Tema da semana: “ESQUECIMENTO DO PASSADO” de 06/02/2012 a
12/02/2012
Joanna
de Ângelis
Conquanto
estejas informado a respeito da ação do passado sobre o presente, deixas-te
dominar quase sempre por dúvidas atrozes que espezinham tuas convicções,
fazendo-te sofrer.
Conjecturas
quanto ao esquecimento que acompanha o espírito na reencarnação, e supões que
esse olvido, de certo modo se faz obstáculo ao discernimento entre amigos e
adversários da tua felicidade.
Seria
mais justo que, assim pensas, em momentos de rudes provações, os centros da
memória anterior fossem libertados e a censura que frena as recordações
deixasse fluir os rios do conhecimento de modo a agires com acerto.
Confessas
intimamente o tormento que te consome por caminhares sem o conhecimento do
destino, tendo em vista a ignorância do pretérito, assinalando desolação e dor.
E concluis, apressado, que a reencarnação, em tais bases, não expressa
condignamente o amor de Nosso Pai, afirmando que, em ti mesmo não encontras, na
memória, os fundamentos que favoreçam a segurança que gostarias de possuir para
levares de vencida a experiência evolutiva.
Pensas,
e no entanto desconheces a mecânica do raciocínio a nascer nos centros
cerebrais.
Ages
sob impulsos desconhecidos, e ignora a razão deles. Vives governado por
automatismos fisiológicos que te mantém a harmonia orgânica sem lhes conheceres
a procedência...
...Vês,
ouves, sentes, falas, distingues gostos, no que se refere aos débeis órgãos dos
sentidos físicos sem indagações, sem exigências e, todavia, deixas-te conduzir tranquilamente.
Observa
a dificuldade que experimenta uma criatura excepcional aprendendo a falar,
comer, controlar os movimentos... Entenderás, então, que se não te é lícito
recordar o passado, a outros espíritos mais esclarecidos e fortes que o teu é
permitido navegar no oceano das recordações com alguma segurança e
naturalidade...
Ao
invés de castigo, o esquecimento das vidas passadas é dádiva celeste. Desejarias identificar os sicários da
tua paz e os cooperadores da tua alegria. Examina,
no entanto, as afinidades, considera as emoções junto aos que te cercam, medita
e conclui com o auxílio do tempo.
Abre,
todavia, os braços, a quantos se acercam de ti, procurando envolvê-los nas
vibrações do entendimento e da cordialidade, para fruíres afeição e simpatia.
* * *
Encontras
obstáculos afetivos no lar entre os membros da família e experimentas, não
raro, asco senão revolta por aqueles a quem deverias amar nas amarras do
sangue.
Reações
indomáveis, a se manifestarem como animosidade, alquebram o teu ânimo em casa,
levando-te a desesperos e atritos lamentáveis.
Acalentas,
ou és vítima de idiossincrasias, senão aversões, por filhos ou irmãos, lutando
tenazmente por vencer a força negativa que te assoma na presença deles, sem
resultados positivos.
A
estada na intimidade doméstica se constitui penoso período, encontrando,
todavia, motivos de júbilos sob tetos alheios...
...E
desejarias recordar o ontem!...
Se
em ignorância quanto ao mal que te hajam feito, eles os teus familiares, te
sentes incapaz de fitá-los, entendê-los, ajudá-los e amá-los, oferecendo-lhes
compreensão e simpatia, como te portarias se, na filha revel identificasses
antiga companheira que o adultério arrastou, no irmão consanguíneo o destruidor
do antigo ninho de venturas que o tempo não consumiu, no pai ou mãe, no filho
ou noutro parente o arquiteto da tua ruína ou a vítima da sua sandice?
Esquecer
o mal para agir com acerto é luz de amor na lâmpada da oportunidade. Ignorar os maus para ajudá-los,
significa ensejar-lhes, com igualdade de condições, ocasião de repararem os
males que tenham praticado.
Lutar
contra a antipatia, procurando ignorar as causas da aversão representa valioso
esforço de libertação íntima.
Considerando
a pequenez e a inferioridade moral de quantos se encontram na Terra, o
abençoado Hospital-Escola para os recalcitrantes, os Excelsos Promotores dos
renascimentos fazem que a mente espiritual mergulhe no olvido, a fim de que as
lembranças dos atos infelizes não os enlouqueçam e as evocações abençoadas não
os paralisem em recordação insensata ou improfícua.
* * *
Jesus,
o Egrégio Coordenador da Vida no Orbe, lecionando sobre a necessidade do bem
atuante, não poucas vezes exortou ao amor puro e simples com o esquecimento do
mal, para que este não se corporificasse em sombra tenebrosa acompanhando nossa
consciência. E desejando imprimir com sulcos
profundos o ensino sublime, conclamou os que O seguissem a duplicar a bondade
em relação aos que nos peçam algo, mandando oferecer a outra face ao agressor
para que não fôssemos os promotores do mal ou vitalizadores da impiedade.
E
assim o fez por conhecer o abismo que a ignorância da verdade representa e a baliza
de luz que significa o amor no caminho da evolução, amor que nos faz esquecer o
mal para somente nos lembrarmos do bem...
Psicografia de Divaldo Franco do Livro:
Dimensões da Verdade
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