Joanna
de Ângelis
Valioso o mister da caridade,
quando encaminhas víveres e medicamentos aos padecentes das aflições sem nome.
Expressiva a solidariedade que doas, através da contribuição de moedas que se convertem em
aluguéis dignos, como alavancas impulsionantes, que erguem da mendicância os
que estão na inclinada da queda e permaneceriam no solo do desastre moral e humano. Representativa a
ajuda com pão e tecido que doas aos que se debatem na fome e na nudez. Nobre a
mensagem que endereças aos que choram e se rebolcam nos pauis da desesperação.
Sanadores de males, as orações e
os pensamentos salutares com que intercedes à Divindade pelos caídos e desafortunados
do caminho por onde segues. Muito mais importante, no entanto, será o teu
auxílio direto, representado pela tua
presença no tugúrio onde a dor permanece dominadora, ou junto ao grabato
em que a enfermidade manieta sofredores, ou por meio do verbo morno da amizade,
com que expões a esperança aos ouvidos da desdita, ou a moeda que convertes em
salário honroso, de modo a libertá-los da constrição da miséria econômica e social,
na dinâmica da fraternidade legítima.
Entre ajudar por intermédio de alguém ou deixar de fazê-lo, por não poderes
amparar diretamente, sempre é melhor socorrer de qualquer modo... Todavia, considerando
o valor do bem, que é sempre melhor para quem o exercita, merece considerares a
extensão do esforço pessoal de que se enriquece o benfeitor.
Visitando o casebre em ruína onde
um coração jaz, vencido, meditarás. Ombreando com o aflito e o amparando,
refletirás. Conhecendo a dificuldade de alguém e sanando-a, pensarás. Urge, desse
modo, participares dos problemas do próximo em agonia, a fim de aprofundares o
exame da situação em que estagiarás, valorizando melhor as concessões que
usufruis.
Muitas pessoas generosas oferecem
o que abunda em suas mãos, mas não doam o tempo, a presença, o esforço,
permanecendo solidárias, mas distantes; gentis, mas distantes; fraternas, mas distantes,
como receando o contágio dos que estacionam nas preciosas provações redentoras.
Não te negues, destarte, ao trabalho eficiente de conduzires o pão da vida e a
palavra de luz do Evangelho aos pardieiros sombrios e tristes onde se alojam os
irmãos da retaguarda espiritual. Unge-te de amor e faze-te médium da alegria
como da caridade superior, vivendo, por alguns momentos embora, as dificuldades
dos que sofrem e clareando-os com a dádiva da tua auto oferta, para que te tenham verdadeiramente como amigo
e sejas realmente irmão de todos eles.
Psicografia
de Divaldo Franco – Do Livro Celeiro de Bênçãos
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