Tema
da semana
“A
realeza de Jesus”
de
03/06/2013 a 09/06/2013
Amélia
Rodrigues
A
noite
esplendente de círios estrelares banhava-se de suave luar, que se
refletia sobre as águas tranquilas
do mar espelho.
O
dia havia sido caracterizado por amena temperatura, enriquecido
simultaneamente por incontáveis emoções.
Sucediam-se
as experiências no convívio com as massas humanas, incessantes, com
suas aflições que recordavam ondas contínuas espraiando-se nas
areias imensas salpicadas de seixos e conchas variadas.
O
hinário da Boa Nova era cantado na região por quase todas as bocas,
mas, as interpretações variavam de acordo com as necessidades de
cada qual.
Tinha-se
a impressão que os Céus haviam descido à Terra e se fundiram umas
nas outras as canções de amor
e
os lamentos clamorosos,
que logo após silenciaram suas vozes desesperadas.
Tinha-se
a impressão que os Céus haviam descido à Terra e se fundiram umas
nas outras as canções de amor
e
os lamentos clamorosos,
que logo após silenciaram suas vozes desesperadas.
Jesus
constituía, sem dúvida, o divisor das águas e daqueles dias
turbulentos...
Os
discípulos
haviam
acompanhado o Mestre durante o aconselhamento a
uma
desesperada mãe, que Lhe buscara o socorro, face à perda do filho
amado que o anjo
da morte arrebatara.
O
desespero da suplicante logo se transformara em tranquila
e dúlcida alegria
que
lhe colocara luz brilhante nos olhos antes amortecidos
pela
aflição.
Como
a
morte sempre
era temida e certamente detestada, utilizando-se da noite harmoniosa,
na qual o Amigo parecia aguardar as inquietações dos discípulos,
sentado diante do mar ornado da luz da lua, musicada pelos ventos
suaves e pelo espreguiçar das vagas macias nas areias úmidas,
formou-se o grupo gentil, cujo silêncio foi quebrado pela voz de
João, o jovem que O amava com arrebatamento.
Havia
uma doce magia
no
ar, que bailava no velário das sombras salpicadas de pingentes de
prata...
O
nobre Guia desenhou tranquilo
sorriso na face banhada pelo argênteo luar, e respondeu
com
doçura:
A
morte
não
é mensageira da sombra, nem do pavor, mas a missionária da vida
imperecível.
É a incompreendida intermediária entre Deus
e
os seres sencientes, encarregada de reconduzir os homens ao
verdadeiro lar,
após terem encerrado os seus
compromissos
na escola terrestre. Suavemente ou mediante ação abrupta, sem
agressão nem receio, convoca reis e vassalos, mendigos e poderosos,
crianças e anciãos, sadios ou enfermos
ao
despertar do sono fisiológico, fazendo-os volver ao país da
consciência
desperta,
ao Grande Lar.
Portadora
de
alta responsabilidade, apresenta-se com a mesma nobreza a todos os
seres, desvestindo-os das pesadas roupagens da ilusão, para a
vivência da
realidade inevitável.
Sem o seu
árduo
trabalho a vida não teria qualquer sentido e o corpo se decomporia
durante a
existência,
que se alongaria sem limite com tormentos inimagináveis... Para uns,
todavia, é a misericórdia que chega em momento máximo,
para outros, trata-se da libertação do cativeiro. Alguns a tomam
como cruel inimiga, enquanto diversos a odeiam com rebeldia. Não
obstante, impávida, faz-se instrumento da Vida para a grandeza do
ser indestrutível.
O
incomparável Benfeitor alongou o olhar pela noite feliz, e após
breve reflexão, elucidou:
Silenciando
novamente por breves segundos, com específica entonação de voz,
prosseguiu:
É
necessário viver de maneira que a morte
lhe
signifique prosseguimento, sem qualquer interrupção, conduzindo o
ser no rumo da plenitude,
da paz inefável.
