quinta-feira, 10 de maio de 2012

SABER ESCOLHER


Tema da semana:
Candeia sob alqueire. Porque Jesus fala por parábolas
de 07/05/2012 a 13/05/2012


Francisco de Paula Vitor



Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.”
Jesus (Lc, 10:42)


O momento aconchegante entre bons amigos cedera espaço para que o Amigo Celestial se dispusesse a falar das coisas do Reino, da vida da alma, da verdade.

O bucólico vilarejo de Betânia, encravado no caminho que ligava Jerusalém a Jericó, seria a moldura especial para aquele momento que se tornaria perpétuo na mente de todos os que o compartiram.

Junto de Marta e Maria, irmãs de Lázaro, Jesus passa a tecer considerações formosas sobre as questões espirituais que se imbricam nas tramas da vida terrena. Maria abriu mão do que estava fazendo e ajeitou-se, confortavelmente, ante os olhos do Rabi, de modo a absorver as Suas lições de luz.

Eram aqueles momentos sagrados, de aprendizado perene, partidos da alma de Quem era o Caminho, a Verdade e a Vida para todos nós.

Enquanto os instantes desfilavam, vazando pela ampulheta da oportunidade rara, quantas mensagens felizes, edificantes, inesquecíveis!

Na vida terrena, no mundo, do mesmo modo, há ocasiões de grande fortuna moral que nos permitem ouvir, para aprender, lições formidáveis para a alma eterna. Uma conferência de boa instrução capaz de alavancar o nosso íntimo para níveis mais altos de vida espiritual. A chance de um concerto ou de uma apresentação cênica que nos convida a meditações maduras sobre os fatos da existência humana, percebidos e pinçados por mentes verdadeiramente geniais, e convertidos em pautas ou peças de rara beleza.

Inumeráveis oportunidades nos surgem para apreciar a natureza em festa, seja uma noite de plenilúnio, seja um amanhecer de ouro; seja um jardim que explode em perfumes e cores, seja um véu de noiva que se estira na montanha rochosa. Pode ser, ainda, um bando multicor de aves chilreantes ou a chuva que cai abençoando o solo, os lençóis do subsolo, os estuários.

Quantas vezes somos convidados a ver tudo isso sem que encontremos tempo, motivo ou razão para fazê-lo?

O homem do mundo está sempre correndo em busca do que vai comer ou beber, e, se já o conseguiu, corre, agora, por conta da viagem, dos negócios, da atividade social. Desgasta-se, esfalfa-se, desgosta-se, e culpa a vida por ser como é e por estar como está.

A mensagem do Cristo chega para nós de diversos modos, cabendo-nos achar um jeito de determos um pouco a nossa excitação em torno de muitos nadas, buscando acrescentar conhecimentos no intelecto e harmonia e paz nos sentimentos.

Maria continuava atenta.

Marta se movia de um lado para outro, arrumando, organizando, preparando coisas, nesse tipo de movimentação neurótica, hiperativa, sem saber explicar o porquê.

Observando a boa mas desatenta amiga, e percebendo toda a ansiedade que se lhe irrompia do íntimo, falou-lhe com suavidade mas com firmeza que a verdade exige:Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Contudo, pouco se faz necessário, ou mesmo uma coisa só: Maria escolheu, pois, a melhor parte e essa não lhe será tirada.

A pobre Marta se dá conta, titubeia, algo estonteada pela constatação de que sequer estava aproveitando a visita de tão importante e bom Amigo... e se acerca para ouvir também.

Jesus Cristo é esse Amigo que nos visita o lar interno, trazendo-nos blandiciosas lições de vida feliz e plena, esperando tão-só que Lhe ofereçamos um pouco de atenção, a fim de que esses filetes de ouro de sabedoria e sentimento, de que se faz portador penetre o nosso ser, como a parte melhor que nos impulsiona para a luz do Altíssimo.




Do livro “Quem é o cristo?”.
Psicografia de José Raul Teixeira.

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