especiais  preconizavam  o  amor  e  a  sabedoria como métodos essenciais para a plenitude, embora sob diferentes colocações  que,  sem  dúvida,  levam  à  mesma  unidade  do pensamento condutor da Divindade.

Intuídos pela percepção extrassensorial, e alcançando o estágio numinoso,  contribuíram  decisivamente  para  o  adiantamento espiritual de milhões de vidas que se encontravam na ignorância da  realidade,  e  alteraram  o  comportamento  geral,  deixando marcas especiais de entendimento das Divinas Leis e da Regência do Cosmo.

Disciplinando  a  vontade mediante experiências  psíquicas  vivas e intercâmbio seguro com os Espíritos, alcançaram a Realidade e embriagaram-se  de  alegria  no  corpo,  de  que  se  utilizavam momentaneamente  a  fim  de  retornarem  ao  estado  de  plenitude definitiva que haviam antegozado.

Na  meditação  e  na  educação  dos  instintos  conseguiram desprender-se  parcialmente  dos  elos  retentivos  da  matéria, mesmo  enquanto  a  habitavam,  trazendo  das  Esferas  vivas  por onde  transitavam  as  mais  belas  lições  de  harmonia  e de felicidade,  que  constituíam  motivo  e  atração  para  o retorno  após a execução dos compromissos vivenciados no mundo.

Jesus  o  sabia,  e  denominou-os  como  ovelhas  que  não pertencem  a  este  rebanho,  referindo-se  aos  presunçosos  contemporâneos que se atribuíam a paternidade divina com desdém pelos demais  povos,  que  certamente  teriam outra  ascendência, o que  constitui  um  absurdo,  partindo-se  do  pressuposto  de  que Deus é Pai e Criador de tudo e de todos.

A  existência  terrena  deve  ser  vivenciada  com  prazer e  emoção, em  face  da  riqueza  de  experiências  que  oferece,  auxiliando  o Espírito  a  desenovelar-se  das  faixas  inferiores  das paixões.  Não se trata do prazer que se afigura como vício, crime ou hediondez, mas da conduta daquele que o frui, não se deixando devorar pelo hedonismo  imediatista,  mas  experienciando  o  júbilo  dos  gozos que  estimulam  ao  avanço  e  compensam  os  cansaços  e  desaires dos empreendimentos humanos.

Jesus-Homem  não  apresentou  métodos,  técnicas,  condutas especiais  para  conseguir-se  o  Reino.  Ele  é  tudo  isso,  viveu  todas essas expressões,  apontando  as  muitas  moradas  que existem  na Casa do Pai.

Referiu-se,  indubitavelmente,  aos  mundos  habitados  que povoam  o  Universo,  graças  aos  milhões  de  galáxias  que  surgem umas  e  se  consomem  outras  absorvidas  pelos  buracos  negros, exaltando a incomparável e insuperável glória da Criação.

Quanto mais primitivo o princípio espiritual, mais grosseiro é o mundo  em  que  deve  habitar,  a  fim  de  experimentar  o desabrochar  dos  conteúdos  psíquicos  nele  jacentes,  que  se  vão desenvolvendo conforme os fatores mesológicos e circunstanciais, guiado pelo fatalismo da evolução que nele existe, ascendendo na escala  da  evolução  e  transferindo-se  de  um  para  outro  mundo conforme a necessidade do seu progresso que jamais se encontra estanque.

Mundos,  sim,  existem,  que  podem  ser  considerados  infernais, tendo-se  em  vista  as  condições  de  habitabilidade,  para  onde  são recambiados  os  Espíritos  calcetas  e  renitentes,  que sintonizam com  o  seu  psiquismo,  ali  depurando-se  dos  instintos mais asselvajados,  porém,  ascendendo  depois  a  outras  estâncias purgatoriais,  menos  severas  e  mais  compatíveis  com  o  programa de  desenvolvimento  espiritual  até  alcançar  aqueles  que  são felizes,  onde  não  mais  existem  dores  nem  vazios  existenciais, infortúnios ou ambições inúteis.

O  bem  e  o  mal  -  essa  dualidade  luz  e  sombra  -  em  que  se debate  o  Espírito  humano,  representam  o  futuro  e  o  passado  de cada  ser  humano  no  trânsito  evolutivo.  O  primeiro,  à  luz  da Psicologia Profunda, é o autoencontro, a liberação do lado escuro plenificado  pelo  conhecimento  da  verdade,  enquanto  o  outro  são as  fixações  do  trânsito  pelos  instintos  primários,  que  ainda vicejam nos sentimentos e na conduta, aguardando superação.

