Vianna
de Carvalho
Remanescentes dos instintos agressivos, a
rivalidade é presença negativa no caráter humano, que a criatura deve superar.
Se a competição saudável é estimuladora para
desenvolver os valores humanos, potenciais momentaneamente adormecidos, a
rivalidade decorre do primarismo animal, que atira as criaturas umas contra as
outras.
O rival é antagonista apaixonado, a um passo
da violência, na qual derrapa, facilmente, facultando-se a explosão de danos
graves para si mesmo, bem como para os outros.
Infelizmente, perturbando a sociedade, na
luta pela predominância do egoísmo, a rivalidade entre os homens leva-os aos
estados belicosos, quando a solidariedade os engrandeceria, propiciando bênçãos
a toda a comunidade.
É natural que, também, entre os médiuns, o
morbo das rivalidades injustificáveis irrompa, virulento, enfermando quantos
lhe permitem o contágio.
Invigilantes, olvidam-se da terapia do amor e
deixam-se infelicitar, asfixiados pela inveja, pela mágoa, pelo ciúme,
contribuindo para as lutas inglórias que, lamentavelmente, se instalam nos
Grupos, nos quais esses se encontram em serviço.
No contubérnio que se estabelece, a rede de
insensatez divide os membros do trabalho, que passam a antagonizar-se, embora
abraçando os ideais da liberdade, da tolerância, do amor, da caridade.
Tais rivalidades têm sido responsáveis pelo
malogro de empreendimentos significativos, elaborados com carinho através dos
anos e que se desgastam, se desorganizam com facilidade, tornando-se reduto de
decepções e amarguras.
A rivalidade é um mal que aguarda solução,
combate de urgência.
Surge de forma sutil; instala-se com
suavidade, qual erva parasita em tronco generoso, e passa a roubar a energia de
que se nutre, terminando por prejudicar o hospedeiro que lhe dá guarida.
O médium deve ser um servidor da Vida, em
benefício de todas as vidas.
A sua, há que se tornar a luta pelo auto
aprimoramento, observando as mazelas e estudando as deficiências, a fim de mais
crescer na escala dos valores morais, de modo a sintonizar com as Entidades
Venerandas, nem sempre as que se tornaram famosas no Mundo, mas, que
construíram as bases da felicidade pelo amanho do solo dos corações na execução
do bem.
A ele cabe disputar a honra de servir e não a
de aparecer; de ceder e nunca de impor; de amar e jamais a de fruir,
apagando-se, para que fulja a luz da verdade imortal de que se faz instrumento.
Como do homem de bem se esperam a preservação
e vivência dos valores éticos, do instrumento mediúnico se aguarda o perfeito
entrosamento emocional e existencial entre o de que se faz portador e o
comportamento cotidiano.
O médium espírita é simples, sem afetação,
desprovido do tormento de provar a sua honestidade aos outros, porque sabe,
que, no mundo, somente se experimenta aflições, conforme o ensinou Jesus.
Ademais, ele reconhece que está a serviço do bem, ao qual lhe cumpre atender
com naturalidade e paz.
Médiuns rivais são antagonistas em justas
infelizes, buscando vitória em nome das vaidades que corrompem o coração e
envenenam a razão.
Se alguém se apresenta mais bem aquinhoado
para o serviço mediúnico, mais endividado, certamente o será, porquanto, a mediunidade
a serviço do bem é via de acesso e de redenção para o Espírito e não moldura
brilhante para as fulgurações terrestres.
Ao invés de rivalidade competitiva, as
orações e os auxílios fraternais entre todos, a fim de que o êxito se
apresente, não pelo aplauso humano, porém, pela abnegação e largo trabalho de
edificação do bem entre os homens.
(Página
psicografada pelo médium Divaldo pereira Franco, em 06.03.1989, no Centro
Espírita “Caminho da Redenção”, em Salvador, Bahia e publicada em “Reformador” de
julho de 1990, e no livro "Médiuns e Mediunidade")
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