Tema
da semana
“Provas
voluntárias. O verdadeiro cilício”
De
20/01/2014 a 26/01/2014
Neio
Lúcio
Houve
um oleiro que chegou ao pátio de serviço e reparou com alegria em
pequeno bloco de barro. Contemplou-o, enlevado, em face da cor viva
com que se apresentava e falou:
– Vamos!
Farei de ti delicado pote de laboratório.
O analista alegrar-se-á com teu concurso valioso.
Imensamente
surpreendido, porém, notou que o barro retrucava:
– Oh!
não, não quero! Eu, num laboratório, tolerando precipitações
químicas? por favor, não me toques para semelhante fim!
O
oleiro, espantado, considerou:
– Desejo
dar-te forma por amor, não por ódio. Sofrerás o calor de forno
para que te faças belo e útil... Entretanto, porque te recusas ao
que proponho, transformar-te-ei numa caprichosa ânfora destinada a
depósito de perfumes.
– Oh!
nunca! nunca!... - exclamou o barro – isto não! Estaria exposto ao
prazer dos inconscientes. Não estou inclinado a suportar essências,
através de peregrinações pelos móveis de luxo.
O
dono do serviço meditou muito na desobediência da lama orgulhosa,
mas, entendendo que tudo devia fazer por não trair a confiança do
Céu, ponderou:
– Bem,
converter-te-ei, então, num prato honrado e robusto. Comparecerás à
mesa de meu lar. Ficarás conosco e serás companheiro de meus
filhinhos. – Jamais! – bradou o barro, na indisciplina – isto
seria pesada humilhação... Transportar arroz cozido e aguentar
caldos gordurosos na face? assistir, inerme, às cenas de glutonaria
em tua casa? não, não me submetas!...
O
trabalhador dedicado perdoou-lhe a ofensa e acrescentou:
– Modificaremos
o programa ainda uma vez. Serás um vaso amigo, em que a límpida
água repouse. Ajudarás aos sedentos que se aproximarem de ti. Muita
gente abençoar-te-á a cooperação. Despertarás o contentamento e
a gratidão nas criaturas!... – Não, não! – protestou a
argila – não quero! Seria condenar-me a tempo indefinido nas
cantoneiras poeirentas ou nas salas escuras de pessoas
desclassificadas. Por favor, poupa-me! Poupa-me!...
O
oleiro cuidadoso considerou, preocupado:
– Que
será de ti quando te conduzirem ao forno? Não passarás de matéria
endurecida e informe, sem qualquer utilidade ou beleza. Sem
sacrifício e sem disciplina, ninguém se eleva aos planos da vida
superior.
O
barro, todavia, recusou a advertência, bradando:
– Não
aceito sacrifício, nem disciplina...
Antes
que pudesse prosseguir, passou o enfornador arrebanhando a argila
pronta, e o barro desobediente foi também conduzido ao forno em
brasa.
Decorrido
algum tempo, a lama vaidosa foi retirada e – ó surpresa! – não
era pote de laboratório, nem ânfora de perfume, nem prato de
refeição, nem vaso para água e, sim, feio pedaço de terra
requeimada e morta, sem qualquer significação, sendo imediatamente
atirada ao pântano.
Assim
acontece a muitas criaturas no mundo. Revoltam-se contra a vontade
soberana do Senhor que as convida ao trabalho de aperfeiçoamento,
mas, depois de levadas pela experiência ao forno da morte, se
transformam em verdadeiros fantasmas de desilusão e sofrimento,
necessitando de longo tempo para retornarem às bênçãos da vida
mais nobre.
Do
livro “Alvorada cristã”.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
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ILUMINEMOS
O CORAÇÃO
Guardemos
o coração na luz do bem,
para
que nossa alma diariamente, para banhar-se
nas vivas águas da grande compreensão
(...)
Emmanuel
Do
livro “Viajor”.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
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