Joanna de Ângelis
Afirma-se com alguma razão que o
Evangelho de Jesus sofreu, através dos
tempos, adulterações e interpolações, restando pouco dos ensinos originais.
Assim sendo, esclarece-se que a
herança que dEle possuímos é caracterizada pelas interferências maldosas e
desonestas dos tradutores, teólogos e demais pessoas interessadas na manutenção
da ignorância, para melhor dominar as mentes incultas e desconhecedoras dos
Seus postulados de amor.
Retirando-se o excesso de
prevenção, resta-nos os conteúdos soberanos que não puderam ser alterados e vêm
atravessando os milênios como verdadeiro desafio para a humanidade.
Nesse sentido, as Suas lições morais independem das
formulações em que se apresentam, valendo pelo sentido profundo e
revolucionário de que se revestem.
Não há como adulterar-se o
ensinamento Amar a Deus acima de todas
as coisas e ao próximo como a si mesmo
ou Fazer ao próximo tudo aquilo
que desejaria lhe fosse feito.
Essas duas máximas encerram toda
uma filosofia ético-moral de reflexos espirituais inamovíveis, em razão das consequências
de que são portadoras.
No amor, fonte inesgotável para
todas as necessidades, a criatura se dessedenta, se reabastece de esperança e
de alegria, a fim de continuar a áspera caminhada de aperfeiçoamento
moral, enfrentando vicissitudes e
confrontos, interiormente em paz.
Nessa trilogia proposta, amar a
Deus, ao próximo, porém, de forma análoga àquele que se devota a si mesmo,
encontramos o convite sem disfarces para o auto amor como formulação terapêutica
para a felicidade. Através desse valioso recurso que se reveste de autoestima e
autovalorização, sem as nefastas expressões do
egoísmo, da vaidade, da presunção, está embutido o convite
ao melhoramento interior, ao enriquecimento espiritual, à luta contra as
paixões inferiores, de forma que se torne mais bem equipado de tesouros morais
para a superação dos conflitos e das perturbações inerentes aos condicionamentos
perversos.
Envolvido pelo sentimento de amor
a si mesmo, o indivíduo encontra-se investido de meios que o levam a amar ao
seu próximo, sendo menos exigente para com as suas deficiências por identificá-las
em si mesmo, sabendo quanto é difícil
essa batalha sem tréguas, assim compreendendo lhe as torpezas e auxiliando-o a
tornar-se mais fraterno e gentil.
Graças a esse labor, passa a amar
a Deus, nele próprio e no seu irmão de jornada.
O Mestre acentuou com sabedoria
que se alguém não ama aquilo que vê,
como poderá amar ao Pai a Quem nunca viu?
Nos relacionamentos objetivos e
emocionais entre duas ou mais pessoas que se estimam ou se amam, tolerando-se e
ajudando-se, apesar das diferenças existentes, muito mais fácil torna-se a dilatação
do sentimento que se dirige a Deus, o Magnânimo Pai.
Ao exegeta torna-se indispensável
saber o texto, a circunstância e o lugar onde foi enunciado, a fim de o
examinar sob vários pontos de vista, desde a etimologia de cada palavra até o
conjunto geral.
Certamente ninguém há de esperar
que aqueles que ouviram as sublimes palavras do Mestre as haja memorizado com
rigor, de forma a retransmiti-las exatamente conforme foram enunciadas.
Divaldo Pereira Franco - Nascente de Bênçãos
Pensamentos extraídos da mensagem Compromisso com o Amor,
escrita em Roma, Itália, no dia 26 de maio de 2001.
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