Tema
da semana:
“Candeia
sob alqueire. Porque Jesus fala por parábolas”
de
07/05/2012 a 13/05/2012
Francisco
de Paula Vitor
“Maria
escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.”
Jesus
(Lc, 10:42)
O
momento aconchegante entre bons amigos cedera espaço para que o
Amigo Celestial se dispusesse a falar das coisas do Reino, da vida da
alma, da verdade.
O bucólico vilarejo de Betânia,
encravado no caminho que ligava Jerusalém a Jericó, seria a moldura
especial para aquele momento que se tornaria perpétuo na mente de
todos os que o compartiram.
Junto de Marta e
Maria, irmãs de Lázaro, Jesus passa a tecer considerações
formosas sobre as questões espirituais que se imbricam nas tramas da
vida terrena. Maria abriu mão do que estava fazendo e ajeitou-se,
confortavelmente, ante os olhos do Rabi, de modo a absorver as Suas
lições de luz.
Eram aqueles momentos
sagrados, de aprendizado perene, partidos da alma de Quem era o
Caminho, a Verdade e a Vida para todos nós.
Enquanto os instantes desfilavam, vazando pela ampulheta da
oportunidade rara, quantas mensagens felizes, edificantes,
inesquecíveis!
Na vida terrena, no mundo,
do mesmo modo, há ocasiões de grande fortuna moral que nos permitem
ouvir, para aprender, lições formidáveis para a alma eterna. Uma
conferência de boa instrução capaz de alavancar o nosso íntimo
para níveis mais altos de vida espiritual. A chance de um concerto
ou de uma apresentação cênica que nos convida a meditações
maduras sobre os fatos da existência humana, percebidos e pinçados
por mentes verdadeiramente geniais, e convertidos em pautas ou peças
de rara beleza.
Inumeráveis oportunidades
nos surgem para apreciar a natureza em festa, seja uma noite de
plenilúnio, seja um amanhecer de ouro; seja um jardim que explode em
perfumes e cores, seja um véu
de noiva que
se estira na montanha rochosa. Pode ser, ainda, um bando multicor de
aves chilreantes ou a chuva que cai abençoando o solo, os lençóis
do subsolo, os estuários.
Quantas vezes
somos convidados a ver tudo isso sem que encontremos tempo, motivo ou
razão para fazê-lo?
O homem do mundo está
sempre correndo em busca do que vai comer ou beber, e, se já o
conseguiu, corre, agora, por conta da viagem, dos negócios, da
atividade social. Desgasta-se, esfalfa-se, desgosta-se, e culpa a
vida por ser como é e por estar como está.
A mensagem do Cristo chega para nós de diversos modos, cabendo-nos
achar um jeito de determos um pouco a nossa excitação em torno de
muitos nadas, buscando acrescentar conhecimentos no intelecto e
harmonia e paz nos sentimentos.
Maria
continuava atenta.
Marta se movia de um lado
para outro, arrumando, organizando, preparando coisas, nesse tipo de
movimentação neurótica, hiperativa, sem saber explicar o porquê.
Observando a boa mas desatenta amiga, e percebendo
toda a ansiedade que se lhe irrompia do íntimo, falou-lhe com
suavidade mas com firmeza que a verdade exige:Marta!
Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Contudo, pouco se
faz necessário, ou mesmo uma coisa só: Maria
escolheu, pois, a melhor parte e essa não lhe será tirada.
A pobre Marta se dá conta, titubeia, algo
estonteada pela constatação de que sequer estava aproveitando a
visita de tão importante e bom Amigo... e se acerca para ouvir
também.
Jesus Cristo é esse Amigo que nos
visita o lar interno, trazendo-nos blandiciosas lições de vida
feliz e plena, esperando tão-só que Lhe ofereçamos um pouco de
atenção, a fim de que esses filetes de ouro de sabedoria e
sentimento, de que se faz portador penetre o nosso ser, como a parte
melhor que nos impulsiona para a luz do Altíssimo.
Do
livro “Quem é o cristo?”.
Psicografia
de José Raul Teixeira.
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