Ao  se estudar a história dos grandes descobrimentos, não há quem não  reverencie o espírito de aventura e coragem dos primeiros navegadores.
 Os  fenícios, em frágeis embarcações, avançavam sempre em direção ao  horizonte, buscando o que havia além. E assim descobriram novas terras.
 Em  20 de julho de 1999, quando se comemoraram os trinta anos da chegada do  homem à lua, recordamos com emoção o desprendimento daqueles  astronautas que se dispuseram a uma viagem tão arriscada.
 Principalmente  após as revelações, até então inéditas, de que Neil Armstrong e Edwin  Aldrin, os primeiros homens a pisarem no solo lunar, partiram da Terra  sabendo que havia um grande risco de nunca mais retornarem.
 Estavam  preparados para morrer na lua, se algo desse errado. Sabiam que seu  companheiro Michael Collins, o astronauta que ficou na Apolo 11,  retornaria sozinho para a Terra, se o módulo lunar não conseguisse  decolar da lua.
 Armstrong e Aldrin teriam ainda trinta e seis horas de suprimento de oxigênio. Depois, seria somente aguardar a morte.
 As  possibilidades de que isso acontecesse eram tantas que o governo  americano já tinha tudo pronto. O ritual fúnebre, como seriam avisadas  as esposas dos dois astronautas, o discurso do Presidente Richard Nixon,  comunicando a tragédia para o mundo.
 Como disse Collins em uma entrevista vinte anos depois: Saímos daqui sabendo que poderiam ocorrer falhas e que podíamos tanto ser heróis como mártires.
  O  que ocorre é que os grandes homens, ao exporem as próprias vidas em  benefício da Humanidade, não estão pensando em ser heróis ou mártires.
 O seu objetivo é alcançar a vitória. O que virá depois é consequência natural.
 É por esse motivo que, todos os dias, seres humanos se doam em totalidade a outros seres humanos.
 Médicos  se debruçam sobre cadáveres para o estudo minucioso da organização  física, tanto quanto sobre tubos de ensaio e uma série de outros  aparatos, na tentativa da descoberta de vacinas e medicamentos novos.
 O  seu objetivo é alcançar a cura ou, ao menos, o alívio temporário das  dores que atormentam os homens. Talvez conseguir uma forma de deter a  enfermidade que avança, destruindo células e órgãos preciosos no corpo  humano.
 Sua  vida é de dedicação. E seus nomes aparecem vez ou outra. Certamente, o  daqueles que alcançam o sucesso e têm suas descobertas mostradas para o  mundo.
 Os demais permanecem no anonimato. Mas, nem por isso param suas pesquisas.
 O  que lhes importa é alcançar o seu objetivo. Exatamente como um  alpinista, almejam atingir o topo da montanha desafiadora, a fim de  poderem dizer, vitoriosos: Eu consegui.
 *   *   *
 Se  o desânimo e o cansaço estiverem nos cercando, pensemos nos grandes  descobridores. Lembremos dos inventores, da sua paciência, persistência e  constância nas pesquisas.
 Recordemos  a coragem dos primeiros navegadores, enfrentando os oceanos  desconhecidos. Tenhamos em mente os que arriscaram suas vidas para as  conquistas da Humanidade.
 Tanto  quanto daqueles que todos os dias estudam, trabalham, pensam e  arquitetam mil maneiras para a Humanidade viver mais confortável, mais  tranquila, mais serena.
 E enquanto estivermos, intimamente, lhes agradecendo por todos os avanços já conquistados, sigamos os seus exemplos.
 Jamais nos deixemos parar a meio do caminho porque a grande alegria é justamente alcançar os objetivos traçados.
 Redação do Momento Espírita a partir do artigo Prontos para morrer, da revista Veja, de 21.07.1999.
  Em 02.06.2011.
 
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