Tema
da semana
“
Desigualdade
das riquezas”
de
06/01/2014 a 12/01/2014
Momento
Espírita
Aquela
mãe era muito especial. Com dez filhos, ela conseguiu educar sua
filha até à segunda série, sem que ela se desse conta da pobreza
em que vivia.
Afinal,
a menina tinha tudo que precisava: nove irmãos e irmãs para
brincar, livros para ler, uma boneca feita de retalhos e roupas
limpas que ela habilmente remendava ou, às vezes, fazia.
À
noite, ela lavava e trançava o cabelo da filha para que ela fosse à
escola no dia seguinte. Seus sapatos estavam sempre limpos e
engraxados.
A
menina era feliz na escola. Adorava o cheiro de lápis novos e do
papel grosso que a professora distribuía para os trabalhos.
Até
o dia em que, subindo os degraus da escola, encontrou duas meninas
mais velhas. Uma segredou para a outra: “Olha,
essa é a menina pobre.”
E riram.
Mary
ficou transtornada. No caminho para casa, ficou imaginando por que as
meninas a consideravam pobre. Então, olhou para seu vestido e, pela
primeira vez, notou como era desbotado. Um vinco na bainha denunciava
que tinha sido aproveitado.
Olhou
para os pesados sapatos de menino que estava usando e se sentiu
envergonhada por serem tão feios.
Quando
chegou em casa, sentia pena de si própria. Também pela primeira vez
descobriu que o tapete da cozinha era velho, que havia manchas de
dedos na pintura meio descascada das portas.
Tudo
lhe pareceu feio e acanhado. Trancou-se em seu quarto até à hora do
jantar perguntando-se por que sua mãe nunca lhe contara que eles
eram pobres.
Decidiu
sair do quarto e enfrentar sua mãe. “Nós
somos pobres?” Perguntou
de repente. Ficou esperando que sua mãe negasse ou desse uma
explicação satisfatória.
“Pobres?” Repetiu
a mulher, pousando a faca com que descascava batatas. “Não,
não somos pobres. Olhe para tudo que temos.”
Apontou
para os filhos que brincavam na outra sala.
Através
dos olhos de sua mãe, a menina pôde ver o fogo da lareira que
enchia a casa com seu calor, as cortinas coloridas e os tapetes de
retalhos que enfeitavam a casa.
Viu
o prato cheio de biscoitos de aveia sobre a cômoda. Do lado de fora,
o quintal que oferecia alegria e ventura para dez crianças.
“Talvez
algumas pessoas pensem que somos pobres em matéria de dinheiro, mas
temos tanto...”
E
com um sorriso, a mulher se virou para preparar mais uma refeição
para sua família. Em sua grandeza, ela nem se dava conta que, a cada
noite, ela alimentava muito mais do que estômagos vazios.
Ela
alimentava o coração e a alma de cada um dos filhos.
*
* *
Riqueza
e pobreza podem ser tidas como formas de se encarar o mundo. Para
quem idealiza que recursos amoedados lhe poderão conceder tudo o que
deseje em coisas materiais, riqueza será ter muito dinheiro à
disposição.
Para
quem pense na vida como uma extraordinária experiência, em que os
sentimentos sejam prioridade, com certeza pensará que pobre é quem
não tem a quem amar ou que o ame.
Recursos
como saúde, família, afeto não se adquire senão com zelo, empenho
e amor.
Equipe
de Redação do Momento Espírita com base no cap. As riquezas de
mamãe, de Mary Kenyon, do livro Histórias para aquecer o coração
das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read
Haewthorne, Marci Shimoff, ed. Sextante.
--
Excessivo
dinheiro é porta para a indigência,
se
o detentor da fortuna não consolidou o próprio equilíbrio.
Referência:
XAVIER,
Francisco Cândido.Agenda
cristã. Pelo Espírito André Luiz. 42A
ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 27
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