Tema da semana
“O que se deve
entender por pobres de espírito"
de
21/05/2012 a 27/05/2012
Emmanuel
A humildade, por
força divina, reflete-se, luminosa, em todos os domínios da Natureza, os quais
expressam, efetivamente, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a
renovação.
Magnificente, o Sol,
cada dia, oscula a face do pântano sem clamar contra o insulto da lama; a flor,
sem alarde, incensa a glória do céu.
Filtrada na aspereza
da rocha, a água se revela mais pura, e, em seguida às grandes calamidades, a
colcha de erva cobre o campo, a fim de que o homem recomece a lida.
A carência de
humildade, que, no fundo, é reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo, surgem na alma humana doentios enquistamentos de
sentimento, quais sejam o orgulho e a cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se
responsabilizam pela discórdia e pela delinqüência em todas as direções.
Sem o reflexo da
humildade, atributo de deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária
exclusiva dos bens que a cercam, despreocupada da sua condição real de
espírito em trânsito nos carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência
em sentido particularista, converte a própria alma em cidadela de ilusão,
dentro da qual se recusa ao contato com as realidades fundamentais da vida.
Sob o fascínio de
semelhante negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe
inclinem o espírito ao aproveitamento da horas, já que, sem o clima da
humildade, não se desvencilha da trama de sombras a que ainda se vincula, no
plano da animalidade que todos deixamos para trás, após a auréola da razão.
Possuída pelo
espírito da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme,
o despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam
perigosas síndromes na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no
desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos
referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência
da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos
passionais.
Quem retrata em si os
louros dessa virtude quase desconhecida aceita sem constrangimento a obrigação
de trabalhar e servir, a benefício de todos, assimilando, deste modo, a bênção
do equilíbrio e substancializando a manifestação das leis Divinas, que jamais
alardeiam as próprias dádivas.
Humildade não é
servidão.
É, sobretudo, independência,
liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a
permanente renovação para o bem.
Cultivá-la é avançar
para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre
os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a
tarefa do amor, cada dia.
Refletindo-a, do Céu
para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o cristo de deus nasceu na palha
da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz.
Livro: Pensamento e Vida - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo
espírito EMMANUEL
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