Tema
da semana: “Piedade Filial” de 27/02/2012 a 04/03/2012
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→HOJE
NÓS ESTAMOS COMPLETANDO UM ANO;
FELIZ
ANIVERSÁRIO “PRAÇA DA AMIZADE”
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O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO
Allan Kardec
1. Sabeis os mandamentos: não cometereis
adultério; não matareis; não roubareis; não
prestareis falso-testemunho; não
fareis agravo a
ninguém; honrai a vosso pai e a
vossa mãe. (S. MARCOS, capítulo X, v. 19; S. LUCAS, cap. XVIII, v. 20; S.
MATEUS, cap. XIX, vv. 18 e 19.)
2. Honrai a vosso pai e a vossa
mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
(Decálogo: "Êxodo", cap. XX, v. 12.)
Piedade filial
3. O mandamento: "Honrai a
vosso pai e a vossa mãe" é um corolário da lei geral de caridade e de amor
ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai
e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da
piedade filial. Quis Deus mostrar por
essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a
condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo
ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em
gera! Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e
de mãe, as quais tanto maior mérito têm, quanto menos obrigatório é para elas o
devotamento (grifo nosso). Deus pune sempre com rigor toda violação desse
mandamento.
Honrar a seu pai e a sua mãe, não consiste apenas em respeitá-los; é
também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é
cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância (grifo nosso).
Sobretudo para com os pais sem recursos é que se demonstra a verdadeira
piedade filial. Obedecem a esse mandamento os que julgam fazer grande coisa
porque dão a seus pais o estritamente necessário para não morrerem de fome,
enquanto eles de nada se privam, atirando-os para os cômodos mais ínfimos da
casa, apenas por não os deixarem na rua, reservando para si o que há de melhor,
de mais confortável? Ainda bem quando não o fazem de má vontade e não os
obrigam a comprar caro o que lhes resta a viver, descarregando sobre eles o
peso do governo da casa! Será então aos pais velhos e fracos que cabe servir a
filhos jovens e fortes? Ter-lhes-á a mãe vendido o leite, quando os amamentava?
Contou porventura suas vigílias, quando eles estavam doentes, os passos que
deram para lhes obter o de que necessitavam? Não, os filhos não devem a seus
pais pobres só o estritamente necessário, devem-lhes também,
na medida do que puderem,
os pequenos nadas
supérfluos, as solicitudes, os
cuidados amáveis, que são apenas o juro do que receberam, o pagamento de uma
dívida sagrada. Unicamente essa é a piedade filial grata a Deus (grifo
nosso).
Ai, pois, daquele que olvida o que deve aos que o ampararam em sua
fraqueza, que com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes se
impuseram duras privações para lhe garantir o bem-estar. Ai do ingrato: será
punido com a ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições,
algumas vezes já na existência atual, mas com certeza noutra, em que sofrerá o
que houver feito aos outros (grifo nosso).
Alguns pais, é certo, descuram
de seus deveres e não são para os filhos o que deviam ser; mas, a Deus é que
compete puni-los e não a seus filhos. Não compete a estes censurá-los, porque
talvez hajam merecido que aqueles fossem quais se mostram. Se a lei da caridade
manda se pague o mal com o bem, se seja indulgente para as imperfeições de
outrem, se não diga mal do próximo, se lhe esqueçam e perdoem os agravos, se
ame até os inimigos, quão maiores não hão de ser essas obrigações, em se
tratando de filhos para com os pais! Devem, pois, os filhos tomar corno regra
de conduta para com seus pais todos os preceitos de Jesus concernentes ao
próximo e ter presente que todo procedimento censurável, com relação aos
estranhos, ainda mais censurável se torna relativamente aos pais; e que o que
talvez não passe de simples falta, no primeiro caso, pode ser considerado um
crime, no segundo, porque, aqui, à falta de caridade se junta a ingratidão.
4. Deus disse: "Honrai a
vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor
vosso Deus vos dará." Por que promete ele como recompensa a vida na Terra
e não a vida celeste? A explicação se encontra nestas palavras: “que Deus vos
dará”, as quais, suprimidas na moderna fórmula do Decálogo, lhe alteram o
sentido. Para compreendermos aqueles dizeres, temos de nos reportar à situação
e às ideias dos hebreus naquela época. Eles ainda nada sabiam da vida futura,
não lhes indo a visão além da vida corpórea. Tinham, pois, de ser
impressionados mais pelo que viam, do que pelo que não viam. Fala-lhes Deus
então numa linguagem que lhes estava mais ao alcance e, como se se dirigisse a
crianças, põe-lhes em perspectiva o que os pode satisfazer. Achavam-se eles
ainda no deserto; a terra que Deus lhes dará e a Terra da Promissão, objetivo
das suas aspirações. Nada mais desejavam do que isso; Deus lhes diz que viverão
nela longo tempo, isto é, que a possuirão por longo tempo, se observarem seus
mandamentos.
Mas, ao verificar-se o advento
de Jesus, já eles tinham mais desenvolvidas suas ideias. Chegada a ocasião de
receberem alimentação menos grosseira, o mesmo Jesus os inicia na vida
espiritual, dizendo: "Meu reino não é deste mundo; lá, e não na Terra, é
que recebereis a recompensa das vossas boas obras." A estas palavras, a
Terra Prometida deixa de ser material, transformando-se numa pátria celeste.
Por isso, quando os chama à observância daquele mandamento: "Honrai a
vosso pai e a vossa mãe", já não é a Terra que lhes promete e sim o céu.
(Caps. II e III.)
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