Tema da semana
“Dai a César o que é de César”
de 11/06/2012 a 17/06/2012
Allan Kardec
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Dai a César o que é de César
5. Os fariseus, tendo-se retirado,
entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias
palavras. - Mandaram então seus discípulos, em companhia dos
herodianos, dizer-lhe: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o
caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que
seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas. Dize-nos, pois,
qual a tua opinião sobre isto: É nos permitido pagar ou deixar de
pagar a César o tributo?
Jesus, porém, que lhes conhecia a
malícia, respondeu: Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me
uma das moedas que se dão em pagamento do tributo. E, tendo- lhe
eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta
imagem e esta inscrição? - De César, responderam eles. Então,
observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a
Deus o que é de Deus.
Ouvindo-o falar dessa maneira,
admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o, se retiraram. (S.
MATEUS, cap. XXII, vv. 15 a 22. - S. MARCOS, cap. XII, vv. 13 a 17.)
6. A questão proposta a
Jesus era motivada pela circunstância de que os judeus, abominando o
tributo que os romanos lhes impunham, haviam feito do pagamento desse
tributo uma questão religiosa. Numeroso partido se fundara contra o
imposto. O pagamento deste
constituía,
pois,
entre
eles,
uma
irritante
questão
de
atualidade,
sem
o
que
nenhum
senso teria a pergunta feita a Jesus: "É nos lícito pagar ou
deixar de pagar a César o tributo?" Havia
nessa
pergunta
uma
armadilha.
Contavam
os que a formularam poder, conforme a resposta,
excitar
contra
ele
a
autoridade
romana,
ou
os
judeus
dissidentes.
Mas
"Jesus,
que
lhes conhecia a malícia",
contornou a dificuldade, dando-lhes
uma lição de justiça, com o dizer que a cada um seja dado o que
lhe é devido.
(Veja-se, na "Introdução", o artigo: Publicanos.)
7. Esta
sentença: "Dai a César o que é de César", não deve,
entretanto, ser entendida de modo
restritivo e
absoluto. Como
em todos
os ensinos
de Jesus,
há nela
um princípio
geral, resumido sob forma prática e usual e deduzido de uma
circunstância particular. Esse princípio é
consequente daquele segundo o qual devemos proceder para com os
outros como queiramos que os outros procedam para conosco. Ele
condena todo prejuízo material e moral que se possa causar a outrem,
toda postergação de seus interesses. Prescreve o respeito aos
direitos de cada um, como cada um deseja que se respeitem os seus.
Estende-se mesmo aos deveres contraídos para com a família, a
sociedade, a autoridade, tanto quanto para com os indivíduos em
geral.
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