Tema da semana
“Todo aquele que se
eleva será rebaixado”
de 20/08/2012 a
26/08/2012
Aylton
Paiva
A
humildade é
virtude
indispensável
a quem pretenda ser cristão.
Por
isso, a todo momento deparamos, na literatura religiosa,
especificamente na oriunda de fonte cristã, a exaltação de tal
postulado ético.
Tratando-se
de qualidade indeclinável, importante é que se cuide em
conceituá-la e, tanto quanto possível, concretizá-la a fim de que
o modelo patenteie-se diante dos nossos olhos.
Aqueles
que se denominam cristãos tem procurado dar-lhe dimensão e forma.
Assim,
decorrente de interpretações baseadas em diferentes pressupostos
dos diversos ramos das religiões, que se desdobraram sob a égide do
Cristo, a palavra humildade
assume
multiformes conotações, bem
como
é explicada por dispares conceitos.
É
inclusive, vezes e vezes, confundida com atitudes
exteriores e periféricas
do comportamento
humano.
Por exemplo: aquele que injustamente é admoestado ou punido, por
falta que não cometeu,
e cabisbaixo aceita tal situação, sem esboçar mínimo
gesto
de defesa, é indicado como pessoa
profundamente
humilde.
Aquele
outro se veste, embora tendo recursos econômicos razoáveis, de
forma displicente, e é apontado como humilde.
Quem
realiza determinado trabalho e, sendo este elogiado pelos
observadores,
se esquiva através de evasivas, afirmando que é incapaz, que foi
mal
feito,
etc. (embora intimamente reconheça que está realmente bem
feito),
é revelado como humilde.
Destarte,
logicamente analisando tais atitudes,
pela Filosofia Espírita, embasada pela ética
Cristã,
constatamos que tais distorções têm levado a humildade
a
confundir-se com servilismo, desleixo,
exibicionismo disfarçado, etc.
Compreendamos,
porém, que humildade
é
alguma coisa mais profunda, mais intensa que os superficiais
comportamentos
acima descritos.
A
verdadeira
humildade,
de acordo com o Espiritismo, é a aceitação consciente e plena
daquilo que somos. Com as virtudes
e defeitos,
com as possibilidades e limitações.
Reconheçamos,
portanto, que ela é a clara compreensão da Imagem real do "Eu".
O
oposto da humildade
é,
por consequência,
o orgulho.
E
este é, justamente, a imagem ampliada, distorcida, irreal que a
pessoa
faz
do próprio Ego.
O
confronto das duas posições mentais gera conflitos,
tensões, complexos,
compulsões, que, muitas vezes, face ao desequilíbrio imposto ao
psiquismo,
abrem as portas à obsessão,
subjugação
e
possessão
por
entidades
desencarnadas.
Portanto,
a humildade
será
aquele estado mental, espiritual,
alcançado pelo autoconhecimento,
que propicia a visualização da própria imagem pela perspectiva da
realidade.
E isto permitirá a segurança, a tranquilidade, o otimismo e a fé
no
processo evolutivo a que todas as pessoas
estamos submetidas.
Eis
a importância do efetivo estudo
da
Doutrina Espírita, que fornece subsídios ao conhecimento
da
vida e de nós mesmos, conhecimento
que
deveremos possuir para acelerar o processo de crescimento espiritual.
Conclusivamente:
ser humilde é reconhecer,
serenamente, na vivência espiritual,
o que somos, onde estamos e o que nos cumpre fazer e ser para avançar
nos rumos da perfeição
possível.
Fonte:
Revista “O
reformador”, Julho/1970. Pg. 164.
Texto
extraído do site: Caminhos
de Luz.
Sugestão:
Acervo digital da revista “O
reformador”.
Excelente mensagem, muito importante principalmente por destacar que somente com o autoconhecimento nós poderemos nos desenvolver com conhecimento de causa.
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