Tema da semana
“Provas voluntárias. O verdadeiro cilício”
de 29/10/2012 a
04/11/2012
Amélia
Rodrigues
As
palavras que Ele pronunciava, emolduravam-se com os atos que Ele
realizava. Identificado com Deus, Suas mãos produziam as curas mais
diversas, e que nunca haviam acontecido antes.
De
todo lugar, portanto, particularmente da Síria, traziam doentes:
paralíticos, cegos, surdos, lunáticos, infelizes de todo porte, que
chegavam exibindo suas dores mais cruéis e padecimentos sem
conforto.
Jesus,
tomado de compaixão, atendia-os, ministrando-lhes o bálsamo da
misericórdia que escorria pelas mãos e alterava a tecedura orgânica
desorganizada, restaurando-lhes a saúde.
Era
natural que, à medida que libertava os enfermos das suas mazelas,
que eles próprios haviam buscado através da insensatez, da
perversidade e do crime, mais necessitados O buscassem com avidez e
tormentos. Ele porém, não atendia a todos quantos se Lhe
apresentassem procurando a recuperação orgânica, emocional ou
mental. A Sua era uma terapia de profundidade, que sempre convocava o
paciente a não voltar a pecar, evitando-se novos comprometimentos
tormentosos, para que não acontecesse nada pior. Essa sim, seria a
cura real, a de natureza interior, mediante a transformação moral,
em razão de se encontrar no imo do ser a causa do seu padecimento.
Conhecendo
que todos os seres procedem de outros caminhos, os mais variados, que
foram percorridos pelos multifários renascimentos carnais, cada qual
imprime nos tecidos delicados do Espírito os atos que praticaram,
fazendo jus às ocorrências de dor e sombra em que se encontravam,
assim como das alegrias e da saúde que os visitavam. A criatura é a
semeadora, mas também a ceifeira dos próprios atos, que se
insculpem nos refolhos do ser, desenhando as futuras experiências
humanas no corpo.
Eis
porque, nem todos os doentes Lhe recebiam a atenção que esperavam
encontrar. Não estavam em condições de ser libertados das aflições
que engendraram antes para eles próprios, correndo o risco de, logo
que se encontrassem menos penalizados, corressem na busca de novas
inquietações.
A
sabedoria de Jesus é inigualável, porque penetra no âmago dos
acontecimentos, de onde retira o conhecimento que faculta entender o
que sucede com cada qual que O procura.
Aqueles
homens e mulheres alienados, de membros paralisados, sem audição,
nem claridade ocular, procediam de abismos morais em que se atiraram
espontaneamente, desde que luz em toda criatura a noção da verdade,
do dever e se encontram ínsitos os impulsos do amor e da paz. Não
obstante, a teimosia rebelde despreza os sinais de perigo e impõe os
caprichos da personalidade inquieta, desejando alterar os impositivos
das Leis universais a seu benefício e em detrimento das demais
pessoas, no que resultam os dramas imediatos e futuros que sempre
alcançam os infratores.
Jesus
não se permitiria alterar os Soberanos Códigos, beneficiando
aqueles que se encontravam incursos nos resgates não concluídos,
deixando outros ao abandono. A Sua é a justiça ideal, que não
privilegia, nem esquece.
Temos
a real demonstração no atendimento ao nado-cego. Aquele homem
nascera cego e sofria, mas não reclamava. Quando Jesus passou
próximo a ele, os amigos interrogaram: - Senhor, quem pecou, ele ou
seus pais, para que nascesse cego?
Como
ele era cego de nascença, não poderia ter pecado na atual
existência, e igualmente não poderia resgatar dívidas de seus
pais, caso fossem pecadores.
Jesus,
que lhe penetrara a causalidade da cegueira, redarguiu, sereno:
-
Nem ele, nem seus pais pecaram, mas foi assim para que se manifestem
nele as obras de Deus. (1)
Tratava-se
de um voluntário, que se apresentava no ministério de Jesus, a fim
de que se pudessem manifestar as obras de Deus, o poder de que se
encontrava possuidor o Mestre. E, ato contínuo, curou o homem,
utilizando-se de um processo especial, que pudesse impressionar os
circunstantes.
