Alex Leonardo
“A obsessão muito prolongada
pode ocasionar desordens patológicas e
reclama, por vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer
a saúde do organismo. Destruída a causa, resta combater os efeitos.”
No trecho acima destacado
de o evangelho segundo o espiritismo, Allan Kardec esclarece que a obsessão
pode sim levar um obsesso a desorganização psíquica, e leva mesmo. Observamos
muitos casos de pessoas que apresentam um quadro clínico como consequência do
agravamento de uma obsessão e na maioria das vezes as pessoas nem se dão conta
disso.
Mais uma vez a
importância de se difundir o conhecimento espírita, a lei da reencarnação que
nos informa da continuidade da vida, que existe um passado e que o nosso
presente é resultado do comportamento que mantivemos em outras vidas, das
resoluções tomadas antes de reencarnar.
O conhecimento do
espiritismo nos forrará de informações que explicam as razões de certas
dificuldades que enfrentamos na vida, da necessidade de nos evangelizarmos, de
mudar comportamentos viciosos que servem como tomadas para a instalação desses
processos obsessivos.
A obsessão prolongada e
insistente desorganiza as ligações neuronais desencadeando em desequilíbrio do
pensamento. O que antes era só obsessão passa a ser também doença mental que
necessitará de tratamento médico. O uso de medicação para reorganizar as
funções psíquicas passa a ser essencial para o reequilíbrio.
Para quem é espírita o
importante é não achar que se trata somente de obsessão, num grau como o mencionado
nesse texto, e que só os passes, a água fluidificada, a desobsessão, a mudança
de comportamento para melhor irão resolver todo o problema. O organismo físico
foi afetado, houve consequências físicas e o tratamento médico se torna
indispensável para recuperar as funções normais do cérebro.
No caso de alguém que não
detenha o conhecimento espírita, é necessário não limitar o problema apenas
como doença mental; que na maioria das vezes há sempre um componente
espiritual, e que é preciso fazer tratamento simultâneo de preferência numa
casa espírita séria.
Não relutar contra nenhum
dos tratamentos, o espiritual e o médico, e se conscientizar da necessidade dos
dois é essencial. O tempo e a dedicação do necessitado o ajudarão para diminuir
os efeitos funestos, melhorar a saúde e chegar numa possível cura completa.
Ter fé em Deus, em sua
justiça e misericórdia, orar, fazer leituras edificantes e se dedicar ao bem
serão fundamentais para recuperar o paciente enfermo.
Compreender pela luz do
espiritismo que existem casos irreversíveis; uns pelos descasos e descuidos,
outros como expiação pelo passado de delitos. Em todas as situações a terapia
espírita sempre irá beneficiar o paciente, seja proporcionando alívio ou evitando
arrastamentos mais dolorosos que complicariam mais ainda a vida do espírito
reencarnado.
O envolvimento da família
também é muito positivo no sentido de acolher esse paciente para motiva-lo e
participar dessa experiência dolorosa.