Tema da semana
“A Beneficência”
de 02/07/2012 a 08/07/2012
Joanna
de Ângelis
Sem a menor
dúvida, foi Jesus o exemplo máximo da dignificação humana.
Israel
mantinha nos arredores das suas cidades
lugares especiais
para os hansenianos e os considerados imundos, que eram proibidos de
conviver com a sociedade considerada saudável.
Embora a rudeza
do tratamento, era uma propositura inicial de compaixão e de defesa
dos males que afligiam os mais infelizes, que eram deixados em total
desvalimento.
Jesus iniciou o
sublime serviço de caridade para com todos, especialmente esses
rejeitados e aqueloutros, os portadores das grandes enfermidades
escondidas sob os tecidos custosos e as aparências enganosas.
Jamais
selecionou quem quer que seja, negando-lhe assistência carinhosa e
socorro especial, de acordo com a problemática de que fosse
portador.
As suas mãos
misericordiosas arrancaram da cegueira, da paralisia, da mudez, da
surdez, das obsessões constritoras todos quantos o buscaram, mas
também da perversidade, do ódio, da avareza, da mesquinhez, da
perversão moral, dos vícios e dissolução do caráter outro número
não menor de pacientes que lhe requisitaram a compaixão.
Onde quer que se
apresentasse, logo era solicitado ao auxílio fraternal libertador e
ao serviço de iluminação de consciências, orientando
os necessitados a não mais permanecerem no erro, de modo que nada
pior lhes viesse a acontecer.
Com o seu
retorno no seio generoso do Pai, Simão Pedro ergueu, em sua memória,
nos Arredores de Jerusalém, na estrada que levava a Jope, o primeiro
núcleo de socorro contínuo aos filhos do calvário, demonstrando
que o exemplo do Evangelho do Reino era também o legado de amor
vibrante a todos quantos se encontrassem sob as tenazes do
sofrimento.
Na Casa do
Caminho havia acolhimento para todas as necessidades. Desde o pão
aos esfaimados do corpo, em longas filas diárias, ao tratamento das
mais estranhas enfermidades com o carinho e o devotamento que somente
o amor consagrado ao ideal da solidariedade é capaz de realizar...
Simultaneamente
eram oferecidos os recursos espirituais em forma de grandiosas
psicoterapias que arrancavam as causas das enfermidades de todo
porte. Prevenindo o enfermo quanto à recidiva da problemática, que
lhe cabia evitar.
Desse modo, a
beneficência cristã iniciou a grande saga do auxílio fraternal a
todos os indivíduos, sem qualquer preconceito em relação à sua
origem, crença, comportamento, recurso, todos considerados irmãos
em necessidades, filhos do mesmo Pai Altíssimo.
Auxiliado nos
primeiros tempos, por Tiago e João, a construção modestíssima
albergava com o mesmo carinho todos aqueles que tinham sede e fome de
misericórdia e de amor.
À medida que
foi aumentando o número dos aflitos, sempre em grande quantidade em
todas as épocas, foi realizada a primeira aplicação técnica do
serviço social, sendo selecionados sete membros da Igreja primitiva
para os labores imediatos, o atendimento das mazelas complexas,
enquanto os primeiros servidores se dedicariam ao atendimento de
iluminação espiritual.
Na suprema
ignorância que se deriva da intolerância religiosa o Sinédrio, que
reunia a opulência e o desvario dos rabinos, não entendendo a
grandeza do Mestre, investiu várias vezes contra o seu santificado
labor, tentando destruí-la ou impedi-la de funcionar dentro dos
padrões de misericórdia e de compaixão.
Quando Paulo a
visitou, num dos períodos mais difíceis de sua manutenção, face
ao imenso número de aflitos e os poucos recursos o que a submetia ao
talante do farisaísmo que lhe oferecia algumas migalhas, o
Apóstolo dos gentios teve a extraordinária inspiração de elevá-la
a Núcleo de promoção humana, sugerindo que os pacientes melhorados
e aqueles que se curavam deveriam contribuir com o seu esforço em
favor da sua manutenção, aprendendo também a ajudar o seu próximo.
Ao mesmo
tempo, propôs que fossem convocados servidores remunerados que
poderiam desempenhar o papel de auxiliares, desse modo, dispondo de
recursos para uma vida digna, enquanto outros ali trabalhando
aprenderiam uma profissão relevante para a aquisição de melhor
status social.
Visitando as
igrejas que fundara anteriormente, o bravo servidor de Jesus passou a
solicitar o auxílio de todas elas, em benefício da Casa do Caminho
ao mesmo tempo estimulando a criação de outros núcleos
socorristas, em idênticos moldes aos aplicados em Jerusalém.
Quando hoje o
serviço social promove o indivíduo, socorrendo-o e oferecendo-lhe
os meios de preservação dos valores de que necessita para uma vida
honorável, as lições de bondade dos que se encarregam da promoção
humana infelizmente pouco aplicadas, devem ser mantidos, de forma que
ninguém se sinta humilhado pela situação em que chega à
instituição ou em que se encontra na sociedade.
Por aquela Casa
passaram antigos políticos que um dia foram poderosos e, mais tarde,
reduzidos à penúria, mulheres de alta situação anterior atiradas
à mais dolorosa situação de miséria, como tem ocorrido em todos
as épocas.
Isto porque, a
existência humana apresenta sinuosidades inesperadas e aqueles que
hoje se encontram no poder, amanhã poderão ser jogados no charco e
no abandono, da mesma forma que pessoas outras de alta postura
econômica e social resvalam pelos abismos da decadência e da
necessidade, tombando anônimas nos porões do sofrimento
inenarrável.
A
beneficência é a mãe generosa da promoção do ser humano, haurida
nos ensinamentos de Jesus e vivenciada pelos seus servidores ao longo
destes dois mil anos, dedicando-se uns à educação, outros aos
cuidados médicos, mais outros à velhice abandonada, às crianças
em orfandade e, por fim, grande número ao alimento, ao vestuário,
ao medicamento, à solidariedade da palavra gentil e fraternal.
Nunca faltará
na Terra, após Jesus, o concurso da sua bondade convidando os seus
discípulos ao ministério do amor em ação, da alegria de ajudar e
de promover o seu irmão, forma superior de promover-se a si mesmo.
Aprende a fazer
silêncio moral no teu périplo orgânico.
Fala com emoção
o de que está cheio o teu coração conforme a lição do Mestre de
Nazaré.
Medindo os
conceitos antes de exteriorizá-los tens o poder sobre eles, que logo
desaparece ao serem verbalizados.
Tudo quanto
digas torna-se parte da tua sementeira e tudo quanto silenciares
transformas em contribuição valiosa para os momentos oportunos da
ensementação.
Nem o silêncio
constrangedor nem a parlapatice desagradável deve ser a tua atitude
existencial.
Mantém o teu
silêncio moral e sempre que convocado à contribuição favorável
aos demais em relação ao que tens, distribui o em palavras sábias
com todos aqueles que te buscarem.
(Página
psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 08 de junho
de 2011, na Residência de Josef Jackulak, em Viena, Áustria.)
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