Tema da semana
“Pecado por pensamento. Adultério”
De 10/03/2014 a 16/03/2014
Allan Kardec
Pecado por
pensamentos. – Adultério
5. Aprendestes que foi dito aos antigos: “Não cometereis adultério. Eu, porém, vos digo que aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já
em seu coração cometeu adultério com ela.” (S. Mateus, cap. V, vv.27 e 28.)
6.
A palavra adultério não
deve absolutamente ser entendida
aqui
no
sentido
exclusivo da acepção que lhe é própria, porém, num sentido mais geral.
Muitas vezes Jesus a
empregou por extensão, para designar o mal, o pecado,
todo e qualquer pensamento mau, como, por exemplo, nesta passagem: "Porquanto se alguém
se envergonhar de mim e das
minhas palavras, dentre esta raça adúltera
e pecadora, o Filho do Homem também se envergonhará dele, quando vier acompanhado dos santos anjos, na glória de seu Pai.” (S. MARCOS, cap. VIII, v. 38.)
A verdadeira pureza não está somente nos atos; está também no pensamento, porquanto aquele que tem puro o
coração, nem sequer pensa no mal. Foi
o que Jesus quis dizer: ele condena o pecado, mesmo em pensamento,
porque é sinal de impureza.
7. Esse principio suscita naturalmente a seguinte questão: Sofrem-se as consequências
de um pensamento mau, embora nenhum efeito produza?
Cumpre se faça
aqui uma importante distinção. À medida que avança na vida
espiritual, a alma que enveredou pelo mau caminho se esclarece e despoja pouco a pouco de
suas imperfeições, conforme
a maior ou menor boa vontade que demonstre, em virtude do seu
livre arbítrio. Todo pensamento mau resulta, pois,
da imperfeição da alma; mas, de
acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de adiantar-se,
porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar
uma mancha. Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido,
sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.
Aquela que, ao contrário, não tomou boas resoluções, procura ocasião de praticar o mau ato e, se não o leva a efeito, não é
por virtude da sua vontade, mas por falta de ensejo.
E, pois, tão culpada quanto o seria se o cometesse.
Em
resumo, naquele que
nem sequer concebe a idéia do mal, já há progresso
realizado; naquele a quem essa idéia
acode, mas que a repele, há progresso em vias de
realizar-se; naquele, finalmente, que pensa no mal e nesse pensamento se compraz, o mal ainda existe na plenitude da sua força. Num, o trabalho está feito; no outro, está por fazer-se.
Deus, que é justo, leva em conta todas essas gradações na responsabilidade dos atos e
dos pensamentos do homem.
O ensino moral
[...] é que não basta nos abstenhamos do mal; que precisamos praticar o bem e
que, para isso, mister se faz destruamos em nós tudo o que possa ser causa de
obrarmos mal, seja por atos, seja por palavras, seja por pensamentos, sem
atendermos ao sacrifício que porventura nos custe a purificação dos nossos
sentimentos. [...] a concupiscência, no dizer de Jesus, [está] equiparada ao
adultério. Para Deus, o Espírito, em quem ela se manifestou, cometeu falta
idêntica à que teria caído se houvera consumado o adultério, mesmo porque, as
mais das vezes, só uma dificuldade material qualquer impede que o pensamento
concupiscente se transforme em ato.
Referência:
SANTOS, Jorge Andréa dos. Visão espírita nas
distonias mentais. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1992. -
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