A
Sua autoridade moral produzia vibrações que afastavam os Espíritos
perversos, para os quais, o verbo franco e gentil não lograva o
êxito que se fazia necessário. Perdidos em si mesmo, conheciam da
vida apenas o temor que experimentavam e que infligiam nas suas
vítimas. Outros enfermos, no entanto, ao leve contato das Suas mãos
recebiam a energia vitalizadora, que restaurava o campo vibratório
onde se encontravam as matrizes geradoras das aflições,
modificando-lhe as estruturas e reabilitando o equilíbrio.
Dessa
forma, era facultado ao endividado recuperar-se moralmente pelo bem
que pudesse fazer, pela utilidade de que se tornava portador,
auxiliando outras pessoas que dele se acercassem.
A
humanidade ainda padece essas conjunturas aflitivas que merece.
Existem
muitos seres humanos que andam, porém, são paralíticos para o bem,
encontrando-se mutilados morais, dessa maneira, sem interesse por
movimentarem a máquina orgânica de que se utilizam para a própria
como a edificação do seu próximo. Caminham, e seus passos os
dirigem para as sombras, a que se atiram com entusiasmo e
expectativas de prazer, imobilizando-se nas paixões dissolventes,
que terão de vencer...
Há
outros que pensam, mas a alucinação faz parte da sua agenda mental:
devaneando no gozo, asfixiando-se nos vapores entorpecentes, longe de
qualquer realização enobrecedora. Intoxicados pela ilusão dos
sentidos, não conseguem liberar-se das fixações perniciosas, que
os atraem e os dominam.
...
E quantos que têm olhos e ouvidos, mas apenas se utilizam para os
interesses servis a que se entregam, raramente direcionando a visão
para o Alto e a audição para a mensagem de eterna beleza da vida?
Ainda
buscam Jesus nos templos de fé, a que ocorrem, uma que outra vez,
mantendo a fantasia de merecer privilégios, de desfrutar regalias,
sem qualquer compromisso com a realidade, ou expectativa ditosa para
o amanhã, sem a mórbida inclinação para o vício, para a
perversão.
Alguns
conseguem encontrá-lO e se fascinam por breves momentos, logo O
abandonando, porque não tiveram a sede de gozo atendida, nem se
fizeram capazes de sacrificar a dependência tormentosa, a fim de
serem livres.
Não
são poucos aqueles que se encontram escravizados à infelicidade por
simples prazer, a que se acostumaram, disputando a alegria de
permanecer no pantanal das viciações morais.
Estão
na luz do dia e deambulam nas sombras da noite. Possuem razão e
discernimento, no entanto, os direcionam exclusivamente para os
apetites apimentados do insaciável gozo.
Vivem
iludidos e se exibem, extravagantes, no palco terrestre, até quando
as enfermidades dilaceradoras _ de que ninguém se pode evadir _ ou a
morte os dominam e consomem. Despertam, mais tarde, desiludidos e sem
glórias, sem poder, empobrecidos de valores morais, que nunca os
acumularam.
Jesus,
é, portanto, o grande restaurador, mas cada Espírito tem o dever de
permitir-se o trabalho de auto-renovação, em favor da própria
felicidade.
A
Sua voz continua ecoando na acústica das almas:
-
Vinde a mim... Eu vos aliviarei!
É
necessário porém, ir a Ele...
(*)
Mateus: 4: 24 e 25. João: 9: 2 e 3. Nota da Autora espiritual.
Fonte:
O espiritismo.
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Atualizações
da Terra
No
caminho do progresso
Que
se busque realizar,
O
segredo do sucesso
É
servir e não parar.
Múcio
Teixeira
Do
livro “Sorrir e pensar”.
Psicografia
de “Francisco Cândido Xavier”.
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