Tema da semana
“Convidar os pobres
e os estropiados”
de 09/07/2012 a 15/07/2012
Emmanuel
255 –Devemos nós, os
espiritistas, praticar somente a caridade espiritual, ou também a
material?
-A divisa fundamental da codificação
kardequiana, formulada no “fora da caridade não há salvação”
, é bastante expressiva para que nos percamos em minuciosas
considerações.
Todo serviço da caridade
desinteressada é um reforço divino na obra da fraternidade humana e
da redenção universal.
Urge, contudo, que os espiritistas
sinceros, esclarecidos no Evangelho, procurem compreender a feição
educativa dos postulados doutrinários, reconhecendo que o trabalho
imediato dos tempos modernos é o da iluminação interior do homem,
melhorando-se-lhe os valores do coração e da consciência.
Dentro desses imperativos, é lícito
encarecermos a excelência dos planos educativos da evangelização,
de modo a formar uma mentalidade espírita cristã, com vistas ao
porvir.
Não podemos desprezar a caridade
material que faz do Espiritismo evangélico um pouso de consolação
para todos os infortunados; mas não podemos esquecer que as
expressões religiosas sectárias também organizaram as edificações
materiais para a caridade no mundo, sem olvidar os templos, asilos,
orfanatos e monumentos. Todavia, quase todas as suas obras se
desvirtuaram, em vista do esquecimento da iluminação dos Espíritos
encarnados.
A Igreja Romana é um exemplo típico.
Senhora de uma fortuna considerável e
havendo construído numerosas obras tangíveis, de assistência
social, sente hoje que as suas edificações são apenas de pedra,
porquanto, em seus estabelecimentos suntuosos, o homem contemporâneo
experimenta os mais dolorosos desenganos.
As obras da caridade material somente
alcançam a sua feição divina quando colimam a espiritualização
do homem, renovando-lhe os valores íntimos, porque, reformada a
criatura humana em Jesus Cristo, teremos na Terra uma sociedade
transformada, onde o lar genuinamente cristão será naturalmente o
asilo de todos os que sofrem.
Depreende-se, pois, que o serviço de
cristianização sincera das consciências constitui a edificação
definitiva, para a qual os espiritistas devem voltar os olhos, antes
de tudo, entendendo a vastidão e a complexidade da obra educativa
que lhes compete efetuar, junto de qualquer realização humana, nas
lutas de cada dia, na tarefa do amor e da verdade.
Psicografia de Chico Xavier do
livro O Consolador
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