segunda-feira, 28 de novembro de 2011

RELATIVIDADE DA VIDA FÍSICA


Joanna de Ângelis


                Embora a relatividade do ser físico, da existência terrena, o sentido da vida permanece inalterado. Se se depositam no corpo, apenas, todas as aspirações, à medida  que  ele  envelhece,  que  se  lhe  diminuem  as  resistências  e possibilidades, claro está que perdem o impacto e o objetivo.
                Observando-se,  porém,  a  vida  como  um  todo,  não  somente  como  a trajetória fisiológica, tais anseios se realizam a cada instante, arquivando-se no passado, e servem de base para novas buscas e motivações.
                Não sendo  o  corpo  mais  que  uma  vestimenta,  a  sua  duração  é  irrestrita, desgastando-se enquanto vibra, consumindo-se à medida que é utilizado.
                As  conquistas  agradáveis  e  as  derivadas  do  sofrimento  tornam-se  parte integrante do seu conteúdo, permanecendo como valores que o enriquecem.
                O importante não é o seu tempo de duração, mas a forma como é vivida, experienciada, arquivada cada etapa.
                Quando se encontra  acumulado,  vibra  e  tem  sentido,  porquanto  pode  ser acionado a cada instante, revivido com intensidade quando se queira, repetindo as emoções antes experimentadas.
                Não há porque se temer o envelhecimento, invejar a juventude, lamentar o tempo. Esse comportamento viceja nos indivíduos imaturos. O vir-a-acontecer não pode influir mais na conduta, do que o já-acontecido.
                Os  sofrimentos  vivenciados,  os  sorrisos  extremados,  os  conhecimentos adquiridos,  os  recursos  utilizados  são  todos  um  cabedal  que  não  pode  ser comparado  ou  permutado  pelas  interrogações  daquilo  que  ainda  não  foi conseguido.
                A  existência  física  possibilita  a  integração  do  indivíduo  com  a  Natureza, harmonizando-o  e  promovendo-o  para  realizar  incursões  mais  audaciosas, quais  a  superação  do  ego  e  o  crescimento  do  Self,  assim  como  a  tranquila movimentação  na  sua  realidade  de  ser  imortal.  O seu  trânsito  no  corpo constitui lhe uma etapa valiosa para a recomposição de forças, que se perturbaram, e a aquisição de energias mais sutis que se derivam do eu superior e devem ser canalizadas no rumo da sua supervivência.
                Assim  não  fosse,  a  consumpção  orgânica  encerrar-lhe-ia  a  realidade, apagando as conquistas do pensamento e do amor.
                Essas  expressões  da  vida  não  se  comburem  jamais,  desaparecendo  na memória do tempo, extinguindo-se no espaço universal. Permanecem atuantes e  realizadoras,  vencendo  as  barreiras  vibratórias  do  corpo  e  mantendo-se organizadas fora dele, porque são a fonte geradora do existir.
                A busca do sentido da vida ultrapassa a manifestação da forma e prossegue em outras dimensões, aformoseando o ser que projeta, sim, a sua realidade para outros cometimentos existenciais futuros, outros desafios humanos, superando-se através das conquistas armazenadas, direcionando-se para a integração na harmonia da Consciência Cósmica, livre de retentivas com a retaguarda, desembaraçado de aflições, porque superadas, e aberto a novas expressões sempre portadoras da peregrina luz da sabedoria.
Psicografia de Divaldo Franco – Do Livro Amor Imbatível Amor

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