Examinando-se  o  planeta  terrestre,  onde  se  debatem  as  forças do bem e do mal, constatamos ser ele uma escola de provas e de depurações  cujas  lições  de  aprimoramento  ocorrem  mediante  o império do sofrimento, mas que podem converter-se ao impositivo do amor em conquistas permanentes, felicitadoras.

Na  razão  direta  em  que  o  Self  predomina  sobre  o  ego,  e  as lições de Jesus são essenciais a essa mudança, a essa superação de paixões, menos materializado se torna o Espírito, que aprende a aspirar a mais altas especulações e conquistas ambicionando o Infinito.

Procedente  de  outra  morada  ditosa  e  superior  à  terrestre, denominada  Reino  dos  Céus,  Jesus-Homem,  exemplo  de  amor  e de  abnegação,  sem  subterfúgios  e  com  decisão,  veio  convidar  as Suas  criaturas  a  segui-lo,  pois  que,  somente  assim  alcançariam Deus  pelo  conhecimento  e  pelo  sentimento,  integrando-se  no psiquismo superior que d'Ele dimana.

Com  toda  justeza,  portanto,  considerando  a  ignorância humana,  e  elucidando  quanto  à  necessidade  da  plenitude, explicitou  que  há  muitas  moradas  na  casa  de  meu  Pai,  em convite  subliminar,  ao  mesmo  tempo  direto,  para  que todos  se empenhassem por alcançá-las.

Psicografia de Divaldo Franco do livro Jesus e oEvangelho à Luz da Psicologia Profunda

ENCONTRO EM BRASÍLIA
Castro Alves
(...)
Nos domínios do universo,
Ninguém evolui a sós,
A Humanidade na Terra
É a soma de todos nós.
Mas, de olhar alçado aos cimos,
 Por súplica repetimos,
Em Brasília, aos céus de luz:
– “Brasil de perenes brilhos,
Pela união de teus filhos,
Deus te conserve em Jesus."
Chico Xavier

Castro Alves Fala À Terra

terça-feira, 25 de novembro de 2014

ESFERAS

Tema da semana
Há muitas moradas na casa de meu Pai
de 24/11/2014 a 30/11/2014



Emmanuel

Ninguém precisa ausentar-se da Terra para entrar em relações com esferas diferentes.

A diversidade de nossas moradias começa neste mundo mesmo.

Cada mente vive na onda dos desejos que lhe são próprios.

Cada coração palpita nos sentimentos que esposa.

Residimos no lugar em que situamos a própria alma.

Há quem se detenha fisicamente num palácio, sentindo-se no purgatório do desespero, e existe quem se demore num casebre guardando as alegrias de um paraíso interior.

Há quem penetre no inferno da angústia, usando a chave da fortuna, e há quem alcance o Céu, manobrando uma enxada.

Cada espírito permanece na posição que lhe agrada.

Por isso mesmo Jesus, em nos socorrendo na Terra, buscou ampliar-nos a visão e aperfeiçoar-nos o espírito para que se nos engrandeça a esfera individual e coletiva de ideal e realização, de trabalho e de luta.

Cada dia com o Evangelho no coração e nas palavras, nas atitudes e nas mãos é mais um passo para as eminências da vida.

De modo a elevar-se de condição, ninguém reclame contra o cativeiro das circunstâncias.

Se os sentimentos frágeis e enfermiços são produtos do ambiente em que respiram, os sentimentos nobres e robustos são organizadores do ambiente em que atuam, na sustentação de si mesmos e a benefício dos outros.

Jesus, até hoje, convida-nos, através da Boa Nova, a construir a esfera mais elevada em que nos cabe marchar para Deus.

Se nos propomos a atingir as Moradas do Amor e da Sabedoria, na Luz Imperecível, aprendamos a renunciar a nós mesmos, avançando, corajosamente, sob a cruz dos deveres de cada dia, a fim de encontrarmos o Cristo em nossa desejada renovação.

Do Livro  “Abrigo”, de Francisco Cândido Xavier,
pelo Espírito Emmanuel




Os planetas que rolam no infinito
constituem a família universal, por excelência.
Cada um deles comporta uma humanidade,
irmã de todas as outras que vibram na imensidade.
Referência:XAVIER, Francisco Cândido. Dicionário da alma. 
Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt. 
5a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. -





quinta-feira, 20 de novembro de 2014

SEXO E OBSESSÃO

Tema da semana
Pecado por pensamento. Adultério
De 17/11/2014 a 23/11/2014

Joanna de Ângelis


Espíritos perturbados em si mesmos reencarnam-se anatematizados por desequilíbrios físicos e psíquicos que procedem das lembranças negativas e dos erros anteriormente praticados.

