Tema da semana
“Dai a César o que é de César”
de 11/06/2012 a 17/06/2012
Joanna de Ângelis
INTERCÂMBIO SOCIAL
O homem, inquestionavelmente, é um
ser gregário, organizado pela emoção para a vida em sociedade.
O seu insulamento, a pretexto de
servir a Deus. constitui uma violência à lei natural,
caracterizando-se por uma fuga injustificável às responsabilidades
do dia a dia.
Graças à dinâmica da
atualidade, diminuem as antigas incursões ao isolacionismo, seja nas
regiões desérticas para onde o homem fugia a buscar meditação,
seja no silêncio das clausuras e monastérios onde pensava perder-
se em contemplação.
O Cristianismo possui o extraordinário
objetivo de criar uma sociedade equilibrada, na qual todos os seus
membros sejam solidários entre si.
Negar o mundo” do conceito
evangélico, não significa abandoná-lo, antes criar condições
novas, a fim de modificar-lhe as estruturas negativas e egoísticas,
engendrando recursos que o transformem em reduto de esperança, de
paz, perfeito símile do “reino dos céus”, a que se reportava
Jesus.
A vivência cristã se caracteriza
pelo clima de convivência social em regime de fraternidade, no qual
todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e consertando
problemas.
Viver o Cristo é também
conviver com o próximo, aceitando-o conforme suas imperfeições,
sem constituir-lhe fiscal ou pretender corrigi-lo, antes
acompanhando-o com bondade, inspirando-o ao despertamento e à
mudança de conduta de modo próprio.
A reforma pessoal de alguém inspira
confiança, gera simpatia, modifica o meio e renova os cômpares com
quem cada um se afina.
Isolar-se, portanto, a
pretexto de servir ao bem não passa de uma experiência na qual o
egoísmo predomina, longe da luta que forja heróis e constrói os
santos da abnegação e da caridade.
*
Criaturas bem intencionadas sonham com
comunidades espiritualizadas, perfeitas, onde se possa viver em
regime da mais pura santificação.
Assim
tocadas programam
colmeias, organizam
comitês para
tal fim,
e os mais
ambiciosos laboram
por cidades
onde o
mal não
exista e
todos se
amem. .
Em verdade, tal ambição,
nobre por enquanto impraticável senão totalmente irrealizável,
representa uma reminiscência ancestral das antigas comunidades
religiosas onde o atavismo criou necessidades de elevação num mundo
especial, longe das realidades objetivas entre os homens em evolução.
Jesus, porém, deu-nos o
exemplo.
Desceu das Regiões Felizes ao vale
das aflições, a fim de ajudar.
Não convocou os privilegiados, antes
convidou os infelizes, os rebeldes e rejeitados, suportando suas
mazelas e assim mesmo os amando.
No Colégio íntimo esteve a braços
com as sistemáticas dúvidas dos amigos, suas ambições infantis,
suas querelas frívolas, suas disputas.
Não se afastou deles, embora suas
imperfeições, não se rebelou contra
eles.
Ajudou-os,
incansavelmente, até os momentos extremos, quando, sofrendo, no
Getsemani, surpreendeu-os, mais de uma vez, a dormir.
E retornou ao convívio deles, quando
atemorizados, a sustentá-los e animá-los, a fim de que não
deperecessem na fé, nem na dedicação em que se fizeram mais tarde
dignos do seu Mestre, em face dos testemunhos libertadores a que se
entregaram.
*
Atesta
a tua
confiança no
Senhor e
a excelência
da tua
fé mediante
a convivência com os irmãos mais inditosos do
que tu mesmo.
Sê lhes a lâmpada acesa
a clarificar-lhes a marcha. Nada esperes dos outros.
Sê tu quem ajuda,
desculpa, compreende.
Se eles te enganam ou te
traem, se censuram-te ou exigem-te o que te não dão, ama-os mais,
sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do
que supões.
Se conseguires conviver
pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás
logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre
refletido no trato, no
intercâmbio social com os
que te
buscam e com
os quais ascendes na direção de Deus.
Psicografia de Divaldo Franco do livro leis Morais da Vida
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