quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A luz da paz

Tema da semana
O que é preciso para ser salvo. Parábola do bom samaritano
de 30/09/2013 a 06/10/2013

Augusto Cezar Netto

E andei pelo mundo, procurando a luz da paz.

Fui à Grécia, admirando o Partenon e lugares outros em que pontificaram sábios da antiguidade; dirigi-me a Roma, onde me acomodei nas escadas do Coliseu, refletindo nos cristãos perseguidos;

Viajei a Índia, onde partilhei as orações dos crentes que se banhavam nas águas do Ganges, em Benarés;

Segui para o Egito, maravilhando-me à frente das Pirâmides que imortalizam a pompa dos faraós;

Transitei pelas ruas de Meca e orei com os muçulmanos, entre as recordações do iluminado profeta do Islã;

Busquei Paris e conheci a Torre Eiffel, orgulho da França;

Visitei o Palácio de Versalhes, moradia de reis e fidalgos ilustres; encaminhei-me para Londres, encantando-me ali com a severa nobreza do Castelo da Torre;

Na Espanha, conheci o Escurial, nos arredores de Madri, cheguei a Granada e entrei no castelo do rei Broabdil que encerrou, naquele País, o domínio dos Árabes e voltei-me a Barcelona, onde admirei a fortaleza de Monjnich;

Apreciei a riqueza artística dos Jerôninos e usufrui as amenidades de Sintra, em Portugal;

Fui à Nova York onde expressei o meu respeito pela inteligência humana, diante dos arranha-céus que lhe assinalam a grandeza;

Caminhei através de todas as grandes cidades das Três Américas, mas não encontrei a luz da paz.

Saudoso do lar regressei a nossa casa em Vila Nova Conceição, em São Paulo.

Era noite e minha mãe lia o Evangelho. Abracei-a emocionado e li o texto exposto. Era a parábola do Bom Samaritano.

As palavras falavam em letras que me ficaram na memória:

- “Então, um doutor da lei, perguntou abeirando-se do Divino Mestre”:

Senhor, que deverei fazer para possuir a vida eterna?

O Cristo sorriu e considerou:

O que está escrito na Lei, o que lês nela?

O homem acentuou:

Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, com as tuas forças de espírito e ao teu próximo como a ti mesmo.

Entretanto o Doutor da lei ainda inquiriu pra o tentar:

Senhor, e quem é o meu próximo?

Jesus, explicou, usando brandura e paciência:

Um homem que se dirigia de Jerusalém para Jericó saiu em poder dos salteadores que o despojaram, cobriam-no de ferimentos, deixaram-no semimorto.

Um sacerdote, que passou perto da vítima, estugou o passo e seguiu para frente, negando-lhe atenção.

Logo após, um levita passou pelo mesmo lugar, mas não se interessou pelo ferido, seguindo adiante.

Mas um samaritano, que viajava, comoveu-se ao ver o homem caído, desceu do animal e, aproximando-se do desconhecido, dirigiu-lhe palavras de conforto, balsamizou-lhe as feridas e colocando-o sobre o animal, levou-o à hospedaria onde lhe ofereceu abrigo e segurança.

Jesus fez a pequena pausa e interrogou:

A seu ver, qual dos três era o próximo do infeliz?

O doutor respondeu:

Aquele que usou de misericórdia para com ele.

Num gesto simples, o Cristo lhe observou:

Então, vai e faze tu o mesmo.”

Chegados ao término da leitura, um telefone tilintou.

Minha mãe foi atender e compreendi para logo o que se passava.

Uma senhora jazia em estado grave e a amiga que suscitara a chamada pelo fio comunicou que o doente pedia o socorro de uma prece.

Minha mãe não teve duvidas.

Chamando o Papai Raul e dando-lhe ciência do problema, ambos, logo após, tomaram o carro na direção indicada.

Segui junto deles e pude ver a doente que se aproximava da agonia

Minha mãe e outras senhoras pediram a Misericórdia de Deus para a enferma e, embora se afastassem, entendi que o meu dever era permanecer ali na tarefa do auxilio.

Junto de Benfeitores que ali se mantinham, trabalhei todo à noite no aposento simples.

O dia nasceu com melhoras positivas para a doente e, conquanto me sentisse cansado, reconheci que uma alegria diferente me nascia no coração.

Chorando de felicidade, reconhecia, por fim, que eu, que me decidira a transitar pela terra, procurando o dom sublime, encontrara-o ali, no gesto de minha mãe ao lado de meu pai Raul, compreendendo que o amor ao próximo que Jesus nos legou, sentido e praticado devidamente, é a única força que realmente nos concede a luz da paz por dentro do coração.

Do livro “Presença de luz”.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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SOCORRO
Estejamos convencidos de que a nossa boa vontade
é credencial do auxílio mais amplo do Céu,
tanto quanto a nossa inércia espiritual
representa fato de atraso no socorro divino que,
as vezes por preguiça ou rebeldia,
teimam em não receber
Antônia
Do livro “Dicionário da alma”.
Psicografia de “Francisco Cândido Xavier”.


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