Espíritos inquietos reemboscam-se na indumentária fisiológica, açulados por falsas necessidades a que se atiraram impensadamente nas existências passadas.

Espíritos  aturdidos  recomeçam  a  experiência  carnal  sob  o  guante  de paixões que devem superar e derrapam nas experiências comprometedoras em que mais se infelicitam.

Espíritos ansiosos vitalizam as ideias que os atormentam e estabelecem conexões enfermiças com outras mentes, engendrando dramas obsessivos de consequências lastimáveis.

Espíritos viciados se reacondicionam no corpo somático e se permitem acumpliciamento com outros seres reencarnados em ultrizes processos de vampirização recíproca, em que desarticulam os centros genésicos, passando a experimentar desditas inenarráveis.

Estatísticas eficientes realizadas do lado de cá informam que os processos infelizes da criminalidade e do desespero procedem invariavelmente do ódio. Merece, porém, examinar, que o ódio resulta das frustrações afetivas, das ansiedades incontidas, do egoísmo exacerbado, da maledicência sinistra, da ira frequente, das ambições desmedidas, dos amores alucinados que se conjugam em nefandos conciliábulos de imprevisíveis resultados.

Por isso, o amor é fundamental na vida de todos.

E por ser o sexo a fonte poderosa que faculta a perpetuação da espécie, entre os homens, invariavelmente vai confundindo nos delineamentos afetivos, como fator essencial para a comunhão, senão o único meio de exteriorização do amor.

Diariamente, milhões de criaturas mal informadas ou desavisadas, fascinadas pelas ilusões do prazer, arrojam-se a despenhadeiros da loucura, por frustrações e desassossegos sexuais. Sublime campo de experiências superiores normalmente se converte em paul sombrio de miasmas asfixiantes e tóxicos nefastos.

Através dele, todavia, o espírito que recomeça a caminhada na Terra encontra o regaço materno, as mãos vigorosas da paternidade, os braços fraternos transformados em asas de socorro, o ósculo da amizade pura e a certeza do reequilíbrio na oportunidade nova, como porta abençoada para a própria redenção.

Não o esqueças propositadamente nos cometimentos humanos em que te encontras. Não o espicaces levianamente, buscando as expressões da sua violência. Sublima-o pela continência, mediante a correção do comportamento, através da disciplina mental.

Não esperes a senectude para que te apresentes sereno.

Muitas pessoas idosas expressam amarguras, que decorrem de frustrações coercitivas a que se viram impelidas; outras se caracterizam conduzindo excessivas doses de pudor, após a travessia lamentável pelos perigosos rios do uso desequilibrado, de que se arrependem dolorosamente, descambando para  a  aversão  sistemática;  diversas  fingem  ignorá-lo,  após  perderem  as exigências naturais pelo cansaço e disfunção que a velhice impõe...

Muitos males que não podem ser catalogados facilmente decorrem de íntimas inquietações nos departamentos do sexo atribulado, desde os dias da juventude...

Em razão disso, ama, quanto te permitam as forças.

Não esperes, porém, que o ser amado seja compelido a responder-te às aspirações.

Provavelmente esse espírito está vinculado a  outro espírito e  chegaste tarde,  não  te  sendo  facultado desatrelálo  das  ligações  a  que  se  permitiu prender espontaneamente.

Se chegas antes, não o atormentes com exigências, porque é possível que o compromisso dele esteja à frente. Se te aproximas tardiamente e desfazes os laços que já mantém, não fruirás a felicidade, e se impedes que marche na direção das tarefas para as quais reencarnou sofrerás, mais tarde, o travo da desilusão, quando passe o infrene desejo imediato...

Entrega o teu amor à vida e envolve-o nas vibrações da ternura que felicita e dulcifica aquele que ama, quanto o que é amado.

Se, todavia, não possuíres forças para o cometimento, não te permitas a conjectura de sonhos escravocratas. Antes, ora e roga o socorro do Alto, para que os anjos guardiães vigilantes te distendam mãos compassivas e bálsamo tranquilizador.

O  teu íntimo amor resplandecerá um dia, após a superação do tormento sexual, em paisagem de festa em que o teu espírito cantará a música da liberdade e da paz.

