Tema da semana
“Dai a César o que é de César”
de 11/06/2012 a 17/06/2012
Neio Lúcio
Um
juiz cristão, rigoroso nas aplicações da lei humana, mas fiel no
devotamento ao Evangelho, encontrando-se em meio duma sociedade
corrompida e perversa, orou, implorando a presença de Jesus.
Tantas
sentenças condenatórias devia proferir diariamente, que se lhe
endurecera o coração.
Atormentado,
porém, entre a confiança que consagrava ao Divino Mestre e as
acusações que se acreditava compelido a formular, rogou, certa
noite, ao Senhor, lhe esclarecesse o espírito angustiado.
Efetivamente,
sonhou que Jesus vinha desfazer-lhe as dúvidas aflitivas.
Ajoelhou-se aos pés do Amoroso Amigo e perguntou:
-
Mestre, que normas adotar perante um homicida? Não estará
logicamente incurso nas penas legais?
O
Cristo sorriu, de leve, e respondeu:
-
Sim, o criminoso está condenado a receber remédio corretivo, por
doente da alma.
O
juiz considerou estranha a resposta; contudo, prosseguiu indagando:
-
Como agir, ante o delinqüente rude, Senhor?
-
Está condenado a valer-se de nosso auxílio, através da educação
pelo amor paciente e construtivo - explicou Jesus, bondoso e calmo.
-
Mestre, e que corrigenda aplicar ao preguiçoso?
-
Está condenado a manejar a enxada ou a picareta, conquistando o pão
com o suor do rosto.
-
Que farei da mulher pervertida? - interrogou o jurista, surpreso.
-
Está condenada a beneficiar-se de nosso amparo fraterno, a fim de
que se reerga para a elevação do trabalho e para a dignidade
humana.
-
Senhor, como julgar o ignorante?
-
Está condenado aos bons livros.
-
E o fanático?
-
Está condenado a ser ouvido e interpretado com tolerância e
caridade, até que aprenda a libertar a própria alma.
-
Mestre, e que diretrizes adotar, ante um ladrão?
-
Está condenado à oficina e à escola, sob vigilância benéfica.
-
E se o ladrão é um assassino?
-
Está condenado ao hospício, onde se lhe cure a mente envenenada.
O
magistrado passou a meditar gravemente e lembrou-se de que deveria
modificar todas as peças do tribunal, substituindo a discriminação
de castigos diversos por remédio, serviço, fraternidade e educação.
Todavia,
não se sentindo bem com a própria consciência, endereçou ao
Senhor suplicante olhar, e perguntou, depois de longos instantes:
-
Mestre, e de mim mesmo, que farei?
Jesus
sorriu, ainda uma vez, e disse, sereno:
-
O cristão está condenado a compreender e ajudar, amar e perdoar,
educar e construir, distribuir tarefas edificantes e bênçãos de
luz renovadora, onde estiver.
Nesse
momento, o juiz acordou em lágrimas e, de posse da sublime lição
que recebera, reconheceu que, dali em diante, seria outro homem.
Do
livro “Alvorada Cristã”.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
Gostei muito dessa mensagem.
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