segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Caridade e presença


Joanna de Ângelis
Valioso o mister da caridade, quando encaminhas víveres e medicamentos aos padecentes das aflições sem nome. Expressiva a solidariedade que doas, através  da contribuição de moedas que se convertem em aluguéis dignos, como alavancas impulsionantes, que erguem da mendicância os que estão na inclinada da queda e permaneceriam no solo  do desastre moral e humano. Representativa a ajuda com pão e tecido que doas aos que se debatem na fome e na nudez. Nobre a mensagem que endereças aos que choram e se rebolcam nos pauis da desesperação.
Sanadores de males, as orações e os pensamentos salutares com que intercedes à Divindade pelos caídos e desafortunados do caminho por onde segues. Muito mais importante, no entanto, será o teu auxílio direto, representado pela tua  presença no tugúrio onde a dor permanece dominadora, ou junto ao grabato em que a enfermidade manieta sofredores, ou por meio do verbo morno da amizade, com que expões a esperança aos ouvidos da desdita, ou a moeda que convertes em salário honroso, de modo a libertá-los da constrição da miséria econômica e social, na dinâmica da fraternidade legítima.
Entre ajudar por intermédio de  alguém ou deixar de fazê-lo, por não poderes amparar diretamente, sempre é melhor socorrer de qualquer modo... Todavia, considerando o valor do bem, que é sempre melhor para quem o exercita, merece considerares a extensão do esforço pessoal de que se enriquece o benfeitor.
Visitando o casebre em ruína onde um coração jaz, vencido, meditarás. Ombreando com o aflito e o amparando, refletirás. Conhecendo a dificuldade de alguém e sanando-a, pensarás. Urge, desse modo, participares dos problemas do próximo em agonia, a fim de aprofundares o exame da situação em que estagiarás, valorizando melhor as concessões que usufruis.
Muitas pessoas generosas oferecem o que abunda em suas mãos, mas não doam o tempo, a presença, o esforço, permanecendo solidárias, mas distantes; gentis, mas distantes; fraternas, mas distantes, como receando o contágio dos que estacionam nas preciosas provações redentoras. Não te negues, destarte, ao trabalho eficiente de conduzires o pão da vida e a palavra de luz do Evangelho aos pardieiros sombrios e tristes onde se alojam os irmãos da retaguarda espiritual. Unge-te de amor e faze-te médium da alegria como da caridade superior, vivendo, por alguns momentos embora, as dificuldades dos que sofrem e clareando-os com a dádiva da tua auto oferta,  para que te tenham verdadeiramente como amigo e sejas realmente irmão de todos eles.

Psicografia de Divaldo Franco – Do Livro Celeiro de Bênçãos

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