Tema
da semana:
“Candeia
sob o alqueire. Porque Jesus fala por parábolas”
de
07/05/2012 a 13/05/2012
Neio
Lúcio
Depois
da parábola do bom samaritano, à noite, em casa de Simão, Tadeu,
sinceramente interessado no assunto, rogou ao Mestre fosse mais
explícito no ensinamento, e Jesus, com a espontaneidade habitual,
falou:
— Um
homem enfermo jazia no chão, em esgares de sofrimento, às portas de
grande cidade, assistido por pequena massa popular menos esclarecida
e indiferente.
Passou
por ali um moço romano de coração generoso, em seu carro
apressado, e atirou-lhe duas moedas de prata, que um rapazelho de
maus costumes subtraiu às ocultas.
Logo
após, transitou pelo mesmo local um venerando escriba da Lei, que,
alegando serviços prementes, prometeu enviar autoridades em
benefício do mendigo anônimo.
Quase
de imediato, desfilou por ali um sacerdote que lançou ao viajante
desamparado um gesto de bênção e, afirmando que o culto ao Supremo
Senhor esperava por ele, exortou o povo a asilar o doente e
alimentá-lo.
Depois
dele, surgiu, de relance, respeitável senhora, a quem o pobre se
dirigiu em comovedora súplica; todavia, a nobre matrona, lastimando
as dificuldades da sua condição de mulher, invocou o cavalheirismo
masculino, para aliviá-lo, como se fazia imprescindível.
Minutos
após, um grande juiz varou o mesmo trecho da via pública
asseverando que nomearia testemunhas a fim de saber se o mísero não
seria algum viciado vulgar, afastando-se, lépido, sob o pretexto de
que a oportunidade lhe não era favorável.
Decorridos
mais alguns instantes, veio à cena um mercador de bolsa que,
condoído, asseverou a sua carência de tempo e deu vinte moedas a um
homem que lhe pareceu simpático, a fim de que o problema de
assistência fosse resolvido, mas o preposto improvisado era um
malfeitor evadido do cárcere e fugiu com o dinheiro sem prestar o
socorro prometido.
O
doente tremia e suava de dor, rojado ao pó, quando surgiu ali velho
publicano, considerado de má vida, por não adorar o Senhor, segundo
as regras dos fariseus.
Com
espanto de todos, aproximou-se do infeliz, endereçou-lhe palavras de
encorajamento e carinho, deu-lhe o braço levantou-o e, sustentando-o
com as próprias energias, conduziu-o a uma estalagem de confiança,
fornecendo-lhe medicação adequada e dividindo com ele o reduzido
dinheiro que trazia consigo.
Em
seguida, retomou a sua jornada, seguindo tranqüilamente o seu
caminho.
Depois
de interromper-se, ligeiramente, o Mestre perguntou ao discípulo:
— Em
tua opinião, quem exerceu a caridade legítima?
— Ah!
sem dúvida — exclamou Tadeu, bem-humorado —, embora
aparentemente desprezível, foi o publicano, porquanto, além de dar
o dinheiro e a palavra, deu também o sentimento, o tempo, o braço e
o estímulo fraterno, utilizando, para isso, as próprias forças.
Jesus,
complacente, fitou no aprendiz os olhos penetrantes e rematou:
— Então,
faze tu o mesmo.
A
caridade, por substitutos, indiscutivelmente é honrosa e louvável,
mas o bem que praticamos em sentido direto, dando de nós mesmos, é
sempre o maior e o mais seguro de todos.
Do
livro “Jesus no lar”.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
(-: , Olá, seja bem vindo, se o seu comentário for legal, e não trouxer conteúdo agressivo, ele será postado.