* * *

Há mentes ociosas, na Erraticidade, atormentadas e sedentas, vitimadas por paixões que ainda não se aplacaram, que estão realizando incessante comércio obsessivo com os que se permitem, na Terra, as alucinações sexuais e os desavisos afetivos. Em conúbios terríveis atiram-se com virulência, explorando os centros genésicos dos encarnados e esfacelando neles a esperança e a alegria de viverem.

Sutilmente instilam os pensamentos depressivos ou açulam falsas necessidades, absorvendo por processos mui complexos as expressões do prazer fugidiço e instalando as matrizes de desequilíbrios irreversíveis.

Vigia a mente e controla o sexo.

Quando pensamentos inusitados te sombrearem os painéis mentais com ideias infelizes; quando afetos dúlcidos se transformarem nos recessos do teu coração em fornalha de desejos; quando a ternura com que envolves os a quem estimas ou amas se te apresentar ardente ou angustiante; quando passares a sofrer dolorosas constrições na organização genésica tem cuidado! Certamente  estarás  sendo  obsidiado  por  outros  Espíritos,  encarnados  de mente vigorosa ou desencarnados infelizes, em trama contínua para te arrojarem nos despenhadeiros da alucinação. Levanta o pensamento a Jesus e a Ele te entrega em regime de total doação, certo de que o Vencedor de todos os embates te ajudará a sair da constrição cruel, encaminhando-te na direção da harmonia. Para tanto, ora e trabalha pelo bem comum, e o bem de todos te oferecerá o lenitivo e a força para a libertação a que aspiras.

*

“Pois do coração procedem maus pensament os, homicídios, fornicações, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias”.
Mateus: capítulo 15º, versículo 19.

*

“Ide,  portanto,  meus  filhos  bem-amados,  caminha  sem tergiversações, sem pensamentos ocultos, na rota bendita que tomastes. Ide, ide sempre, sem temor: afastai cuidadosamente tudo o que vos possa entravar a marcha para o objetivo eterno”.
Capítulo 21º — Item 8, parágrafo 5.

Psicografia de Divaldo Franco do livro Florações Evangélicas

Cornélico Pires
O amor, no entanto, entre os homens,
Tem força de correnteza
E o sexo lembra um rio
Que precisa de represa.
Chico Xavier
Retratos da Vida


terça-feira, 18 de novembro de 2014

ADULTÉRIO E PROSTITUIÇÃO

Tema da semana
Pecado por pensamento. Adultério
De 17/11/2014 a 23/11/2014
 Emmanuel

Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado, disse Jesus.
Esta sentença faz da indulgência um dever para nós outros porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência.
Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos.
Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.
Do item 13, do Cap. X, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

É curioso notar que Jesus, em se tratando de faltas e quedas, nos domínios do espírito, haja escolhido aquela da mulher, em falhas do sexo, para pronunciar a sua inolvidável sentença: "aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra".

Dir-se-ia que no rol das defecções, deserções, fraquezas e delitos do mundo, os problemas afetivos se mostram de tal modo encravados no ser humano que pessoa alguma da Terra haja escapado, no cardume das existências consecutivas, aos chamados "erros do amor".

Penetre cada um de nós os recessos da própria alma, e, se consegue apresentar comportamento irrepreensível, no imediatismo da vida prática, ante os dias que correm, indague-se, com sinceridade, quanto às próprias tendências.

Quem não haja varado transes difíceis, nas áreas do coração, no período da reencarnação em que se encontre, investigue as próprias inclinações e anseios no campo íntimo, e, em sã consciência, verificará que não se acha ausente do emaranhado de conflitos, que remanescem do acervo de lutas sexuais da Humanidade.

Desses embates multimilenares, restam, ainda, por feridas sangrentas no organismo da coletividade, o adultério que, de futuro, será classificado na patologia das doenças da alma, extinguindo-se, por fim, com remédio adequado, e a prostituição que reúne em si homens e mulheres que se entregam às relações sexuais, mediante paga, estabelecendo mercados afetivos.

Qual ocorre aos flagelos da guerra, da pirataria, da violência homicida e da escravidão que acompanham a comunidade terrestre, há milênios, diluindo-se, muito pouco a pouco, o adultério e a prostituição ainda permanecem, na Terra, por instrumentos de prova e expiação, destinados naturalmente a desaparecer, na equação dos direitos do homem e da mulher, que se harmonizarão pelo mesmo peso, na balança do progresso e da vida.

