Tema da semana: “ESQUECIMENTO DO PASSADO” de 06/02/2012 a
12/02/2012
O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO
Esquecimento do passado
Allan Kardec
11. Em vão se objeta que o
esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar
da experiência de
vidas anteriores. havendo
Deus entendido de lançar
um
véu
sobre
o
passado, é que há nisso vantagem. Com
efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em
certos casos, humilhar-nos singularmente,
ou, então, exaltar-nos o orgulho e,
assim, entravar
o nosso livre-arbítrio.
Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável
perturbação nas relações sociais.
Frequentemente, o Espírito renasce
no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo
de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja
feito. Se reconhecesse nelas as a quem odiara, quiçá
o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo,
ele se sentiria humilhado em
presença daquelas a quem houvesse ofendido.
Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos
basta: a voz da consciência e as
tendências instintivas (grifo nosso). Priva-nos do que nos seria
prejudicial.
Ao nascer,
traz o
homem consigo o que adquiriu, nasce qual
se
fez; em cada existência,
tem um novo ponto de partida.
Pouco lhe importa
saber o que foi antes: se se vê
punido, é que praticou o mal. Suas atuais tendências más indicam o que lhe resta a corrigir em si próprio e é nisso que deve
concentrar-se toda a sua atenção, porquanto,
daquilo de que se haja corrigido completamente, nenhum traço mais conservará. As boas
resoluções que tomou são a voz da
consciência, advertindo-o do que é bem e do que é mal e dando-lhe forças para resistir às tentações.
Aliás, o esquecimento
ocorre apenas durante a vida corpórea. Volvendo
à vida espiritual, readquire o
Espírito a lembrança do passado;
nada mais há, portanto, do que uma interrupção temporária, semelhante à
que se dá na vida terrestre
durante o sono, a qual não
obsta a que, no dia seguinte,
nos recordemos do que tenhamos
feito na véspera
e nos dias precedentes.
E não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança
dó passado. Pode dizer-se que jamais a perde, pois que, como a
experiência o demonstra, mesmo encarnado, adormecido o corpo, ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre e que sofre com justiça.
A lembrança unicamente se apaga no curso da vida exterior, da vida de relação.
Mas, na falta de uma recordação exata, que lhe poderia
ser penosa e prejudicá-lo nas suas relações sociais, forças novas haure ele nesses instantes de emancipação da
alma, se os sabe aproveitar.
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