Tema
da semana
“Reconciliar-se
com os adversários”
de
11/03/2013 a 17/03/2013
Allan
Kardec
5.
Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário,
enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao
juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais
metido em prisão. – Digo-vos, em verdade, que daí não saireis,
enquanto não houverdes pago o último ceitil. (S. MATEUS, 5:25 e
26.)
6.
Na prática do perdão, como, em geral, na do bem, não há somente
um efeito moral: há também um efeito material. A morte, como
sabemos, não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos
perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles
contra os quais guardam rancor; donde decorre a falsidade do
provérbio que diz: “Morto o animal, morto o veneno”, quando
aplicado ao homem. O Espírito mau espera que o outro, a quem ele
quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais
facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais
caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de
obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de
subjugação e posses- são. O obsidiado e o possesso são, pois,
quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em
existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu
proceder. Deus o permite, para os punir do mal que a seu turno
praticaram, ou, se tal não ocorreu, por haverem faltado com a
indulgência e a caridade, não perdoando. Importa, conseguintemente,
do ponto de vista da tranquilidade futura, que cada um repare, quanto
antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe aos
seus inimigos, a fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja
apagado qualquer motivo de dissensão, toda causa funda da de
ulterior animosidade. Por essa forma, de um inimigo encarniçado
neste mundo se pode fazer um amigo no outro; pelo menos, o que assim
procede põe de seu lado o bom direito e Deus não consente que
aquele que perdoou sofra qualquer vingança. Quando Jesus recomenda
que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário,
não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da
nossa atual existência; é, principalmente, para que elas se não
perpetuem nas existências futuras. Não saireis de lá, da prisão,
enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é,
enquanto não houverdes satisfeito completamente a justiça de Deus.
INIMIGO
0
Inimigo, em qualquer caso, é terreno
que precisamos recuperar para o
plantio
de nossa felicidade porvindoura.
Emmanuel.
Do
Livro “Dicionário da Alma”,
psicografia
de Francisco Cândido Xavier – Autores diversos
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