Preconceito  é o conceito formado com base em julgamento próprio, com tom  depreciativo. Deriva de análise tendenciosa, discriminatória.
 Trata-se de um pré-julgamento, em que se desconhecem os detalhes. Define-se algo ou alguém, de acordo com nossos olhos de ver.
   Isso  tem causado muitos dissabores, no mundo, e continua a causar. Porque  quem julga previamente não tem o cuidado de ficar com o conceito para  si, mas o transmite a outros.
 E esses, em ouvindo, não indagam se aquilo é verdadeiro ou não. Simplesmente admitem que seja.
   Quando  sabemos de alguém que se consorcia com outrem em que a diferença de  idade é grande, a primeira pergunta que nos vem à mente é: Por que se casaram?
 Se  uma das pessoas tem fama, ou dinheiro, ou poder, logo cogitamos que o  motivo para o consórcio seja do outro se aproveitar de um desses itens.
 Esquecemos que pessoas famosas, como todas as pessoas, têm carências afetivas. Que buscam o amor, que desejam ser amadas.
   Quando  o velho doutor Hahnemann, vivendo na Alemanha, salvou da morte a  parisiense Mélanie Gohier, mal poderia imaginar que seria ela a ponte  para que a Homeopatia ficasse conhecida no mundo.
 Sim, porque aquela mulher, de apenas trinta e cinco anos, se casou com o mestre alemão de oitenta anos.
   O  novo matrimônio de Hahnemann parece quase um conto. Ela era poetisa e  pintora e desfrutava da amizade de excelentes poetas e pintores de  Paris.
 Logo  após o casamento, em 1835, mudaram-se para Paris, onde ele obteve  autorização para clinicar, a despeito da vigorosa oposição dos colegas  alopatas.
 A Academia de Medicina encaminhou um documento ao Ministro Guizot para que lhe fosse proibido o exercício da Medicina na França.
   Guizot, por influência da esposa de Hahnemann, além de sua digna posição, decidiu o caso com grandeza ímpar e respondeu:
   Trata-se  de um sábio de grande mérito. A ciência deve ser de todos! Se a  Homeopatia é uma quimera ou um sistema sem valor, cairá por si mesma.
 Se  ela é, ao contrário, um progresso, expandir-se-á apesar de nossas  medidas proibitivas, e a Academia deve se lembrar, antes de tudo, que  tem a missão de fazer progredir a ciência, de encorajar as descobertas!
 Assim, a Homeopatia se estabeleceu em França, onde Hahnemann encontrou vários discípulos e seguidores.
   Prosseguiu ensinando, curando e escrevendo, a despeito da avançada idade.
 Aos  oitenta e oito anos, ele regressou ao mundo espiritual. Estava forte e  lúcido, mas com certeza já chegara ao fim a sua missão.
 Deixou a Homeopatia reconhecida como ciência, a expandir-se pelo mundo.
 Quem poderá, em sã consciência, deixar de agradecer a Melanie sua atuação junto ao grande mestre homeopata?
   Não o tivesse levado a Paris, a cidade luz, teria a Homeopatia sido reconhecida e divulgada pelo mundo?
   Assim,  pensemos, antes de externar conceitos de valor preconceituosos.  Busquemos analisar com olhos de ver e aprendamos a respeitar opções  alheias.
 Aprendamos  a ter olhos compassivos, olhos que descobrem o bem. Olhos que veem as  coisas positivas, sem julgamentos equivocados e precipitados.
 Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Samuel Hahnemann.
   Em 06.06.2011.
 
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