Tema
da semana
“Aniversário
do Blog Praça da Amizade:
Dois
anos junto com o Espiritismo”
de
25/02/2013 a 03/03/2013
Bezerra
de Menezes
Filhos
amados,
Calcados
naquilo que nosso senhor Jesus Cristo falou a gente pergunte: quem
são os nossos amigos? É muito fácil vocês descobrirem quem são
os verdadeiros amigos. O verdadeiro amigo é aquele que é capaz de
compartilhar com você coisas grandes, a fé, a caridade, a
solidariedade. Amigo é aquele que, mesmo sabendo que você errou, é
capaz de silenciar o máximo que puder para você jamais perder a
auto estima. Amigo é aquele que, nos instantes de alegria, é capaz
de nos abraçar e sorrir unido a nós e levar a notícia dessa
alegria para que outros também se alegrem. O amigo é capaz de estar
presente no instante em que a gente chora e sofre, mas é capaz
também de respeitar a nossa ausência e nosso silêncio, não
impondo confissões nem, em momento algum, que sejamos os portadores
de privilégios que ele, na verdade, não deseja conceder. Amigo não
é exclusivista, nem egoísta, ele compartilha. Porque amizade é um
sentimento muito amplo e muito belo, é um sentimento que se expande
de coração para coração, entrelaça as vidas e solidifica os elos
de alma.
Jesus
foi um grande amigo dos discípulos, é o grande amigo da humanidade.
É o grande amigo dos que sorriem e dos que choram. É o nosso grande
amigo em qualquer tempo, porque nos ensinou normas de vida que, se
nós obedecermos, seremos menos infelizes e mais ditosos.
O
contrário de tudo isso que eu disse, é aquele que é falso amigo.
Por
isso, meus filhos amados, mão na mão no trabalho, coração
palpitando no mesmo compasso da luz com Jesus, caminhar sempre
buscando a frente. Não adianta olharmos para traz, o que está atrás
foi feito, foi realizado, estamos no hoje, tentando consertar as
arestas do ontem. Não adianta olhar para trás, temos que nos
fortalecer no hoje, construir o mais que pudermos, e deixar nas mãos
de Deus o nosso futuro, porque ele terá enviado os sublimes que
saberão decidir muito melhor do que nós, porque todas as vezes que
decidimos nossas vidas nós erramos e todas as vezes que colocamos
nossas vidas a serviço de Jesus, com Jesus e por Jesus, nós
acertamos, encontramos os verdadeiros amigos que compartilham, que
também lutam e que também avançam. Sentimos a alegria pura, aquela
alegria que é capaz de transpor montanhas, ultrapassar oceanos, ir
além no além, no abraço de alma e falar: que bom, você está
comigo. Esse é o verdadeiro Amigo!
Eu
vou falar de uma experiência que eu tive:
Conheci
um médico que se dizia muito amigo, solidário. Sempre me criticando
pelo que eu fazia, pelo tempo que eu perdia, que eu devia arranjar
mais recursos monetários, que devia pensar mais em mim. Mas como?
Numa época em que a medicina ainda se arrastava, que os
conhecimentos que tínhamos eram poucos. Como eu podia abandonar
tantos enfermos a quem, às vezes, podia dar tão somente um pouco de
conforto, um pouco de consolo, porque eu sabia das minhas limitações.
Mas ao chegar no plano espiritual, eu constatei que eu nunca estive
sozinho em meu consultório, tinha pessoas que saíam de lá e
ficavam curadas. O que foi que curou?
Em
verdade, havia dezenas e dezenas de companheiros do plano espiritual:
socorrendo, ajudando, aproveitando a minha presença para atuarem
mais, para servirem. Então, na verdade, foi Bezerra de Menezes que
ajudou todos aqueles pobres que ficavam tão agradecidos? Não meus
filhos, eu, na verdade, fui mero instrumento, instrumento imperfeito.
Agora, eles, do plano espiritual sim, ajudaram muito, resolveram
problemas de depressão que muitas vezes escondiam dramas familiares,
resolveram problemas de obsessão. Claro que não resolveram, às
vezes, o problema do pão, do arroz, do feijão. Mas naquela época,
por incrível que possa parecer a vocês, arroz, feijão e fubá não
faltava na mesa do pobre. Arroz e feijão, hoje, é luxo na mesa do
pobre.
