Tema da semana
“A Virtude”
de
14/01/2013 a 20/01/2013
Allan
Kardec
8. A virtude, no
mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que
constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio,
modesto, são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase
sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as desornam e
atenuam. Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude,
pois que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício
que mais se lhe opõe: o orgulho. A virtude, verdadeiramente digna
desse nome, não gosta de estadear-se. Adivinham-na; ela, porém, se
oculta na obscuridade e foge à admiração das massas. S. Vicente de
Paulo era virtuoso; o digno cura d’Ars era virtuoso e muitos outros
quase desconhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses
homens de bem ignoravam que fossem virtuosos; deixavam-se ir ao sabor
de suas santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse,
completo e inteiro esquecimento de si mesmos.
À virtude assim
compreendida e praticada é que vos convido, meus filhos; a essa
virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita é que
vos convido a consagrar-vos. Afastai, porém, de vossos corações
tudo o que seja orgulho, vaidade, amor-próprio, que sempre
desadornam as mais belas qualidades. Não imiteis o homem que se
apresenta como modelo e trombeteia, ele próprio, suas qualidades a
todos os ouvidos complacentes. A virtude que assim se ostenta esconde
muitas vezes uma imensidade de pequenas torpezas e de odiosas
covardias.
Em princípio, o homem
que se exalça, que ergue uma estátua à sua própria virtude,
anula, por esse simples fato, todo mérito real que possa ter.
Entretanto, que direi daquele cujo único valor consiste em parecer o
que não é? Admito de boa mente que o homem que pratica o bem
experimenta uma satisfação íntima em seu coração; mas, desde que
tal satisfação se exteriorize, para colher elogios, degenera em
amor -próprio.
Ó vós todos a quem a fé
espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quão longe da
perfeição está o homem, jamais esbarreis em semelhante escolho. A
virtude é uma graça que desejo a todos os espíritas sinceros.
Contudo, dir -lhes-ei: Mais vale pouca virtude com modéstia, do que
muita com orgulho. Pelo orgulho é que as Humanidades sucessivamente
se hão perdido; pela humildade é que um dia elas se hão de
redimir. – François-Nicolas-Madeleine. (Paris, 1863.)
TROVADORES
DO ALÉM
54
Nada
de bom se mantém
Onde
alguém se obrigue a tal.
Virtude
é fazer o bem
Podendo
fazer o mal.
Alcides
Brandão
Livro
Trovadores do Além - Psicografia de Francisco C. Xavier - Autores
Diversos
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