Tema da semana
“Não julgueis afim
de que não sejais julgados.
Aquele que estiver sem
pecado lhe atire a primeira pedra”
de 12/11/2012 a
18/11/2012
Allan
Kardec
Não
julgueis, a fim de não serdes julgados; - porquanto sereis julgados
conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma
medida de que voz tenhais servido para com os outros. (S. MATEUS,
cap. VII, vv. 1 e 2.)
Então,
os escribas e os fariseus lhe trouxeram uma mulher que fora
surpreendida em adultério e, pondo-a de pé no meio do povo, -
disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em
adultério; - ora, Moisés, pela lei, ordena que se lapidem as
adúlteras. Qual sobre isso a tua opinião?” - Diziam isto para o
tentarem e terem de que o acusar. Jesus, porém, abaixando-se, entrou
a escrever na terra com o dedo. - Como continuassem a interrogá-lo,
ele se levantou e disse: “Aquele dentre vós que estiver sem
pecado, atire a primeira pedra.” - Em seguida, abaixando-se de
novo, continuou a escrever no chão. - Quanto aos que o interrogavam,
esses, ouvindo-o falar daquele modo, se retiraram, um após outro,
afastando-se primeiro os velhos. Ficou, pois, Jesus a sós com a
mulher, colocada no meio da praça.
Então,
levantando-se, perguntou-lhe Jesus: “Mulher, onde estão os que te
acusaram? Ninguém te condenou?” - Ela respondeu: “Não, Senhor.”
Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro
não tornes a pecar.” (S. JOÃO, cap. VIII, vv. 3 a 11.)
"Atire-lhe
a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado", disse
Jesus. Essa sentença faz da indulgência um dever para nós outros,
porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de
indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais
severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar
em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a
alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser
feita.
O
reproche lançado à conduta de outrem pode obedecer a dois móveis:
reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam. Não
tem escusa nunca este último propósito, porquanto, no caso, então,
só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável e
constitui mesmo, em certas ocasiões, um dever, porque um bem deverá
daí resultar, e porque, a não ser assim, jamais, na sociedade, se
reprimiria o mal. Não cumpre, aliás, ao homem auxiliar o progresso
do seu semelhante? Importa, pois, não se tome em sentido absoluto
este princípio: "Não julgueis se não quiserdes ser julgado",
porquanto a letra mata e o espírito vivifica.
Não
é possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que
ele próprio nos deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos
enérgicos. O que quis significar é que a autoridade para censurar
está na razão direta da autoridade moral daquele que censura.
Tornar-se alguém culpado daquilo que condena noutrem é abdicar
dessa autoridade, é privar-se do direito de repressão. A
consciência íntima, ao demais, nega respeito e submissão
voluntária àquele que, investido de um poder qualquer, viola as
leis e os princípios de cuja aplicação lhe cabe o encargo. Aos
olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apoia
no exemplo que dá do bem. E o que, igualmente, ressalta das
palavras de Jesus.
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Perdão
Seja
o perdão o apoio a que te arrimes
E
desabrocharás em dons sublimes
Como
a terra insultada ri-se em flores.
Auta
de Souza
Do
livro “Dicionário da alma”.
Psicografia
de “Francisco Cândido Xavier”.
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