Tema da semana
“Odiar
os pais”
de 17/12/2012 a
23/12/2012
Bezerra
de Menezes
Reunião
de 11 de março de 1954.
De
posse da gravadora, o “Grupo Meimei” iniciou o registro de
instruções dos Amigos Espirituais, por intermédio da mediunidade
psicofônica de Francisco Cândido Xavier, começando semelhante
tarefa na noite de 11 de março de 1954.
Terminado
o serviço de esclarecimento e socorro aos irmãos transviados no
sofrimento e na sombra, que compareceram em grande número através
de vários médiuns da casa, o venerável benfeitor Adolfo Bezerra de
Menezes incorporou-se, pronunciando a alocução que se segue,
alusiva à renúncia, como base de felicidade e paz, dirigindo-se não
apenas aos companheiros encarnados, mas de modo particular, à
compacta assembleia de Espíritos conturbados que se comprimiam em
expectação no recinto.
Meus
amigos:
Rendamos
graças ao Nosso Pai Celestial, guardando boa-vontade para com os
homens, nossos irmãos.
Como
de outras vezes, achamo-nos juntos no santuário da prece...
Nossa
visita, contudo, não tem outro objetivo senão colaborar na
renovação íntima que nos é indispensável, a fim de que não
estejamos malbaratando os recursos da fé e os favores do tempo.
Volvendo
a vós outros, endereçamos igualmente a nossa mensagem a todos os
companheiros que nos escutam fora da carne, órfãos de luz, ao
encalço da própria transformação com o Divino Mestre, porque
somente em Cristo é possível traçar o verdadeiro caminho da
redenção.
Aprendamos
a ceder, recolhendo com Jesus a lição da renúncia, como ciência
divina da paz.
Constantemente
nossa palavra se reporta à caridade e admitimos que caridade seja
apenas alijar o supérfluo de valores materiais da nossa vida.
Entretanto,
a caridade maior será sempre a da própria renunciação, que saiba
ceder de si mesma para que a liberdade, a alegria, a confiança, o
otimismo e a fé no próximo não sofram prejuízo de qualquer
procedência.
Como
exercício incessante de autoburilamento, é imperioso ceder
diariamente de nossas opiniões, de nossos pontos de vista, de nossos
preconceitos e de nossos hábitos, se pretendemos realmente assimilar
com Jesus a nossa reforma no Evangelho.
Toda
a Natureza é escola nesse sentido.
Cedendo
de si própria, converte-se a madeira bruta em móvel de alto preço.
Abdicando
os prazeres da mocidade, o homem e a mulher alcançam do Senhor a
graça do lar, em favor dos filhinhos que lhes conduzirão a mensagem
de amor e confiança ao futuro.
Consumindo
as próprias forças, o Sol mantém a Terra e nos sustenta a vida com
seus raios.
Meditai
a realidade (1), principalmente vós outros que já vos
desenfaixastes do envoltório físico! Cultivemos a renúncia aos
haveres e afetos da retaguarda humana, para que a morte se nos revele
por vida imperecível, descortinando-nos nova luz!...
Todos
os dias, volta o esplendor solar à experiência do homem,
concitando-o a aperfeiçoar-se, por dentro, pelo ouvido de velhos
fardos das impressões negativas, que tantas vezes se nos cristalizam
na mente, escravizando-nos à ilusão...
E
porque vivemos desprevenidos, gastando a esmo as oportunidades de
serviço, obtidas no mundo, com o corpo denso, somos colhidos pela
transição do túmulo, como pássaros engaiolados do próprio
pensamento.
É
necessário esquecer para reviver.
É
imprescindível o desapego de todas as posses precárias da estação
carnal de luta, para que o incêndio das paixões não nos arraste às
calamidades do espírito, pelas quais se nos paralisa o anseio de
progresso, em seculares reparações!...
Não
há libertação da consciência, quando a consciência não se
liberta.
Não
há cura para as nossas doenças da alma, quando nossa alma não se
rende ao impositivo de recuperar a si mesma!...
Saibamos,
assim, exercer a doce caridade de compreender as criaturas que nos
cercam. Não somente entendê-las, mas também ampará-las pelo
desprendimento de nossos desejos, percebendo que o bem do próximo,
antes de tudo, é o nosso próprio bem.
Recordemos
que as Leis do Senhor se manifestam, em voz gritante, nas trombetas
do tempo, conferindo a cada coisa a sua função e a cada espírito o
lugar que lhe é próprio.
Desse
modo, não nos adiantemos aos Celestes Desígnios, mas aprendamos a
ceder, na convicção de que a Justiça é sempre a harmonia
perfeita.
Atentos
ao culto do sacrifício pessoal sob as normas do Cristo, peçamos a
Ele coragem de usar o silêncio e a bondade, a paciência e o perdão
incondicional, no trabalho regenerador de nós mesmos, de vez que não
podemos dispensar a energia e a firmeza para nos afeiçoarmos a
semelhantes virtudes que, em tantas ocasiões, repontam entusiásticas
de nossa boca, quando o nosso coração se encontra longe delas.
Irradiemos
os recursos do amor, através de quantos nos cruzem a senda, para que
a nossa atitude se converta em testemunho do Cristo, distribuindo com
os outros consolação e esperança, serenidade e fé.
Imitemos
a semente humilde a desfazer-se no solo, aparentemente desamparada,
aprendendo com ela a desintegrar as teias pesadas e escuras que nos
constringem a individualidade eterna, a fim de que o nosso espírito
desabroche no chão sagrado da vida, em novas expressões de
entendimento e trabalho.
Para
isso, não desdenhemos ceder.
E
supliquemos ao Eterno Benfeitor nos ajude a plasmar-lhe a Doutrina de
Luz em nossas próprias vidas, para que a nossa presença, onde quer
que estejamos, seja sempre uma fonte de reconforto e esperança,
serviço e benevolência, exaltando para aqueles que nos rodeiam o
abençoado nome de Nosso Senhor Jesus-Cristo.
(1)
Neste tópico da mensagem, o Dr. Bezerra de Menezes dirigia-se, de
modo particular, aos desencarnados presentes.
Do
livro “Instruções Psicofônicas”.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
---
BEM
Volta
e, medita, irmão, na estrada que palmilhas.
Pensa
no Eterno Bem que te nutre e consola,
No
sagrado esplendor dessa divina escola,
Que
é toda a Terra em luz, aberta em maravilhas
Múcio
Teixeira
Do
livro “Dicionário da alma.
Psicografia
de “Francisco Cândido Xavier”.
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