Note-se que o lenocínio de hoje, conquanto situado fora da lei, é o herdeiro dos bordéis autorizados por regulamentação oficial, em muitas regiões, como sucedia notadamente na Grécia e na Roma antigas, em que os estabelecimentos dessa natureza eram constantemente nutridos por levas de jovens mulheres orientais, direta ou indiretamente adquiridas, à feição de alimárias, para misteres de aluguel.

Tantos foram os desvarios dos Espíritos em evolução no Planeta – Espíritos entre os quais muito raros de nós, os companheiros da Terra, não nos achamos incluídos - que decerto Jesus, personalizando na mulher sofredora a família humana, pronunciou a inesquecível sentença, convocando os homens, supostamente puros em matéria de sexualidade, a lançarem sobre a companheira infeliz a primeira pedra.

Evidentemente, o mundo avança para mais elevadas condições de existência.

Fenômenos de transição explodem aqui e ali, comunicando renovação.

E, com semelhantes ocorrências, surge para as nações o problema da educação espiritual, para que a educação do sexo não se faça irrisão com palavras brilhantes mascarando a licenciosidade.

Quando cada criatura for respeitada em seu foro íntimo, para que o amor se consagre por vínculo divino, muito mais de alma para alma que de corpo para corpo, com a dignidade do trabalho e do aperfeiçoamento pessoal luzindo na presença de cada uma, então os conceitos de adultério e prostituição se farão distanciados do cotidiano, de vez que a compreensão apaziguará o coração humano e a chamada desventura afetiva não terá razão de ser.
Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo


[...] O homem pode ser enquadrado como adúltero,
não apenas quando desrespeita os compromissos conjugais,
mas também quando alimenta o desejo de fazê-lo, cobiçando outra mulher.
Referência: SIMONETTI, Richard. A voz do monte.
7a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. – O quarto mandamento


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

MUITOS CHAMADOS

Joanna de Ângelis


(Mateus capítulo 22º, versículos 1 a 14)

Mesmo hoje é assim...

Atônitas, as multidões procuram a diretriz do reino dos céus; não obstante, engalfinham-se nas hórridas lutas pela posse da Terra.

Fascinam-se com as narrativas evangélicas e comovem-se ante os padecimentos do Senhor quando lêem a Sua vida; todavia não se resolvem seguir em definitivo os roteiros iluminativos, por meio dos quais os valores humanos mudam de expressão.

Examinando, igualmente, o comportamento de muitos companheiros de lides, verificarás que a parábola expressiva do Senhor mantém-se em plena atualidade para eles também.

Depois de experimentarem o contato com as legitimidades do espírito, sentem-se dominados pelo desejo sincero de espraiarem as certezas que a Boa Nova lhes oferece. Entretanto, aos primeiros impedimentos e problemas, perfeitamente consentâneos com a posição evolutiva que os caracteriza, reagem, dizendo-se descrentes, atormentam-se e debandam.

Acreditam que são credores de especiais concessões, tendo em vista haverem recebido o convite para o banquete na corte do Grande Rei e o terem aceito com demonstrações de vivo entusiasmo...

Não lhes acode, porém, ao discernimento, que para qualquer solenidade se faz indispensável compostura própria, traje adequado.

Tais são as ações nobilitantes que conferem investidura e insígnias para o comparecimento ao ágape real.

Por isso, as multidões esfaimadas de amor e sabedoria ainda não se resolveram  fartar-se  nos  celeiros  sublimes  da  Revelação  Espírita  ora  ao alcance de todos, demorando-se em contínua aflição.

Buscando os tesouros do espírito, disputam, aguerridamente, as posses que os “ladrões roubam, as traças roem e a ferrugem gasta...”

*

Já que recebeste o chamado para a transformação moral ao alento da luz espírita que te aclara os dédalos do mundo interior, não titubeies. Estuga o passo na senda habitual e reflete, deixando-te permear pelas lições de esperança e renovação com que te armarás para os combates. ásperos contra os severos adversários que a quase todos vencem: o egoísmo, o orgulho, a ira, o ciúme e seus sequazes, ensinando pelo exemplo fraternidade e amor.

Não te preocupes pelo proselitismo como pelo arrastamento das multidões à fé que te comove.

Recorda-te de Jesus que não veio para compactuar com as comezinhas paixões nem tão pouco para agradar os campeões da insensatez — maneira segura de conseguir simpatizantes e adeptos — antes para inaugurar o principado da felicidade ao qual são “muitos chamados”, porém poucos escolhidos”.


Psicografia de Divaldo Franco do livro Leis Morais da Vida