Tema
da semana:
“O dever”
de
30/04/2012 a 06/05/2012
Hilário
Silva
Rossi
e Alves eram diretores de conhecido templo espírita e davam-se muito
bem na vida particular. Afinidade profunda. Amizade recíproca.
Sempre juntos nas boas obras, integravam-se perfeitamente no programa
do bem.
Alves,
com desapontamento, passou a saber que Rossi, nas três noites da
semana sem atividades doutrinárias, era visto penetrando a porta de
uma casa evidentemente suspeita, lugar tristemente adornado para
encontros clandestinos de casais transviados.
Persistindo
semelhante situação por mais de um mês, Alves, certa noite,
informado de que o amigo entrara na casa referida, veio esperá-lo à
saída.
Dez,
onze, meia-noite...
Alguns
minutos depois de zero hora, Rossi saiu calmo e o amigo abordou-
-
Meu caro – advertiu Alves, sisudo _, não posso vê-lo
reiteradamente neste lugar. Você é casado, pai de família e, além
de tudo, carrega nos ombros a responsabilidade de mentor em nossa
Casa. Nada podemos condenar, mas você não ignora que álcool e
entorpecentes, aí dentro, andam em bica...
Rossi
coçou a cabeça num gesto característico e observou:
-
Não há nada. Estou apenas cumprindo um dever cristão.
-
Dever cristão?
-
Sim, a filha de um dos meus melhores amigos está freqüentando este
circulo. Jovem inexperiente. Ave desprevenida em furna de lobos.
Enganada por lamentável explorador de meninas, acreditou nele... Mas
a batalha está quase ganha. Convidei-a a pensar. Há mais de um mês
prossegue a luta. Hoje, porém, viu com os próprios olhos o logro de
que é vítima. Acredito que amanhã surgirá renovada...
E
ante os olhos desconfiados do amigo:
-
Você sabe. É preciso agir, sem rumor, sem escândalo. Quem sabe?
Talvez em futuro próximo a invigilante pequena possa encontrar
companheiro digno. E ser mãe respeitada.
Alves
riu-se às pampas, de maneira escarninha, e falou:
-
Vou ver se é verdade.
-
Não, não! Não vá! – pediu Rossi, em suplica ansiosa.
-
Tem medo de ser apanhado em mentira? – disse Alves, com a suspeita
no rosto.
E
sem mais nem menos entrou casa adentro encontrando, num pequeno
salão, sua própria filha chorando ao pé de um cavalheiro
desconhecido...
Do
livro “A vida escreve”.
Psicografia
de Franscisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
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