Tema da semana
Indissolubilidade do casamento
De 12/01/2015 a 18/01/2015
Joanna
de Ângelis
A família, sem
qualquer dúvida, é bastião seguro para a criatura resguardar-se das agressões
do mundo exterior, adquirindo os valiosos e indispensáveis recursos do
amadurecimento psicológico, do conhecimento, da experiência para uma jornada
feliz na sociedade.
Nem sempre
compreendida, especialmente nos dias modernos, a família permanece como
educandário de elevado significado para a formação da personalidade e
desenvolvimento afetivo, mediante os quais torna-se possível ao espírito
encarnado a aquisição da felicidade.
Animal
biopsicossocioespiritual, o ser humano não pode prescindir da convivência
familiar, porque o instinto gregário que lhe comanda a existência, ido à busca
do grupo, qual sucede entre outros animais que vivem em família, protegendo-se
e preparando-a para a própria independência.
Escarnecida, no
entanto, pelo cinismo filosófico de ocasião, que preconiza a desenfreada
corrida pelas trilhas do prazer insaciável, permanece como organização
insuperável para a construção da sociedade harmônica.
Examinada pela ótica
distorcida daqueles que não experimentaram o convívio saudável no lar,
acusam-na de ser responsável pelos conflitos que os assaltam.
Certamente, em muitas
famílias, os fatores de desequilíbrio são dos indivíduos imaturos ou
autoritários que descarregam os tormentos de que são vítimas, naqueles que,
indefesos, encontram-se sob a sua guarda. Tal comportamento não é
responsabilidade da família, em si mesma, porquanto, ao invés de acusação
indevida, seria ideal que fossem trabalhados os fatores que geram
desequilíbrios, corrigindo e orientando os membros que a constituem.
O lar é o celeiro de
bênçãos, no qual se coletam as informações e a vivência edificante, tornando-se
o primeiro núcleo de socialização da criança, que aí haure as experiências dos
ancestrais, adquirindo os hábitos que deverão nortear a sua caminhada
existencial.
Se, por acaso, e isso
ocorre, não são saudáveis os recursos que lhe são dispensáveis, ao abandono ou
à mercê das agressões do mundo em desgoverno, muito mais graves se lhe
apresentam as conjunturas, dando-lhe informações destituídas de significado
superior e levando-a a atitudes agressivas como mecanismo de defesa em razão
dos contínuos enfrentamentos a que se vê constrangida suportar.
No lar,
desenvolvem-se a afetividade, o respeito pelos direitos alheios, o
despertamento para os próprios direitos sem as extravagâncias nem os absurdos
de atribuir-se méritos a quem realmente não os possui.
Esse grupamento familiar,
no entanto, não é resultado casual de encontros apressados no mundo físico,
havendo ocorrido nas esferas espirituais antes do renascimento orgânico, quando
são desenhadas as programações entre os espíritos comprometidos, positiva ou
negativamente, para os ajustamentos necessários ao progresso a que todos se
encontram submetidos.
Analisando-se,
portanto, as necessidades evolutivas, aqueles que se encontram com
responsabilidades a cumprir juntos, constatam a excelência do cometimento que
lhes ensejará reparação e crescimento intelecto-moral, em face dos erros
transatos, facultando-se a tolerância e o perdão das ofensas como fundamentais
para a aquisição da harmonia.
Nada obstante, quando
ocorre a reencarnação, em face dos impulsos ancestrais que predominam em sua
natureza animal, enquanto aguarda aquele espírito com o qual deverá edificar a
família, compromete-se, por precipitação e indisciplina moral, com o primeiro
ser que defronta e nele desperta os impulsos que favorecem as sensações fortes,
terminando em lamentável fracasso.
Enquanto a sociedade,
em geral, permanecer guindada aos interesses imediatistas, especialmente no que
diz respeito às sensações, a afetividade expressando-se através dos impulsos
malconduzidos, os resultados das uniões sexuais serão sempre frustrantes e
amargos.
Em razão dessa falsa
necessidade de atendimento das funções genésicas, os espíritos desviam-se dos
caminhos anteriormente traçados, conduzidos pelos costumes fesceninos, pela
permissividade exagerada, transitando em agonia, buscando, mesmo sem saber o
que desejam...
