Tema
da semana
“Fobias”
de
07/10/2013 a 13/10/2013
Suely
Caldas Schubert
Afirma
Daniel Goleman em seu livro “Inteligência Emocional” que os
grandes mestres espirituais como Jesus e Buda “tocaram o coração
dos seus discípulos falando na linguagem da emoção, ensinando por
parábolas, fábulas e contos”. Segundo o escritor estes mestres
espirituais falam no “vernáculo do coração”, o que do ponto de
vista racional tem pouco sentido.
Goleman
explica ainda que segundo Freud, em seu “conceito primário” de
pensamento, essa lógica da mente emocional é a “lógica da
religião e da poesia, da psicose e das crianças, do sonho e do
mito”. Isto engloba também as metáforas e imagens como as artes,
romances, filmes, novelas, música, teatro, ópera, etc., pois tocam
de forma direta a mente emocional.
Isto
nos leva a entender por que as expressões religiosas e artísticas
agradam tanto: é que a imensa maioria das pessoas é dominada pela
emoção. Também explica o motivo dessa preferência das multidões
a essas crenças novas, rotuladas de evangélicas, que manipulam as
emoções como fator de atração e direcionamento de seus adeptos.
Mas,
o que é a EMOÇÃO? O dicionário registra: qualquer agitação ou
perturbação da mente; sentimento; paixão; qualquer sentimento
veemente ou excitado.
Segundo
Goleman: “EMOÇÃO se refere a um sentimento e seus pensamentos
distintos, estados psicológicos e biológicos, e a uma gama de
tendências para agir.”
Não
podemos perder de vista as sutilezas em que as emoções se
manifestam, para melhor entendimento do assunto e encaminhamento do
nosso raciocínio.
Os
estudiosos do tema propõem famílias básicas (assim como
as cores básicas); mencionaremos algumas:
IRA:
fúria, revolta, ressentimento, raiva, exasperação, indignação
vexame, animosidade, aborrecimento, irritabilidade, hostilidade e, no
extremo, ódio e violência patológicos.
TRISTEZA:
sofrimento, mágoa, desânimo, desalento, melancolia, autopiedade,
solidão, desamparo, desespero e, quando patológica, severa
depressão.
MEDO:
ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação,
cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror e, como
psicopatologia, fobia e pânico.
PRAZER:
felicidade, alegria, alívio, contentamento, deleite, diversão,
orgulho, prazer sensual, emoção, arrebatamento, gratificação,
satisfação, bom humor, euforia, êxtase e, no extremo, mania.
AMOR:
aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração,
paixão, ágape (caridade).
E
as virtudes e vícios que vão desde a fé, compaixão, esperança,
coragem, altruísmo, perdão, equanimidade até dúvida, preguiça,
tédio, etc. Há um debate científico sobre como classificar as
emoções, já que podem ser igualmente um estado de espírito,
temperamento ou se transformarem em distúrbios emocionais como
depressão, angústia, ansiedade, fobias, etc.
Depreende-se,
portanto, que em várias circunstâncias de nossa vida as emoções
prevalecem e nos dominam. Quantas vezes nos surpreendemos diante de
nossas alternâncias de estado de espírito, pois podemos ser muito
racionais num momento e irracionais no seguinte quando o calor da
emoção passa a comandar nossas atitudes.
É
exatamente nos estados extremos das emoções que as pessoas cometem
ações das quais se arrependem amargamente no minuto seguinte,
quando a mente racional começa a reagir. É este o caminho dos
crimes passionais, quando se diz que houve “privação dos
sentidos”.
Portanto,
emoções são sentimentos a se expressarem em impulsos e numa vasta
gama de intensidade, gerando ideias,
condutas, ações e reações. Quando burilados, equilibrados e bem
conduzidos se transformam
em sentimentos elevados, sublimados, tomando-se, aí sim —
virtudes.
O
livro de Daniel Goleman traz-nos preciosas contribuições que devem
ser analisadas à luz da Doutrina Espirita. Observemos, em princípio,
o que consideramos a contribuição fundamental de sua obra: a
distinção entre inteligência emocional e racional, em que
“linguagem” a primeira se manifesta e todas as consequências
que daí advêm. Mas, analisaremos,
especificamente, o discurso de Jesus, sob esta ótica.
Segundo
o autor e conforme mencionamos linhas atrás, Jesus utilizou-se do
“vernáculo do coração”, falava, portanto, a linguagem da
emoção, e acrescentamos: do sentimento sublimado — por isto se
diz que Ele trouxe a Lei de Amor.
Todavia,
para a mentalidade racional que impera no Ocidente, nas elites
intelectuais, sobretudo, essa mensagem passou a ser vista como
sinônimo de psicose, infantilidade, poesia e utopia. Por outro lado,
os principais fatores que geraram esse tipo de leitura foram as
distorções, as interpolações e mutilações que o Evangelho
sofreu e que o transformaram nesse cristianismo dos tempos atuais,
muito distante da verdadeira Boa
Nova.
É
exatamente no momento crucial em que a Europa, liderada pela França,
entroniza a “deusa Razão”, zombando dos valores espirituais
cultivados pela religião dominante, que a Terceira Revelação chega
à Terra. O Espiritismo veio fazer uma leitura do Evangelho através
da razão. Tendo em suas bases a moral cristã em sua pureza
primitiva, interpretada, todavia, na linha do raciocínio a fim de
que o seu aspecto emocional passe agora pela mente racional e possa
ser aceita, assimilada pela mentalidade que prevalece em nossa época.
Cremos
que a resistência na aceitação da Doutrina Espírita por parte dos
países europeus (e mesmo norte-americanos), deve-se ao fato de não
terem conseguido ainda assimilar essa nova mentalidade, pois
destacam, de forma predominante, os valores intelectuais, a linha
racional, não admitindo a prevalência da emoção ou a sua
equiparação com a razão.
A
Doutrina Espírita vem colocar o Evangelho do Cristo na linguagem da
razão, com explicações racionais, filosóficas e científicas,
mas, vejamos bem, sem abandonar, sem deixar de lado o aspecto
emocional que é colocado na sua expressão mais alta, tal como o
pretendeu Jesus, ou seja o sentimento sublimado, demonstrando assim
que o SENTIMENTO E A RAZÃO podem e devem caminhar pela mesma via,
pois constituem as duas asas de libertação definitiva do ser
humano: O AMOR E A SABEDORIA.
A
questão 627 de “O Livro dos Espíritos” traz-nos primorosa
síntese das finalidades do Espiritismo e, a certa altura da resposta
transmitida pelos Espíritos Superiores afirma: “O ensino dos
Espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém
possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e
apreciar com a razão. Estamos incumbidos de preparar o reino do bem
que Jesus anunciou. Daí a necessidade de que a ninguém seja
possível interpretar a lei de Deus ao sabor de suas paixões, nem
falsear o sentido de uma lei toda de amor e de caridade.”
Fonte:
O
espiritismo.
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CONFIANÇA
A
confiança produz raios de elevação.
André
Luiz
Do
livro “Dicionário da alma”.
Psicografia
de “Francisco Cândido Xavier”.
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