Tema da semana
“Indissolubilidade do casamento:
Divórcio”
De 14/09/2015 a 20/09/2015
Joanna de Ângelis
Na sua generalidade o
matrimônio é laboratório de reajustamentos emocionais e oficina de reparação
moral, através dos quais, espíritos comprometidos se unem para elevados
cometimentos no ministério familial.
Sem dúvida,
reencontros de espíritos afins produzem vida conjugal equilibrada, em clima de
contínua ventura, através da qual missionários do saber e da bondade
estabelecem a união, objetivando nobres desideratos, em que empenham todas as
forças.
Outras vezes,
programando a elaboração de uma tarefa relevante para o futuro deles mesmos, se
penhoram numa união conjugal que lhes enseje reparação junto aos desafetos e às
vítimas indefesas do passado, para necessidade de socorrer e elevar compreendem
ser inadiável.
Fundamental,
entretanto, em tais conjunturas, a vitória dos cônjuges sobre o egoísmo,
granjeando recursos que os credenciem a passos mais largos, na esfera das
experiências em comum.
Normalmente, porém,
através do consórcio matrimonial, exercitam-se melhor as virtudes morais que
devem ser trabalhadas a benefício do lar e da compreensão de ambos os
comprometidos na empresa redentora. Nessas circunstâncias a prole, quase sempre
vinculada por desajustes pretéritos, é igualmente convocada ao buril da
lapidação, na oficina doméstica, de cujos resultados surgem compromissos vários
em relação ao futuro individual de cada membro do clã, como do grupo em si
mesmo.
Atraídos por
necessidades redentoras, mas despreparados para elas, os membros do programa
afetivo, não poucas vezes, descobrem, de imediato, a impossibilidade de
continuarem juntos.
De certo modo, a
precipitação resultante do imediatismo materialista que turba o discernimento,
quase sempre pelo desequilíbrio no comportamento sexual, é responsável pelas
alianças de sofrimento, cuja harmonia difícil, quase sempre culmina em ódios
ominosos ou tragédias lamentáveis.
Indispensável, no
matrimônio, não se confundir paixão com amor, interesse sexual com afeição
legítima.
Causa preponderante
nos desajustes conjugais o egoísmo, que se concede valores e méritos superlativos
em detrimento do parceiro a quem se está vinculado.
Mais fascinados pelas
sensações brutalizantes do que pelas emoções enobrecidas, fogem os nubentes
desavisados um do outro a princípio pela imaginação e depois pela atitude,
abandonando a tolerância e a compreensão, de pronto iniciando o comércio da
animosidade ou dando corpo às frustrações, que degeneram em atritos graves e
enfermidades perturbadoras.
Comprometessem-se,
realmente, a ajudar-se com lealdade, estruturassem-se nos elementos das lições
evangélicas, compreendessem e aceitassem como legítimas a transitoriedade do
corpo e o valor da experiência provacional, e se evitariam incontáveis dramas,
inumeráveis desastres do lar, que ora desarticulam as famílias e infelicitam a
sociedade.
O casamento é
contrato de deveres recíprocos, em que se devem empenhar os contratantes a fim
de lograrem o êxito do cometimento.
A sociedade
materialista, embora disfarçada de religiosa, facilita o rompimento dos liames
que legalizam o desposório por questões de somenos importância, facultando à
grande maioria dos comprometidos perseguirem sensações novas, com que desbordam
pela via de alucinações decorrentes de sutis como vigorosas obsessões
resultantes do comportamento passado e do desassisamento do presente.
O divórcio como o
desquite são, em consequência, soluções legais para o que moralmente já se
encontra separado.
Evidente, que tal
solução é sempre meritória, por evitar atitudes mais infelizes que culminam em
agravamento de conduta para os implicados na trama dos reajustamentos de que
não se evadirão.
Volverão a
encontrar-se, sem dúvida, quiçá em posição menos afortunada, oportunamente.
Imprescindível que,
antes da atitude definitiva para o desquite ou o divórcio, tudo se envide em
prol da reconciliação, ainda mais considerando quanto os filhos merecem que os
pais se imponham uma união respeitável, de cujo esforço muito dependerá a
felicidade deles.
Períodos difíceis
ocorrem em todo e qualquer empreendimento humano.
Na dissolução dos
vínculos matrimoniais, o que padeça a prole será considerado como
responsabilidade dos genitores, que se somassem esforços poderiam ter
contribuído com proficiência, através da renúncia pessoal, para a dita dos
filhos.
*
Se te encontras na
difícil conjuntura de uma decisão que implique em problema para os teus filhos,
para e medita. Necessitam de ti, mas também do outro membro-base da família.
Não te precipites,
através de soluções que às vezes complicam as situações.
Dá tempo a que a
outra parte desperte, concedendo-lhe ensancha para o reajustamento.
De tua parte
permanece no posto.
Não sejas tu quem
tome a decisão.
A humildade e a
perseverança no dever conseguem modificar comportamentos, reacendendo a chama
do entendimento e do amor, momentaneamente apagada.
Não te apegues ao
outro, porém, até a consumação da desgraça.
Se alguém não mais
deseja, espontaneamente, seguir contigo, não te transformes em algema ou
prisão.
Cada ser ruma pela
rota que melhor lhe apraz e vive conforme lhe convém. Estará, porém, onde quer
que vá, sob o clima que merece.
Tem paciência e
confia em Deus.
Quando se modifica
uma circunstância ou muda uma situação, não infiras disso que a vida, a
felicidade, se acabaram.
Prossegue animado de
que, aquilo que hoje não tens, será fortuna amanhã em tua vida.
Se estiveres a sós e
não dispuseres de forças, concede-te outra oportunidade, que enobrecerás pelo
amor e pela dedicação.
Se te encontrares ao
lado de um cônjuge difícil ama-o, assim mesmo, sem deserção, fazendo dele a
alma amiga com quem estás incurso pelo pretérito, para a construção de um
porvir ditoso que a ambos dará a paz, facultando, desse modo, a outros
espíritos que se revincularão pela carne, a ocasião excelente para a redenção.
Psicografia
de Divaldo Franco do livro “Após a Tempestade”