Tema da semana
“Indiferença”
de
01/07/2013 a 07/07/2013
Joanna de Ângelis
Nos estados depressivos a apatia se
manifesta, não raro, dominando as paisagens emocionais da pessoa.
Essa apatia impede a realização de atividades habituais, matando o
interesse por quaisquer objetivos. É uma indiferença tormentosa,
que isola, a pouco e pouco, o paciente, do mundo objetivo,
alienando-o.
Além dessa manifestação
psicopatológica, há aquela que resulta da viciação mental em não
se preocupar com as outras pessoas, nem com o lugar onde se encontra.
Tão grave quanto a primeira, essa indiferença provém de vários
conflitos, como as decepções em relação à própria existência,
em demasiada valorização do secundário em detrimento do essencial,
que é a própria vida e não aqueles que a utilizam egoisticamente,
de forma infeliz, com desrespeito pelo seu próximo, pela sociedade.
Noutros casos, há a atitude
egocêntrica, que remanesce da infância e não alcançou a
maturidade psicológica na idade adulta, sentindo-se o ser
desconsiderado, desamparado, sem chance de triunfar; o cansaço
decorrente de tentativas malogradas de autoafirmação, de
empreendimentos perdidos; o desamor, em razão de haver aplicado mal
o sentimento, como troca de interesses ou vigência de paixões; o
abandono de si mesmo pela falta de autoestima. Para esse tipo
psicológico é mais fácil entregar-se à indiferença, numa postura
fria de inimigo de todos, do que lutar contra as causas desse
comportamento.
Vício mental profundamente alienador,
arraigado nos derrotistas, a indiferença termina por matar os
sentimentos, levando o paciente a patologias mais graves na sucessão
do tempo.
Caracteriza também a personalidade
esquizofrênica de muitos títeres e algozes da humanidade, a
insensibilidade que resulta da indiferença, quando praticam crimes,
por mais hediondos sejam.
Inicia-se, às vezes, numa acomodação
mental em relação aos acontecimentos, como mecanismo de defesa,
para poupar-se o trabalho ou a preocupação, caracterizado num
triste conceito: Deixa pra lá.
Toda questão não resolvida, retorna
complicada.
Ninguém se pode manter em indiferença
no inevitável processo da evolução. A vida é movimento e o
repouso traduz pobreza de percepção dos fenômenos em volta.
Quando a indiferença começar a
sinalizar as atividades emocionais, faz-se urgente interrompê-la,
aplicar-lhe a terapia da mudança do centro de interesse emotivo,
despertando outras áreas do sentimento, adormecidas ou virgens, a
fim de poupar-se o indivíduo à sua soberania. Acostumando-se-lhe,
inicia-se uma viciação mental mais difícil de ser corrigida, por
ter um caráter anestesiante, tóxico, ao largo do tempo.
Se o estresse responde pela sua
existência, em alguns casos, o relaxamento, acompanhado de novas
propostas de vida, produz efeito salutar, que deve ser utilizado.
O fluxo divino da força da vida é
incessante, e qualquer indiferença significa rebeldia aos códigos
do movimento, da ação, proporcionando hipertrofia do ser e
paralisia da alma.
Uma análise do próprio fracasso em
qualquer campo redunda eficaz, para retirar proveitosa lição dele e
levantar-se para novas tentativas.
Nas experiências retributivas da
afetividade mal direcionada, das quais resulta a síndrome da
indiferença, a escolha pelo amor sem recompensa, pelo bem sem
gratidão, emula o indivíduo a sair do gelo interior para os
primeiros ardores da emotividade e da autorrealização.
Nunca deixar que a indiferença se
enraíze. E se, por acaso crer que a própria vida não tem sentido
nem significado, num gesto honroso de arrebentar algemas, deve
experimentar dar-se ao próximo, a quem deseja viver, a quem, na
paralisia e na enfermidade, busca uma quota mínima de alegria, de
companheirismo, de afeto e de paz. Fazendo-o, esse indivíduo
descobre que se encontra consigo mesmo no seu próximo ao doar-se,
assim recuperando a razão e o objetivo para viver em atividade
realizadora.
Psicografia
de Divaldo Franco do livro: Autodescobrimento uma Busca Interior
LETREIROS
Roberto
Correia
Amor
é o melhor dos dons,
Mas
justiça evita o caos.
Indiferença
nos bons:
Perversidade
nos maus.
Da
Obra “Trovas Do
Outro Mundo”
Psicografia:
Francisco Cândido Xavier
Digitado
Por: Lúcia Aydir.
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