Tema da semana
“Bem e mal sofrer”
de 09/04/2012 a 15/04/2012
Joanna de
Ângelis
Afasta a nuvem cinzenta do
pessimismo e da queixa, enquanto a dor se demora contigo, concedendo ao sol da
esperança a oportunidade de fulgir ante os teus olhos acostumados às sombras
das recriminações.
Enquanto não te disponhas ao combate
contra a auto piedade e a autoflagelação por morbidez, ninguém poderá fazer
nada por ti.
Observa o voo ligeiro da ave
colorida, o desabrochar de uma flor, a vitória da germinação de uma semente, o
canto de delicado filete d’água na frincha da rocha, o triunfo da árvore, o
milagre do pão, o deslumbramento da nascente, o ritmo da vida nos insetos, nos
animais, em toda parte, e encontrarás as mãos divinas agindo, produzindo,
zelando…
A inteligência e o dom do raciocínio
não te foram concedidos através das múltiplas etapas da evolução para que
somente reclames, amaldiçoes, azorragues…
Não
lances invectivas contra isto ou aquilo, antes faze algo para corrigir seja o
que for que não esteja certo. Se o dever que reclamas nos outros se
corporificasse em teus atos, outros possivelmente aprenderiam contigo otimismo
e ação, produzindo para melhorar todas as coisas que podem e devem ser
melhoradas.
Quando te entregas ao desânimo e o
espalhas, conspiras contra a ordem natural, o equilíbrio e o progresso da vida.
É pernicioso mal sofrer, malbaratando a oportunidade de aproveitar bem a lição
do sofrimento.
Procuras sofismar quanto ao bem e ao
mal, tentando fugir à responsabilidade.
O bem é tudo
quanto estimula a vida, produz para a vida, respeita e dignifica a vida.
O mal é toda ação
mental, física ou moral que atinge a vida perturbando-a, ferindo-a, matando-a.
Se cultivas os cogumelos do
pessimismo, respiras, evidentemente, em clima de sombras morais e umidade
psíquica asfixiante.
Inadvertidamente enfermas e por
irresponsabilidade laboras e colaboras no mal.
*
Tens nos olhos duas estrelas
engastadas no céu da face. Põe-nos a derramar a claridade da visão feliz pela
senda onde segues, apesar de estares sofrendo.
Utiliza as mãos no algo produzir,
embora sob acúleos de dores.
Ouve em derredor! Há mutilados
esperando tuas mãos e teus pés, cegos do corpo e cegos da razão, necessitados
dos teus olhos e da claridade do teu discernimento, mais sofredores do que tu
próprio.
Acalma o vozerio agitado da tua
mente alvoroçada pela revolta, ou desperta-a, atormentada que se encontre nos
tecidos da comodidade, da preguiça ou do cansaço de sofrer, e escutarás, sim,
mil vozes, algumas tão debilitadas pela fraqueza que será mister um grande
esforço para identificá-las, chorando e rogando socorro baixinho às fortunas
que possuis no corpo e no espírito e teimas por desperdiçar, ignorando-as.
Não te revoltes no crisol das dores,
mesmo que sejam dores reais. A dor chega para que o espírito triunfe sobre ela,
ao invés de ser por ela esmagado.
Mas se tuas legítimas aflições forem
muito grandes e esmagadoras, invoca Jesus, quando na vida dolorosa, esmagado
sob a cruz, e no entanto aconselhando e advertindo as mulheres piedosas de
Jerusalém, ou cravejado, logo depois, no madeiro de infâmia, convocando dois
estranho e desafortunados salteadores, neles semeando as esperanças do Reino de
Deus, instantes antes do momento extremo, e refaze as tuas forças, reconsidera
a situação, recompõe os joelhos desconjuntados e avança, confiante, cantando a
certeza de que, após a partida libertadora, uma madrugada sublime te alcançará,
fazendo-te ditoso por fim, vitorioso com o bem.
Psicografia de Divaldo Franco do Livro:
Lampadário Espírita
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