Vocês
vejam, existe um mundo de amigos com quem a gente está, que se
preocupam conosco. Tive um amigo que, muitas vezes, me mandava uma
banda de porco, ficávamos nós com a gordura para dois, três meses
e a minha esposa não esquecia um instante de elogiar esse amigo, que
tinha me dado uma banda do porquinho engordado. Eu também salivava
com os pedacinhos de carne de porco que punha lá e tinha o capricho
de partir e por na farinha, principalmente farinha torradinha.
Mas
esse amigo, eu cheguei ao plano espiritual um dia e vi uma pessoa
enlouquecida e eu falei:
-
Quem é ele? Porque está assim tão desesperado?
Ele
desencarnou 15 anos depois de mim. Eles falaram:
-
É de onde você veio.
Eu
fui vê-lo. Quando ele me viu, ele falou:
-
Bezerra eu estou sofrendo muito, eu estou muito infeliz, deixei tanta
coisa para trás, tanta coisa boa e hoje eu estou aqui sem saber o
que fazer de mim. Vim para este local, não gosto de ninguém aqui,
não consigo me adaptar, eu quero voltar para minha casa.
Então
eu disse para ele que voltar para casa dele seria a pior coisa do
mundo. Porque a esposa não iria falar com alguém que era fantasma,
intocável. Os filhos tinham ficado todos muito bem, estavam gastando
a larga tudo aquilo que ele havia deixado, o seu patrimônio, a não
ser um dos filhos que também se tornou médico e que foi uma pessoa
muito sensata. A não ser isso, as filhas casadas, sempre naquele
processo de se divertir, não valia a pena voltar. Então eu disse
para ele:
-
Olha é melhor você se arranjar, com esse amigo aqui, porque eu
passei a vida inteira ouvindo os seus conselhos, agora chegou a vez
de você ouvir os meus.
E
ele falou:
-
Não me interessa os seus conselhos.
Eu
falei:
-
Os seus também não me interessavam, no entanto eu os ouvi. Agora
chegou a sua vez de ouvir o que não te interessa.
Ele
ficou um tanto assustado e foi embora.
Eu
falei:
-
Olha, quando você precisar de um amigo, me procura.
Passaram
uma duas semanas, mais ou menos, daí a pouco eu o vi correndo pelo
corredor.
-
Bezerra, eu não vou conseguir mesmo voltar para minha casa, vou Ter
que ficar aqui. Será que você me arranja um jeito de eu fazer
alguma coisa? Falaram que eu não posso trabalhar aqui. Você
imagina, um médico que ganhou rios de dinheiro como eu, fui para
França, fiz tanto, tanto e tanto pela medicina, fui homenageado.
Agora eu chego aqui, e não posso fazer nada!
Falei:
-
Não... Tem uma ala aqui que você vai poder fazer muito por eles.
Entrei
com requerimento junto ao Ministério e arranjamos uma ala de ricos
insuportáveis, que estavam em tratamento, para que desfiassem as
suas inúmeras queixas, dia após dia, naquele ouvido, tão pouco
propenso a ouvir e aquela boca tão propensa a falar o que não
convinha.
Eu
continuei trabalhando e ele lá no meio de alguns conhecidos muito
ricos que também tinham perdido tudo. Porque tudo que conquistaram
estava na terra, não tinham nada no plano espiritual. Esqueceram de
passar, para o muro de lá, as bagagens que teriam de, ao saltar o
muro, carregar.
Quem
podia trabalhar não ia perder tempo com lamúria, não é? Então
ele ficou com essa tarefa.
Ele
não gostava de pegar o dinheiro deles? Não queria o consultório
cheio de mulheres ricas, bem vestidas, perfumadas?
Quando
eu tirava bicho de pé nos meus pobres, porque nos cortiços dava
muito bicho de pé, ou tratava daqueles ferimentos, carrapato, sarna,
tanta coisa...
Ele
ficava horrorizado e falava:
-
Você foi aprender Medicina para fazer isso que você faz?
Pois
foi isso que me ajudou. Se vocês querem crescer, meus filhos, vão
tratar uma sarna.
Que
o mestre nos ampare.
Autor:
Bezerra de Menezes
Psicografia
de Shyrlene Soares Campos
AMIZADE
A
amizade sincera reaviva-se no coração
quando
alcançamos a Verdade Maior.
Plautino
Livro
“Dicionário da Alma” -
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier – Autores diversos
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