Não poucas vezes,
como decorrência dessa insânia, ao reencontrar o espírito afim, aquele com o
qual houvera assumido o compromisso de união para a edificação da família, as
possibilidades já não são favoráveis, o que se transforma em maior desconforto,
dando lugar a conflitos tormentosos de efeitos deploráveis.
O excesso de
liberdade moral que viceja na atualidade e as apetitosas ofertas do prazer,
facultam experiências irresponsáveis por falta do necessário amadurecimento
psicológico para os cometimentos sexuais, que se fazem apressados e
extravagantes.
Não pensando nas suas
consequências, quando ocorre a concepção de seres não desejados, logo se pensa
em recorrer ao aborto criminoso, em hedionda conduta que deve ser gravemente
enfrentada por todos os cidadãos conscientes da sua condição de humanidade.
É claro que, na
estrutura emocional daquele que assim se comporta, não existe espaço mental nem
moral para a construção do núcleo familiar.
Em face da situação
em que se encontra, surgem as uniões e as separações, cada vez mais
perturbadoras, porque logo passam os apetites vulgares, gerando comportamentos
promíscuos, nos quais os indivíduos ansiosos mais se afligem.
Numa cultura social
saudável, os primeiros relacionamentos afetivos têm por finalidade a vivência
do companheirismo, o desabrochar da amizade, passo inicial para a manifestação
do amor sem perturbação e com caráter duradouro.
O erotismo, porém,
que grassa; não permite aos indivíduos a convivência que lhes faculta o
desvelar-se, o. conhecimento, sem a ocorrência dos violentos conúbios sexuais
de efeitos insatisfatórios, que dão lugar a decepções ou levam ao desbordar das
paixões da libido mal direcionada.
Unem-se os solitários
egoístas, preparados para a separação, mediante a cultura da indiferença
afetiva, como consequência da filosofia consumista de que se vive em sociedade,
na qual tudo é descartável, inclusive as afeições humanas.
Este comportamento,
dizem, para não sofrerem quando ocorrer a ruptura da frágil união.
Certamente há
grandiosas e inumeráveis exceções, particularmente naqueles espíritos que se
permitem esperar pelo ser que lhes proporcione emoção e alegria de viver,
facultando-lhes a união feliz, coroada pela prole com a qual estão
comprometidos.
O namoro, portanto, é
o primeiro passo no caminho a percorrer afetivamente, quando há o respeito
moral recíproco e o anelo pela convivência benéfica.
Embora seja essencial
a união sexual, o fundamental é o sentimento de amor que pode resistir aos
embates do relacionamento a dois, e depois, com o grupo de espíritos renascidos
no corpo físico, constituindo o santuário doméstico.
Na primeira fase,
ocorrem os fenômenos relacionados às necessidades afetivas sem os impulsos
primários, nascidos no reconhecimento espiritual do outro.
Lentamente,
planificam-se as aspirações e trabalha-se pela sua execução harmônica, o que propicia
bem-estar e alegria com a presença física, sem qualquer tipo de tormento.
Quando, em sentido
oposto, o namoro se transforma em convivência sexual, desaparece o interesse de
permanência, enquanto a afetividade diminui, cedendo lugar ao hábito destituído
de meta procriativa, construção familiar.
A constelação
familiar, no namoro encontra a pedra angular para o futuro alicerce doméstico,
que deverá resistir às tormentas do quotidiano.
Familiares difíceis e
gentis procedem, portanto, da programação anteriormente traçada, que o amor do
casal conseguirá conduzir com sabedoria.
... E quando o
problema se apresentar entre os parceiros, a consciência do dever se
encarregará de bem orientar o comportamento de ambos em favor do êxito do
empreendimento familiar.
Psicografia
de Divaldo Franco do livro “Constelação Familiar”
ALGUNS
NAMOROS MODERNOS
Jair
Presente
Sofre o homem duas barras
Às quais deve estar atento:
É sempre a barra de saia
E a barra do casamento.
De “Tão Fácil”, de Francisco Cândido Xavier
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