terça-feira, 3 de julho de 2012

BENEFICÊNCIA E PROMOÇÃO HUMANA


Tema da semana
A Beneficência”
de 02/07/2012 a 08/07/2012

Joanna de Ângelis


Sem a menor dúvida, foi Jesus o exemplo máximo da dignificação humana.

Israel mantinha nos arredores das suas cidades lugares especiais para os hansenianos e os considerados imundos, que eram proibidos de conviver com a sociedade considerada saudável.

Embora a rudeza do tratamento, era uma propositura inicial de compaixão e de defesa dos males que afligiam os mais infelizes, que eram deixados em total desvalimento.

Jesus iniciou o sublime serviço de caridade para com todos, especialmente esses rejeitados e aqueloutros, os portadores das grandes enfermidades escondidas sob os tecidos custosos e as aparências enganosas.

Jamais selecionou quem quer que seja, negando-lhe assistência carinhosa e socorro especial, de acordo com a problemática de que fosse portador.

As suas mãos misericordiosas arrancaram da cegueira, da paralisia, da mudez, da surdez, das obsessões constritoras todos quantos o buscaram, mas também da perversidade, do ódio, da avareza, da mesquinhez, da perversão moral, dos vícios e dissolução do caráter outro número não menor de pacientes que lhe requisitaram a compaixão.

Onde quer que se apresentasse, logo era solicitado ao auxílio fraternal libertador e ao serviço de iluminação de consciências, orientando os necessitados a não mais permanecerem no erro, de modo que nada pior lhes viesse a acontecer.

Com o seu retorno no seio generoso do Pai, Simão Pedro ergueu, em sua memória, nos Arredores de Jerusalém, na estrada que levava a Jope, o primeiro núcleo de socorro contínuo aos filhos do calvário, demonstrando que o exemplo do Evangelho do Reino era também o legado de amor vibrante a todos quantos se encontrassem sob as tenazes do sofrimento.

Na Casa do Caminho havia acolhimento para todas as necessidades. Desde o pão aos esfaimados do corpo, em longas filas diárias, ao tratamento das mais estranhas enfermidades com o carinho e o devotamento que somente o amor consagrado ao ideal da solidariedade é capaz de realizar...

Simultaneamente eram oferecidos os recursos espirituais em forma de grandiosas psicoterapias que arrancavam as causas das enfermidades de todo porte. Prevenindo o enfermo quanto à recidiva da problemática, que lhe cabia evitar.

Desse modo, a beneficência cristã iniciou a grande saga do auxílio fraternal a todos os indivíduos, sem qualquer preconceito em relação à sua origem, crença, comportamento, recurso, todos considerados irmãos em necessidades, filhos do mesmo Pai Altíssimo.

Auxiliado nos primeiros tempos, por Tiago e João, a construção modestíssima albergava com o mesmo carinho todos aqueles que tinham sede e fome de misericórdia e de amor.

À medida que foi aumentando o número dos aflitos, sempre em grande quantidade em todas as épocas, foi realizada a primeira aplicação técnica do serviço social, sendo selecionados sete membros da Igreja primitiva para os labores imediatos, o atendimento das mazelas complexas, enquanto os primeiros servidores se dedicariam ao atendimento de iluminação espiritual.

Na suprema ignorância que se deriva da intolerância religiosa o Sinédrio, que reunia a opulência e o desvario dos rabinos, não entendendo a grandeza do Mestre, investiu várias vezes contra o seu santificado labor, tentando destruí-la ou impedi-la de funcionar dentro dos padrões de misericórdia e de compaixão.

Quando Paulo a visitou, num dos períodos mais difíceis de sua manutenção, face ao imenso número de aflitos e os poucos recursos o que a submetia ao talante do farisaísmo que lhe oferecia algumas migalhas, o Apóstolo dos gentios teve a extraordinária inspiração de elevá-la a Núcleo de promoção humana, sugerindo que os pacientes melhorados e aqueles que se curavam deveriam contribuir com o seu esforço em favor da sua manutenção, aprendendo também a ajudar o seu próximo.

Ao mesmo tempo, propôs que fossem convocados servidores remunerados que poderiam desempenhar o papel de auxiliares, desse modo, dispondo de recursos para uma vida digna, enquanto outros ali trabalhando aprenderiam uma profissão relevante para a aquisição de melhor status social.

Visitando as igrejas que fundara anteriormente, o bravo servidor de Jesus passou a solicitar o auxílio de todas elas, em benefício da Casa do Caminho ao mesmo tempo estimulando a criação de outros núcleos socorristas, em idênticos moldes aos aplicados em Jerusalém.

Quando hoje o serviço social promove o indivíduo, socorrendo-o e oferecendo-lhe os meios de preservação dos valores de que necessita para uma vida honorável, as lições de bondade dos que se encarregam da promoção humana infelizmente pouco aplicadas, devem ser mantidos, de forma que ninguém se sinta humilhado pela situação em que chega à instituição ou em que se encontra na sociedade.

Por aquela Casa passaram antigos políticos que um dia foram poderosos e, mais tarde, reduzidos à penúria, mulheres de alta situação anterior atiradas à mais dolorosa situação de miséria, como tem ocorrido em todos as épocas.

Isto porque, a existência humana apresenta sinuosidades inesperadas e aqueles que hoje se encontram no poder, amanhã poderão ser jogados no charco e no abandono, da mesma forma que pessoas outras de alta postura econômica e social resvalam pelos abismos da decadência e da necessidade, tombando anônimas nos porões do sofrimento inenarrável.

A beneficência é a mãe generosa da promoção do ser humano, haurida nos ensinamentos de Jesus e vivenciada pelos seus servidores ao longo destes dois mil anos, dedicando-se uns à educação, outros aos cuidados médicos, mais outros à velhice abandonada, às crianças em orfandade e, por fim, grande número ao alimento, ao vestuário, ao medicamento, à solidariedade da palavra gentil e fraternal.

Nunca faltará na Terra, após Jesus, o concurso da sua bondade convidando os seus discípulos ao ministério do amor em ação, da alegria de ajudar e de promover o seu irmão, forma superior de promover-se a si mesmo.

Aprende a fazer silêncio moral no teu périplo orgânico.

Fala com emoção o de que está cheio o teu coração conforme a lição do Mestre de Nazaré.

Medindo os conceitos antes de exteriorizá-los tens o poder sobre eles, que logo desaparece ao serem verbalizados.

Tudo quanto digas torna-se parte da tua sementeira e tudo quanto silenciares transformas em contribuição valiosa para os momentos oportunos da ensementação.

Nem o silêncio constrangedor nem a parlapatice desagradável deve ser a tua atitude existencial.

Mantém o teu silêncio moral e sempre que convocado à contribuição favorável aos demais em relação ao que tens, distribui o em palavras sábias com todos aqueles que te buscarem.

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 08 de junho de 2011, na Residência de Josef Jackulak, em Viena, Áustria.)


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