Tema da semana: “A parentela
corporal e a parentela espiritual”
de 13/02/2012 a 19/02/2012
O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO
A parentela corporal e a parentela espiritual
Allan Kardec
8. Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre
os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito
não procede do Espírito, porquanto
o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro
corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e
moral do filho, para fazê-lo progredir.
Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das
vezes, Espíritos
simpáticos, ligados
por anteriores relações,
que se expressam por
uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente
estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente
anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo,
que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os
verdadeiros laços
de
família e sim os da simpatia e da comunhão
de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais
diferentes podem ser mais irmãos pelo
Espírito, do que se o fossem pelo sangue.
Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer
quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa
todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade
das existências. (Cap. IV, nº 13.)
Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação
e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se
dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar
compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e
meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que
faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
A hostilidade que lhe moviam
seus irmãos se acha claramente expressa em a narração
de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este
perdera
o espirito. Informado
da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse,
referindo-se a seus discípulos, do ponto
de vista espiritual: "Eis aqui meus verdadeiros irmãos." Embora na
companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza
o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido
declarar que sua mãe segundo o corpo
nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras
circunstâncias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
(-: , Olá, seja bem vindo, se o seu comentário for legal, e não trouxer conteúdo agressivo, ele será postado.