Tema
da semana
“Irmãos”
de
10/02/2014 a 16/02/2014
Momento
Espírita
Conta-se
que um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, ao cruzarem
uma ponte sobre um rio, perceberam um escorpião sendo arrastado pela
correnteza.
Mais
do que depressa, o monge entrou na água e apanhou o animalzinho, que
estava na iminência de se afogar.
Entretanto,
ao tentar retirá-lo da água, o escorpião picou o monge e, devido à
dor, este o deixou cair novamente no rio.
Sem
desanimar, o monge correu até a margem, tomou um galho de árvore e
novamente entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou.
Em
seguida, juntou-se novamente aos discípulos, os quais haviam
acompanhado tudo e agora olhavam para o monge, assustados e
perplexos.
Um
dos discípulos, exteriorizando a curiosidade de todo o grupo,
exclamou: Mestre,
deve estar doendo muito!
Sim,
está,
redarguiu o mestre, comedido como sempre.
Indignado,
prosseguiu o aprendiz: Então,
por que o senhor retornou para salvar esse bicho ruim e venenoso?
Deixasse que ele se afogasse! Veja como ele respondeu à sua ajuda!
Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!
O
mestre, sereno e brando, olhando para o grupo afirmou: O
escorpião agiu conforme a natureza dele e eu de acordo com a minha.
*
* *
Desde
que nascemos, todos somos incluídos na sociedade, criamos laços
familiares e, aos poucos, vamos assumindo nossos papéis sociais.
Somos
pais, filhos, irmãos, tios, primos, sobrinhos. E também patrões,
empregados, voluntários, prestadores de serviço, profissionais
liberais.
Nem
sempre tais relações são livres de desavenças, discórdias,
mágoas, decepções.
Aqueles
que buscamos exercer o convívio social, de forma profícua, muitas
vezes caímos na cilada de querer que o outro se modifique conforme
nossa própria maneira de compreender o mundo.
Esperamos
que, para o bem da relação, o outro faça os devidos ajustes
morais, pois é ele quem permanece no erro. Esperamos sempre que o
próximo se modifique, para que, dessa forma, talvez nós possamos
fazer alguns ajustes.
Entretanto,
devemos nos lembrar de que todos nós somos Espíritos imortais em
busca da elevação intelecto-moral.
Os
erros que apontamos no outro, com tanta veemência, podem estar, de
forma ainda mais acentuada, gravados em nós e, por isso, temos tanta
facilidade para os detectar no próximo.
Ademais,
somos todos caminheiros do progresso e temos nossas parcelas de erros
e de acertos. Aquele que ora nos fere e que nosso coração custa a
perdoar, é tão passível de se equivocar quanto nós.
Cada
um age de acordo com seus preceitos morais. A única certeza que
temos é que não somos os donos da verdade.
Antes,
estamos em sua busca através de Jesus, que teve a oportunidade de
dizer: Eu
sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Na
dúvida, procuremos seguir as recomendações do Cristo, que nos
sugere que não julguemos o nosso próximo, que perdoemos setenta
vezes sete vezes, que oremos e que vigiemos não o outro, mas a nós
mesmos.
Redação
do Momento Espírita, com conto inicial de
autoria ignorada.
Em 12.3.2013.
autoria ignorada.
Em 12.3.2013.
Irmão
é todo aquele que perdoa / Setenta vezes sete a dor da ofensa, /
Para quem não há mal que o bem não vença, / Pelas mãos da
humildade atenta e boa. / É aquele que de espinhos se coroa / Por
servir com Jesus sem recompensa, / Que tormentos e lágrimas
condensa, / Por ajudar quem fere e amaldiçoa. / Irmão é todo
aquele que semeia / Consolação e paz na estrada alheia, /
Espalhando a bondade que ilumina; / É aquele que na vida transitória
/ Procura, sem descanso, a excelsa glória / Da eterna luz na
Redenção Divina.
Referência:XAVIER,
Francisco Cândido. Correio fraterno. Por diversos Espíritos. 6a ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2004. - cap. 6
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