Tema da semana: “ESQUECIMENTO DO PASSADO” de 06/02/2012 a
12/02/2012
Emmanuel
Reunião
pública de 22-6-59
Questão nº
392
Examinando o esquecimento temporário do pretérito, no campo
físico, importa considerar cada existência por estágio de serviço em que a alma
readquire, no mundo, o aprendizado que lhe compete.
Surgindo semelhante período, entre o berço que lhe configura
o início e o túmulo que lhe demarca a cessação, é justo aceitar-lhe o caráter
acidental, não obstante se lhe reconheça a vinculação à vida eterna.
É forçoso, então, ponderar o impositivo de recurso e
aproveitamento, tanto quanto, nas aplicações da força elétrica, é preciso
atender ao problema de cara e condução.
Encetando uma nova existência corpórea, para determinado
efeito, a criatura recebe, desse modo, implementos cerebrais completamente
novos, no domínio das energias físicas, e, para que se lhe adormeça a memória,
funciona a hipnose natural como recurso básico, de vez que, em muitas ocasiões,
dorme em pesada letargia, muito tempo antes de acolher-se ao abrigo materno. Na
melhor das hipóteses, quando desfruta grande atividade mental nas esferas
superiores, só é compelido ao sono, relativamente profundo, enquanto perdure a
vida fetal. Em ambos os casos, há prostração psíquica nos primeiros sete anos
de tenra instrumentação fisiológica dos encarnados, tempo em que se lhes
reaviva a experiência terrestre.
Temos, ainda, mais ou menos três mil dias de sono induzido
ou hipnose terapêutica, a estabelecerem enormes alterações nos veículos de
exteriorização do Espírito, as quais, acrescidas às consequências dos fenômenos
naturais de restringimento do corpo espiritual, no refúgio uterino, motivam o
entorpecimento das recordações do passado, para que se avalie a mente na
direção de novas conquistas. E, como todo esse tempo é ocupado em prover-se a
criança de novos conceitos e pensamentos acerca de si própria, é compreensível
que toda criatura sobrenade na adolescência, como alguém que fosse longamente
hipnotizado para fins edificantes, acordando, gradativamente, na situação
transformada em que a vida lhe propõe a continuidade do serviço devido à
regeneração ou à evolução clara e simples.
E isso, na essência, é o que verdadeiramente acontece,
porque, pouco a pouco, o Espírito reencarnado retoma a herança de si mesmo, na
estrutura psicológica do destino, reavendo o patrimônio das realizações e das
dívidas que acumulou, a se lhe regravarem no ser, em forma de tendências
inatas, e reencontrando as pessoas e as circunstâncias, as simpatias e as
aversões, as vantagens e dificuldades, com as quais se ache afinizado ou
comprometido.
Transfigurou-se, então, a ribalta, mas a peça contínua.
A moldura social ou doméstica, muitas vezes, é diferente,
mas, no quadro de trabalho e da luta, a consciência é a mesma, com a obrigação
de aprimorar-se ante a bênção de Deus, para a luz da imortalidade.
Livro “Religião dos
Espíritos” – Psicografia Francisco C. Xavier, Espírito: Emmanuel.
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