Tema
da semana
“O
que é preciso para ser salvo. Parábola do bom samaritano”
de
30/09/2013 a 06/10/2013
1.
Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de
todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; – reunidas
diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o
pastor separa dos bodes as ovelhas – e colocará as ovelhas à sua
direita e os bodes à sua esquerda.
Então,
dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu
Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o princípio do
mundo; – porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me
destes de beber; careci de teto e me hospedastes; – estive nu e me
vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes
ver.
Então,
responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome
e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? – Quando foi
que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? –
E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? –
O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, to- das as vezes que
isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim
mesmo que o fizestes.
Dirá
em seguida aos que estiverem à sua esquerda: Afastai-vos de mim,
malditos; ide para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e
seus anjos; – porquanto, tive fome e não me destes de comer, tive
sede e não me destes de beber; precisei de teto e não me
agasalhastes; estive sem roupa e não me vestistes; estive doente e
no cárcere e não me visitastes.
Também
eles replicarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e não te
demos de comer, com sede e não te demos de beber, sem teto ou sem
roupa, doente ou preso e não te assistimos
– Ele
então lhes responderá: Em verdade vos digo: todas as vezes que
faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de
tê-la para comigo mesmo.
E
esses irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna.
(S. MATEUS, 25:31 a 46.)
2.
Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar:
Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? –
Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que
lês nela? – Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o
coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o
teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. – Disse-lhe Jesus:
Respondeste muito bem; faze isso e viverás.
Mas,
o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o
meu próximo? – Jesus, tomando a palavra, lhe diz:
Um
homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de
ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram,
deixando-o semimorto. – Aconteceu em seguida que um sacerdote,
descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. – Um levita,
que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igual-
mente adiante. – Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar
onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. –
Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou;
depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou
dele. – No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao
hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que
despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
Qual
desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em
poder dos ladrões? – O doutor respondeu: Aquele que usou de
misericórdia para com ele. – Então, vai, diz Jesus, e faze o
mesmo. (S. LUCAS, 10:25 a 37.)
3.
Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é,
nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os
seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que
conduzem à eterna felicidade: Bem -aventurados, disse, os pobres de
espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus;
bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que
são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são
misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos
outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos;
perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem
ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros.
Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que
dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se
cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na
claramente e em termos explícitos como condição absoluta da
felicidade futura.
No
quadro que traçou do juízo final, deve-se, como em muitas outras
coisas, separar o que é apenas figura, alego- ria. A homens como os
a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente
espirituais, tinha ele de apresentar imagens materiais chocantes e
próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha
mesmo de não se afastar muito das idéias correntes, quanto à
forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira interpretação de
suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar -se
claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro,
há uma idéia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da
infelicidade que espera o mau.
Naquele
julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se
baseia o libelo? Pergunta, por- ventura, o juiz se o inquirido
preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou
qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a
caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós
que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que
fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da
fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que crê
de outro? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético,
mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a
caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das
condições para a salvação, mas como a condição única. Se
outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde
que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente
abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a
indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do
orgulho e do egoísmo.
CARIDADE
A
caridade não é trabalho exclusivo
daquele
que se encontra temporariamente
detido
na abastança material, sobretudo amor,
auxílio,
doação de si mesmo. Todos podemos ajudar.
Emmanuel
Do
livro “Dicionário da Alma"
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier
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