Tema da semana
“Violência”
De 17/02/2014 a 23/02/2014
Joanna de Ângelis
Entre as expressões do primarismo, no mercado
das paixões humanas, destaca-se com realce a violência, espalhando angústia e
dor.
Remanescente dos instintos agressivos, ela
estiola as mais formosas florações da vida, estabelecendo o caos.
Em onda volumosa arrasa, deixando destroços
por onde passa, alucinada.
*
Na raiz da violência encontra-se a falta de
desenvolvimento do senso moral, que o espírito aprimora através da educação, do
exercício dos valores éticos, da amplitude de consciência.
Atavismo cruel, demora de ser transformada em
ação edificante, face às suas vinculações com os reflexos instintivos do
período animal, que se prolongam, perturbadores.
Não apenas gera aflição, quando desencadeada,
como também provoca reações equivalentes em sucessão quase incontrolável,
arrebentando tudo quanto se lhe opõe no percurso destrutivo.
Todo o empenho em favor da preservação dos valores
morais deve ser colocado a serviço da paz, como antídoto à força devastadora da
violência.
*
Pequenos exercícios de autocontrole terminam
por criar hábitos de não-violência.
Disciplinas mentais e silêncios fortalecidos
pela confiança em Deus geram a harmonia que impede a instalação desse
desequilíbrio.
Atividades de amor, visando o bem e o
progresso da criatura humana e da sociedade, constituem patamar de resistência
às investidas dessa agressividade.
Reflexões em torno dos deveres morais produzem
a conscientização do bem, gerando o clima que preserva os sentimentos da
fraternidade.
A violência é adversária do processo de
evolução, fomentadora da loucura. Quem lhe tomba nas garras exaure-se, e, sem
forças, termina no abismo do auto aniquilamento ou do assassínio...
*
A violência disfarça-se no lar, quando os
cônjuges não respeitam os espaços, os direitos que lhes cabem reciprocamente; quando
os filhos se sentem preteridos por falsos valores do trabalho, do dinheiro, do
poder...
Na sociedade, quando os preços escorcham os
necessitados; quando os interesses pessoais extrapolam os seus limites e
perturbam os outros; quando a comodidade e os prazeres de alguns agridem os
compromissos e os comportamentos alheios; quando as injustiças sociais estiolam
os fracos a benefício dos fortes aparentes; quando os sentimentos inferiores da
maledicência, da calúnia, da inveja, da traição, do suborno de qualquer tipo,
da hipocrisia, disseminam suas infelizes sementes; quando os pendores asselvajados
não encontram orientação; quando as ilusões e fugas, os vícios e aliciamentos
levam às drogas, ao sexo desvairado, às ambições absurdas, explodindo nas ruas
do mundo e invadindo os lares; quando os governantes perdem a dignidade e
estimulam a prevalência da ignorância, provocando guerras nacionais e
internacionais...
A violência, de qualquer natureza, é atraso
moral, síndrome do primitivismo humano remanescente.
*
O homem e a mulher estão fadados à paz, à
glória estelar.
Assim, liberta-te daqueles remanescentes
agressivos que terminam insuflando-te reações infelizes.
Se te compraz ainda mantê-los, tem a coragem
de te violentares, superando-os ou domando-os, e contribuirás para o apressar
do progresso humano.
Como não te é lícito conivir com o erro,
ensina pela retidão os mecanismos da felicidade, evitando a ira, a cólera, o
ódio.
A ira é fagulha que ateia o fogo da
violência. A cólera é combustível que a mantém, e o ódio é labareda que a
amplia.
Pensa em Jesus, e, em qualquer circunstância,
interroga-te como Ele agiria, se estivesse no teu lugar. Tentando-o, lograrás
imitá-lO, fazendo como Ele, sem nenhuma violência.
Psicografia
de Divaldo Franco do livro Momentos Enriquecedores
Fonte: pensador.uol.com.br
Violência:
[...]
é o argumento daqueles que não têm boas razões.
Referência:KARDEC, Allan. O que é o Espiritismo: noções
elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos. 52a ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 1
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