Fez
novo silêncio repassado de emoção,
que igualmente dominava os ouvintes, logo dando continuidade:
Quando
se calou, os amigos tinham lágrimas que não se atreviam a descer da
comporta dos olhos. Saudades de seres amados e gratidão pelo que
lhes haviam oferecido, esperanças de vitórias futuras sobre as
pesadas algemas dos desejos,
das falsas necessidades e sonhos
de
felicidade, mesclavam-se nos seus
sentimentos,
e eles entenderam que o corpo é meio, é veículo de condução, mas
o Espírito é o imperecível
instrumento
do Pai Criador,
que nos aguarda nos penetrais do Infinito, e que a morte
libera
da injunção penosa.
—
Como
entender a morte,
Mestre querido – indagou o discípulo
ansioso
– que sempre nos ameaça e apavora? Ante a sua inexorável
fatalidade,
nossos dias perdem a cor e a beleza, quase
nos tirando
a razão
de
existir. Como entender a hedionda mensageira da sombra?
—
E
o sofrimento, Senhor, que ela impõe – voltou, à carga, o
discípulo
receoso
-, não dilacera a alma
daqueles
que ficam?! Morrer, afinal, dói?
—
A
Casa de meu
Pai
tem infinitas moradas. Cada flor de luz que brilha ao longe é um
pouso feliz que nos aguarda após vencidas as batalhas terrenas. Para
alcançá-lo é necessário descer aos vales humanos nas roupas
densas da matéria,
a
fim de tecer as delicadas asas de luz que nos erguerão aos seus
planos
quase
divinos.
Sem a morte
compassiva
e misericordiosa, isso não seria possível. Passo a passo, o
viajante vence as distâncias no mundo físico. Da mesma forma,
graças à morte
vida,
à vida
após a morte
desaparecem
os abismos que medeiam entre os sublimes lares que voam na amplidão
e a pequenina Terra onde nos encontramos.
—
Morrer
não dói. O desprendimento é suave para os justos
e
inquietante para aqueles que são portadores
de consciência culpada.
O trânsito que leva à liberdade
entre
o cárcere
e
o horizonte largo, sem barreira, é sempre rico de expectativa e não
de sofrimento. A marcha, porém, de cada qual, é resultado da
conduta
vivenciada
no período do cativeiro. Quem considera o corpo como a única
realidade,
sofre decepção e angústia,
medo de o abandonar e apego
à
forma em decomposição, fenômeno
que
se alonga por largo período, enquanto dure a
alucinação.
No entanto, quem o utilizou como educandário de iluminação para o
espírito,
deixa-o, qual borboleta ditosa que abandona o casulo pesado para
flutuar na leve brisa do dia... A morte
após
o dever cumprido transforma-se em madrugada iridescente, que é o
pórtico da imortalidade
ditosa,
onde o
amor inunda
o recém-liberto de alegria,
sem dor
nem saudade
da caminhada terrestre.
—
Eu
vim para que todos tenhais vida em abundância no meu
reino,
que se amplia além
das
fronteiras da morte.
Sem ela, não o alcançareis. Superando os desafios e vencidas as
paixões, o ser se sutiliza e passa a habitar em mundo feliz, sem
angústia
ou ansiedade alguma....
A fim de o conseguir, torna-se indispensável que o amor
e
o dever diluam as sombras da ignorância
que
encarceram nas masmorras da carne o desavisado, sem permitir-lhe os
voos
libertadores
que
anela realizar.
A
noite harmônica e perfumada, então dominada
pelo
lucilar dos astros e as ânsias da Natureza, insculpiu no ádito
daqueles corações a mensagem da imortalidade,
enquanto o Mestre os preparava para a madrugada resplandecente do
futuro reino dos Céus.
Página
psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco em 2001,
no
Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
(Jornal Mundo Espírita de Junho de 2001)
(Jornal Mundo Espírita de Junho de 2001)
Fonte:
O
espiritismo.
---
VENHA
A NÓS O TEU REINO
"Venha
a nós o teu reino..." -
assim
rogou Jesus ao Pai Celestial,
sabendo
que só o Plano de Deus
pode
conceder-nos a verdadeira felicidade.
Meimei
Fonte:
Fragmento do texto “Venha a nós o teu reino” (O
espiritismo – mensagens de luz).
Psicografia
de “Francisco Cândido Xavier”.
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